Fertilização Assistida: saiba mais sobre questões éticas da técnica


Da Canção Nova
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, fala sobre questões éticas da técnica de fertilização assistida

"Quantos brasileiros sabem exatamente o que é uma fecundação assistida?", questiona o Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto Dias Duarte.

O prelado também é médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). No artigo Fertilização Assistida: Reflexões, disponível no website da Arquidiocese, Dom Antonio esclarece questões sobre a fecundação assistida e prega o direito fundamental do ser humano à vida digna.

Ele recorda que, no Brasil, está em estudo um projeto de lei sobre fecundação assistida que busca defender a dignidade da pessoa humana desde a concepção, impedindo tanto o aborto direto quanto o congelamento de embriões restantes das tentativas de geração de filhos. O projeto limita o número máximo de óvulos fecundados a não mais que dois, com imediata e total transferência para o corpo materno, acabando com possibilidade de congelamento e experiências futuras.

"É muito louvável que os políticos brasileiros estejam assumindo essa atitude de proteção de todos os cidadãos brasileiros desde a sua concepção e queiram que eles, uma vez concebidos, se desenvolvam naquele ambiente mais acolhedor e amoroso, que é o corpo materno, e não num recanto de laboratórios de clínicas de fertilidade humana".

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Ao abordar a recente resolução do Conselho Federal de Medicina a respeito das novas regras sobre o uso da avançada técnica de fecundação, o bispo auxiliar diz que é muito positivo o limite colocado para a utilização da técnica "apenas para transmitir a vida e não para clonagem ou experiências com seres humanos, bem como a proibição da redução embrionária, que seria aborto diretamente procurado e, portanto, totalmente ilícito".

Com relação à possibilidade de que casais homoafetivos também pudessem satisfazer os anseios de paternidade e maternidade, Dom Augusto sublinha:

"O desejo de ter filhos em geral é moralmente bom, mas para esses casais apresenta-se uma questão ética complexa do ponto de vista da geração. Necessariamente eles terão que contar com doadores anônimos e estranhos a sua relação homoafetiva, e seus filhos terão só o conhecimento de 50% da sua filiação. Toda geração tem que corresponder à dignidade da pessoa humana e isto só acontecerá com o conhecimento da plena verdade sobre quem são os pais, a fim de que essa relação social fundamental – a relação paterno-filial – fundamente toda estrutura das demais relações humanas na sociedade".

Ele lembra que o desconhecimento de quem são os autênticos progenitores não provém apenas dessa técnica, mas também de outras formas "indignas" de transmissão da vida (estupro, prostituição, etc.), "e certamente elas são a causa de desenvolvimentos psico-sociais inadequados para nossas crianças", agrega.

Finalmente, Dom Antonio defende que toda a pessoa tem o direito a uma vida digna, desde sua concepção até a morte natural, desenvolvendo-se a partir de relacionamentos essenciais sadios, "como são a filiação, a fraternidade e a amizade no seio familiar, levando assim adiante o seu projeto de humanidade".


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