Verdades de fé sobre Maria Santíssima
Autor: Pe Leão Pedro Kolbe de Lima
É-me motivo de alegria e satisfação falar sobre a Virgem Maria, neste mês de maio dedicado a Maria Santíssima e às Mães. Se bem que, como diz São Bernardo, nunca demais sobre Maria se dirá.
Maria é plena de Deus. É nossa mãe na ordem da graça. É mãe de Deus porque Jesus é Deus, como afirma o Concílio de Nicéia realizado em 325, o primeiro ecumênico na história da Igreja. O artigo do Símbolo nicenoconstantinopolitano explica: "Deus verdadeiro de Deus de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai" (CIC 184).
Destarte, mencionamos aqui o dogma mariano da Maternidade Divina, ou seja, Maria, Mãe de Deus (Theotokos em grego). Em 431 o Concílio de Éfeso declarou Maria Mãe de Deus. (Theotokos, Dei Genitrix, Deipara); porém, "segundo a carne" assumida pelo Verbo. Todavia, "Jesus é o Filho único de Maria. Mas a maternidade espiritual de Maria se estende a todos os homens que Ele veio salvar: "Ela gerou seu Filho, do qual Deus fez 'o primogênito entre uma multidão de irmãos' (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, em cujo nascimento e educação Ela coopera com amor materno" (CIC 501). Costumo dizer, ao falar da Virgem Maria que, "Mãe é tão bom que até Deus quis ter uma".
Mas Deus não quis que Seu Divino Filho nascesse de alguém que, assim como as demais mulheres, sofresse a dor do parto, por isso preservou-a deste sofrimento (Cf. São Gregório de Nissa) e, deu-lhe a graça da Virgindade Perpétua, ou seja, de manter-se Virgem antes, durante e depois do parto, e este é um dogma mariano na Igreja. É certamente verdade de Fé.
Como diz São Luiz Maria Grignion de Monfort: "Deus juntou todas as águas e fez o mar, Deus juntou todas as graças e fez Maria". No colóquio de Maria Santíssima com o Arcanjo Gabriel, quando da sua anunciação, ela questiona o Anjo e diz: "Como acontecerá isto se eu não conheço homem algum?" (Lc 1,34).
E a exegese nos diz que, o verbo conhecer aqui, na Sagrada Escritura, significa: "Eu não tive relação sexual com homem nenhum". Portanto, a própria Maria afirma ser Virgem. Há uma quadrinha popular que diz: "No seio da Virgem mãe encarnou divina graça: Entrou e saiu por ela como o sol pela vidraça" (Frei Clodovis M. Boff, osm, diz que tal quadrinha teve o condão de "convencer" finalmente o comandante Rolim, fundador da TAM, acerca da virgindade de Maria, como conta na revista de bordo da companhia: Classe, n. 77, 1999, p. 5.).
Quanto à Doutrina da Imaculada Conceição foi declarada pelo Papa Pio IX, em 1854, na Bula Ineffabilis Deus. Neste documento, ele afirma: "A Beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do Gênero humano, FOI PRESERVADA IMUNE DE TODA MANCHA DE PECADO ORIGINAL...". Portanto, a Virgem Maria, fora concebida sem a mancha do pecado original. Por isso, Imaculada Conceição. Em 1439, o Concílio de Basileia já havia aprovado a doutrina da Imaculada. Aparecendo a Santa Bernadete, em Lourdes, França, em 1850, a Virgem Maria declara: "EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO".
Outro dogma declarado pela Igreja é justamente o da Assunção de Maria ao céu em corpo e alma. Foi declarado pelo Papa Pio XII, em 1950, na Constituição Munificentissimus Deus (Deus generosíssimo). Nesta Constituição o Papa afirma: "Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena FOI ASSUNTA À GLÓRIA CELESTE EM CORPO E ALMA...".
Portanto, o corpo daquela que foi escolhida para ser a Mãe do Salvador da humanidade não conheceu a corrupção, pois Aquele que apresentou no Decálogo o 4º mandamento que diz: honrar pai e mãe, certamente não iria permitir que Seu Filho não honrasse sua mãe da melhor forma possível, preservando-a da corrupção da carne. Esta foi sem sombra de dúvidas uma forma de Jesus honrar Sua Mãe Maria, elevando-a ao céu em corpo e alma. E por isso contemplamos no Rosário Mariano, no 4º mistério glorioso a Assunção de Nossa Senhora. Portanto, destacamos aqui os 4 dogmas marianos, a saber: Maria Mãe de Deus, A virgindade Perpétua de Maria, a Imaculada Conceição e a Assunção de Maria aos céus em corpo e alma.
Pe. Leão Pedro Kolbe de Lima
Vigário da Paróquia Imaculada Conceição e Assistente Eclesiástico da Comunidade Boquim de Louvor em Dourados