Profissional ou esposa, o que corresponde à mulher?
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Por: Nancy Escalante
Sobre a dignidade e vocação da mulher como esposa, mãe, profissional e educadora.
Ser mulher é um dom maravilhoso, por isso é importante que a própria mulher e a sociedade redescubram seu grande valor para que assim ela consiga realizar o desenvolvimento de sua missão como esposa, mãe e profissional, atingindo sua plenitude ao viver sua vocação como mulher íntegra, desenvolvendo suas potencialidades que são fontes de vida e de riqueza. Já que a essência da mulher é ser permanentemente receptora, transmissora e educadora da vida humana, é importante que ela mesma redescubra seu papel na sociedade, cumprindo amplamente com o sentido de sua feminilidade, indo assim além de um determinismo que a limite e não permita seu autêntico desenvolvimento, não se trata somente de uma oportunidade para a realização da mulher, como também implica um dever que tem de exercer para realizar um bem para a sociedade, sendo fundamental que – com sua presença – humanize vários âmbitos da vida social, partindo da família, política, educação, etc.
A mulher, com sua feminilidade, está chamada a dar amor e tem o grande dom da fecundidade, o qual não somente se refere ao aspecto biológico, como também ao social, cultural, político e familiar. Portanto, ela tem o direito e o dever de semear tudo aquilo que implica esse dom da feminilidade para dar lugar, na humanidade, a frutos de fé, esperança e caridade. É aí onde o dom da mulher, como capacidade de auto-entrega, a leva não somente a se realizar como pessoa humana íntegra, como também a colaborar – de modo comprometido e ativo – para o desenvolvimento e transformação do mudo a seu redor, conseguindo assim o bem comum.
Portanto, para que possa chegar a ser uma mulher integral, ela tem o direito e o dever de desenvolver-se no campo profissional, conservando sempre o interesse pela família, fundamentando valores humanos em contato com todas as pessoas ao seu redor. Para uma mulher conseguir realizar o que foi antes mencionado, é imprescindível passar por um auto-conhecimento para assim valorizar sua própria natureza e dignidade feminina, e poder desempenhar todas suas capacidades e habilidades, aproveitando as oportunidades que forem surgindo.
É importante que o desempenho da mulher no âmbito trabalhista não interfira em sua função dentro da família, função que é insubstituível e tem um valor inestimável.
Uma MULHER profissional, que valoriza sua feminilidade e sua dignidade, considera seu trabalho como uma verdadeira expressão de seu ser, imprimindo assim sua característica, vendo no trabalho uma oportunidade de servir e cooperar, indo ao encontro das demais pessoas, compartilhando com elas o que ela é e o que tem, fomentando assim relacionamentos fraternos, leais, em que ressaltam a generosidade.
Neste sentido, é importante que a mulher, ao desenvolver sua vocação profissional, não esqueça suas tarefas específicas, de maneira que exista uma verdadeira congruência e se imprima um verdadeiro ambiente de amor e entrega. Por isso, é importante que a mulher íntegra aplique seus conhecimentos profissionais para a formação de seus filhos e que esteja disposta a sair de si mesma e de seus próprios interesses, dando prioridade ao bem de sua família, de tal maneira que imprima a sua profissão um selo de humanidade e de testemunho de generosidade e congruência de vida.
Na carta apostólica de s.s. João Paulo II, “Mulieris Dignitatem”, sobre a dignidade e a vocação da mulher, reconhece o dom da feminilidade da mulher, reivindicando os direitos das mulheres e exaltando o papel e possibilidades da mulher na sociedade e no mundo do trabalho. É uma realidade que as mulheres cristãs realizam uma extraordinária tarefa na Igreja, na sociedade e no mundo profissional, Não em vão, o Papa João Paulo II afirma “Deus confiou à mulher o homem, o ser humano” [1].
Finalmente, como conclusão, pode-se dizer que a mulher atualmente, ao estar mais inserida que nunca na sociedade e na vida profissional, não deve se deixar levar pelas irrefletidas expectativas de que a mulher só pode se realizar sendo uma profissional de sucesso ou tendo um grande desenvolvimento econômico: é evidente que hoje, mais que nunca, a mulher está se desenvolvendo, mas isto não quer dizer que para sua realização deva deixar de lado a maternidade ou que esta a atrapalhe, mas deve se conhecer, valorizar-se e ir complementando todos os aspectos que foram mencionados antes e que, por vocação, está chamada. Estando realizada em todos os aspectos, poderia influenciar a família e a sociedade a velar pelo bem comum.
[1] Carta Apostólica. Mulieris Dignitatem. Sobre a Dignidade e a vocação da mulher. S.S. João Paulo II, 1988.
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