É preciso dar a vida! 70 anos do mártir da caridade

No dia 1 de setembro de 1939 a Alemanha declara guerra contra a Polônia e avança com suas tropas em direção a capital, Varsóvia. As tropas alemãs chegam em Niepokalanów (Cidade da Imaculada), levam prisioneiro Pe. Maximiliano Kolbe com mais 38 irmãos.

Frei Juvenyn recorda: “Pe. Maximiliano Kolbe, como um padre afetuoso, há tampo estava preparando para enfrentar aqueles dias difíceis. Certo dia falou dos três estágios de vida: o primeiro estágio é a preparação para o trabalho, o segundo é o trabalho em si e o terceiro é o sofrimento. O terceiro estágio da vida, aquele do sofrimento, penso que será aquele mais breve que haverei de viver. Mas de quem, como e sobre qual modo chegará esse sofrimento, este ainda não sei. No entanto, queria sofrer e morrer como um cavalheiro, derramando a última gota do meu sangue, para apressar o dia da conquista do mundo inteiro a Cristo pela da Imaculada. Desejo isto para mim como o desejo para vocês... O que poderei desejar de mais nobre para vocês, meus caros filhos? Nada conheço de mais nobre! Disse Jesus: ‘Não há amor maior que e dar a vida pelos amigos’” (Jo 15,13).

Certa vez São Maximiliano escreve aos frades da Cidade da Imaculada: “Meus caros filhos, se separassem países, mares, oceanos, todavia os nossos corações e as nossas almas estariam igualmente unidos ao ideal e a finalidade da Milícia da Imaculada (MI)... Então quem pode voltar atrás? Aquele que está pronto a tudo pela Imaculada, também está disposto entregar a própria vida em sacrifício por Ela, pois na Europa está escorrendo sangue e é difícil saber o que poderá acontecer...” (SK 895).

O desejo de dar a própria vida pela causa da Imaculada e pelo princípio da caridade evangélica eram o ideal de São Maximiliano Kolbe. No dia 16 de março de 1940 escreve ao Oficial alemão de Sochaczew: “Quero destacar que não sinto ódio por ninguém nesta terra. O meu ideal se encontra no desejo de trabalhar, sofrer e talvez oferecer em sacrifício a vida. Contrário a isto não é meu. Quanto a isso, segundo as minhas possibilidades, eu combati, combato e combaterei sempre...” (SK 884).

No dia 28 de maio de 1941 chega no campo de concentração de Auschwitz e escreve à sua mãe, com paz e serenidade: “Minha querida mãe, próximo ao fim do mês de maio cheguei com um trem no campo de Auschwitz. Comigo está tudo bem. Amada mãe, fique tranquila pela minha saúde e por mim, porque o bom Deus está em cada lugar e com grande amor pensa em todos e em tudo” (SK 961). Dentro do campo de concentração São Maximiliano Kolbe repetia aos companheiros prisioneiros: “O ódio não é força criativa; só o amor constrói... este sofrimento não irá nos dilacerar, mas ajudará a sermos mais fortes. Nossos sacrifícios são necessários para que quem venha depois de nós possa ser feliz. Deixemo-nos conduzir sempre mais perfeitamente pela Imaculada, em qualquer lugar e de qualquer modo que Ela queira colocar-nos, a fim que, cumprindo bem os nossos deveres, contribuímos que todos sejam conquistados ao seu amor...” (SK 960).

Com este ideal de vida São Maximiliano Kolbe conclui a sua vida entregando-a por um pai de família, condenado no bunker da fome. Uma cela subterrânea onde dez prisioneiros eram confinados a morrerem de fome e sede. Após a guerra, os soldados do campo de concentração relatam que eles se alimentavam das próprias necessidades fisiológicas. A caridade cristã lhe pedia de restituir o afeto da esposa e filhos daquele pai. E, na cela da morte, de acompanhar, com a sua ação sacerdotal, os outros nove companheiros dando-lhes o sacramento da reconciliação. Giorgio Bielecki, um soldado, afirma: “Foi um choque enorme para todo o campo. Vimos que Pe. Maximiliano elevou o amor ao ponto mais alto...”.

