'Católico sem padres'

Declarando-se católico, achou elogios para os bons pastores, mas não encontrou nada de bom na igreja à qual diz pertencer.

Pe. Zezinho

Madrugada de 31 de agosto, ano 2010. Conheço a emissora. Ela não veicularia isso intencionalmente. Por isso não a menciono. Jornalista famoso por suas intempéries lança, pelo rádio, virulento ataque aos maus sacerdotes católicos, sem nenhum elogio aos bons e outro virulento ataque aos pastores evangélicos, mas, neste caso, com um grande elogio aos bons. Discriminou.

O que disse ele? Publicar tudo o que ouvimos feriria a maior parte do povo católico que soma 74% da população brasileira; quase 130 milhões. Se não são, pelo menos se declaram católicos, como ele se declarou. Disse que era de formação católica, que, quando pequeno, balançava “aquele negócio de fumaça nas missas”, que fazia um trilhão de anos que não ia a uma igreja, mas que, graças a Deus, não precisava de padres, porque falava diretamente com Deus. Lembrou os padres pedófilos, e os outros pecadores de batina. Citou, sem dar detalhes, mas garantindo que sabia, historias de papas canalhas, de cidades da Idade Média, para onde eram enviadas as moças que os padres engravidavam... Falou para ofender... Deu a entender que conhece profundamente os podres da Igreja. O lado santo e admirável não lhe pareceu importante frisar, mesmo sendo jornalista de quem se espera um mínimo de imparcialidade.

Declarando-se católico, achou elogios para os bons pastores, mas não encontrou nada de bom na igreja à qual diz pertencer. Omitiu nossos mártires, os santos fundadores de hospitais, escolas, creches e asilos, os educadores, os cientistas, inventores, geneticistas, historiadores, preservadores da cultura, homens e mulheres cuja vida e cujas realizações até os ateus reconhecem. Colocou sua própria igreja abaixo de zero. Deu a entender que não precisa de padres para nada. Dia 31 de agosto, madrugada!

Inteligente, traquejado no uso da mídia, conhecido por dizer as coisas sem reticência ou leveza, navegou por verdades e inverdades e não teve que provar nada porque ninguém telefonou para questionar. Foi aleivosia e soco no fígado. Convicção ou destempero verbal? Ele sabe que, levadas adiante, suas afirmações poderiam parar num tribunal. Assim mesmo arriscou. Será mesmo que nossa Igreja até hoje não teve sequer um papa, um bispo, ou um padre que prestasse e que as outras igrejas estão cheias de homens bons?

No recente passado, no Brasil que tem excelentes pastores, um deles chutou uma imagem de Maria e até hoje paga as consequências do seu ato que por nossas leis é considerado gravíssimo. Agora, no Brasil que tem excelentes jornalistas um deles chutou todos os padres! Não sobrou um para elogiar... Não diremos seu nome e não requisitaremos a fita. Mas muitos católicos que se ligam na mencionada emissora ouviram. Aos que me telefonaram sabendo que também ouço a mesma emissora sugeri que orássemos por ele, porque parece que em oração e em Deus ele ainda acredita! Agora, o assunto é entre ele e Deus!


(1) Comentário

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É verdade padre, é tão fácil atacar e ver o lado ruim, mas o lado bom da nossa igreja nem sempre é reconhecido. Como foi dito talvez o melhor a fazer seja orar por este jornalista, quem szbe um dia ele não passe a ver também o lado bom e fiel de nossos inúmeros e maravilhosos padres que com certeza ainda temos!!!!

 
Virginia em 15 de fevereiro de 2011 às 08:23