Atividade econômica ou crime ambiental?
Por Antonio Weber
Impressiona a facilidade com a qual, certas empresas criam um novo depósito de entulhos “um lixão”.
Refiro-me a restos de materiais de construção misturados com lixos domésticos, sacolas plásticas, ferros, pregos, etc..., que são despejados e rapidamente enterrados, ao lado da Aldeia Bororó, a poucos metros de uma das nascentes do córrego São João.
Não bastassem os problemas crônicos vivenciados pela comunidade indígena, sempre explorada e empurrada para o submundo pela sociedade douradense, nesse momento é difícil entender como isso acontece de forma repentina e simplória como se o meio ambiente realmente não fosse de interesse coletivo, mas apenas dos interesses comerciais de poucos.
O local mencionado encontra-se próximo ao antigo lixão municipal, desativado à quase uma década e ainda sem o devido tratamento exigido pelo bom senso dos que amam e tentam preservar e/ou reconstruir a natureza. Prezados educadores, alunos, instituições, imprensa, cidadãos em geral. Essa é uma grande oportunidade de visitar o local para opinar, se for o caso protestar ou aplaudir.
Uma árvore no centro da cidade foi palco de uma grande mobilização, será que uma área que compreende muitos quarteirões não pode ter uma mobilização ainda maior?
Dourados já foi destaque nacional por diversas notícias negativas espero que não seja destaque internacional pelo descaso com as questões ambientais. Quem cala consente, por isso estou exercendo a minha cidadania e indignado gostaria que as instituições e órgãos competentes emitissem seus pareceres abertos a comunidade, para entendermos como e porque as coisas acontecem. A Secretaria de Obras deve fazer uma vistoria na estrada de acesso, para constatar as péssimas condições onde diariamente transitam pessoas humildes e trabalhadoras.
Vou indicar a localização para facilitar: Avenida Guaicurus, km 5 entrada a direita, antes dos dois quebra-molas, numa estrada vicinal destruída pelos caminhões da empresa que a utiliza para o transporte do material em questão e desrespeitosamente espalha pelo caminho pregos, pedaços de materiais de diversas origens, pois nem lona colocam sobre as caçambas e numa velocidade assustadora.
Já foi efetuada a denúncia na Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual.
O jornalismo da TV Morena mostrou na sexta-feira passada inclusive com depoimentos de indígenas que transitam e recolhem objetos de seu interesse e levando talvez, consigo doenças inclusive larvas do mosquito transmissor da dengue.
Nós católicos conscientes e conhecedores das questões ambientais, principalmente neste ano em que colocamos em prática a Campanha da Fraternidade, devemos continuar anunciando e denunciando.
Antonio Weber
Agroecologista com certificação orgânica (IBD); Produtor de mudas. Membro do IMAD - Instituto de Meio Ambiente e Desenvolvimento. Apresenta o “momento agroecológico” na Rádio Coração FM 95,7
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