Em 1965, o jovem bispo Karol Wojtyla (hoje Beato João Paulo II) foi até o campo de concentração de Auschwitz e disse: “é possível olhar para este lugar com os olhos da fé. Se por um lado Auschwitz é o lugar que nos mostra até que ponto o homem pode ser ou se tornar mal, por outro não podemos ficar esmagados embaixo dessa terrível impressão. Temos que olhar para os sinais da fé, como fez Maximiliano Kolbe”.

Assim, seu exemplo “nos mostra como Auschwitz evidencia também toda a grandeza do homem, tudo o que o homem 'pode' ser, vencendo a morte em nome do amor, como Cristo”. E quando ele visitou Auschwitz pela primeira vez como papa, fez esta afirmação: “a vitória sobre o ódio em nome do amor não pertence só aos crentes; é a vitória da humanidade sobre um sistema anti-humano e deve ser um símbolo para nós”.

São Maximiliano Kolbe dá a vida por um pai de família, e neste pai, inserida toda a família humana. Contudo, antes deste gesto, em Roma no ano de 1917, Maximiliano Kolbe dá vida a um Movimento Católico para levar o homem à salvação, partindo de um grande ideal: “Conquistar o mundo inteiro ao Sacratíssimo Coração de Jesus, pela Imaculada”. Isto para o quanto possível dar ao mundo a felicidade também nesta terra. Acrescenta que esta “é uma bela missão pela qual vale a pena viver, trabalhar, sofrer e morrer (queiram os céus como mártir)”; “isto porque viver e morrer feliz depende de como se vive o amor”. A sua entrega e consagração à Imaculada, Mãe de Deus, era tão forte que desejava morrer na festa de sua Assunção ao céu e ser “reduzido a cinzas pela causa da Imaculada. Que estas sejam jogadas ao vento para se dispersarem por todo o mundo...; somente assim será completa a minha doação à Imaculada”. Quando a nossa vontade está intimamente em comunhão com a vontade de Deus, tudo recebemos.

No dia 14 de agosto de 1941, Pe. Maximiliano morre no bunker da fome, depois de 20 dias sem comer e beber. Contudo, morre estendendo o braço para receber uma injeção de ácido fênico, provocando morte imediata. No dia 15 de agosto, seu corpo é cremado do campo de concentração de Auschwitz e suas cinzas se espalham pelo vento, caindo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Aqueles que pertencem à Imaculada, no Movimento Milícia da Imaculada, são chamados milites, formando assim um grande exército do bem, da paz, do amor, da evangelização... para fazer acontecer o Reino de Deus no mundo. Como São Maximiliano Kolbe queremos estar na primeira fila, usando todos os meios lícitos para que todos conheçam Cristo e o seu evangelho. Precisamos ter olhos e coração abertos para enxergar e intuir as urgências de nossa história e buscar sempre novos horizontes, vivendo o ideal de doar-se diariamente à Imaculada.

Nosso povo brasileiro é muito sensível à figura da mãe e, por isso, ama tanto Nossa Senhora. A Milícia da Imaculada é expressão viva deste amor. Em Dourados-MS a Milícia da Imaculada se faz presente evangelizando, 24 horas, com a RÁDIO IMACULADA CONCEIÇÃO 1060 AM, com os leigos mílites espalhados na cidade, com os Missionários da Imaculada Pe. Kolbe e com a paróquia Sagrado Coração de Jesus.

O carisma de São Maximiliano foi muito bem aceito nesta cidade e nesta diocese de Dourados. Percebemos o entusiasmo destes leigos mílites que desejam continuar aquilo que Maximiliano iniciou, e por isso ele continua vivo. Celebrando 70 anos de seu martírio demos graças a Deus pelo seu testemunho de homem, cristão e sacerdote, num período da história tão cruel.

.:Acesse:

www.miliciadaimaculada.org.br

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=VOAolgH22PY

Pe. Alexandre Mosqueli, MIPK.
Pároco Sagrado Coração de Jesus – Dourados-MS.



(1) Comentário

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Parabens padre Alexandre, com certeza seu artgo nos chama a responsabilidade de evangelizadores.Sou grata a deus por te- lo el minha vida.

 
ozair em 15 de agosto de 2011 às 12:50