Você: competente ou bonzinho?

Você já parou para pensar sobre qual é o seu rótulo que veicula entre seus amigos e inimigos?

Por Zélia Nolasco Freire

É incrível como os rótulos depois que tomam força ficam praticamente impossíveis de removê-los. Você já parou para pensar sobre qual é o seu rótulo que veicula entre seus amigos e inimigos? Sim, dos inimigos também para que você tenha uma avaliação que contribua às mudanças e ao seu aperfeiçoamento pessoal. Que tipo de amigo, de chefe, de profissional você é? Essa reflexão é importantíssima, pois devemos estar atentos às mudanças que estão ocorrendo e com que rapidez.

É claro que nem sempre você consegue agregar cem por cento do seu grupo de relacionamento social, profissional, nem mesmo, do familiar. Mas, deixando os outros grupos de lado, ressalto aqui aquele grupo que a maioria das pessoas encontra dificuldades em administrar: o profissional. Sem falar que a preocupação com esse grupo também é maior para todos. Você saberia especificar a forma como você é rotulado em seu ambiente de trabalho? Competente ou bonzinho?

Antes de tudo, é preciso destacar que nem sempre, aliás, raras vezes, a competência se coaduna com a bondade. Isso porque para alguém ser competente, em primeiro lugar, deve ser profissional, ser ético, manter o mesmo peso e a mesma medida em todas as situações, ter uma postura equilibrada, coerente. E, isso, às vezes, contraria muita gente e muitos interesses. Em função disso, essas características são avaliadas como negativas por alguns. Quase sempre, você ouve comentários sobre quem age desse modo: “ela (e) se acha”, “que antipática (o)!”. Agora, o que é melhor e mais desejável? Você ter o rótulo de competente ou ter o rótulo de bonzinho?

Vejamos. Suponha que você ocupe a função de chefe em sua empresa, ou na empresa para a qual trabalha. Você será um chefe fraco, mole, com baixo teor de exigência com relação a seus subordinados? Um verdadeiro “bunda mole”? Ou você cobrará resultados, chamando a atenção do funcionário relapso quando preciso e estipulará metas para que o grupo todo se envolva nas atividades da empresa? A escolha de suas atitudes dirá que tipo de chefe você é ou será. Observa-se que o chefe que não cumpre seu papel a contento acaba por desmotivar os seus subordinados, pois os leva a um desinteresse pelo auto-aperfeiçoamento e pela disciplina.

O conceito de “chefe” hoje está mudando para o de “coach” – nome que os ingleses dão aos técnicos de um time. O “coach” é aquele que insiste na alta performance, que acompanha o time, que conhece cada um dos “jogadores” e que trabalha individualmente com cada um, ao mesmo tempo que faz com que todos tenham espírito de equipe. Em um time, a excelência de cada uma das pessoas com suas características individuais e aptidões é fundamental. Porém, se cada um jogar sozinho, o time não vencerá. Assim, uma das grandes tarefas do “chefe-coach” é fazer a necessária integração entre o individual e o coletivo.

O ser humano precisa de desafios que o levem a se superar e de modelos nos quais possam se espelhar. Pessoas movidas a desafios precisam fazer algo novo e mais ainda aprenderem algo novo, constantemente. É isso que move o mundo. Se você não é assim, não tem esse perfil, não fique triste. Felizmente ou infelizmente, sempre teremos duas funções, a de chefe e a de subordinado. Lembre-se que o mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e a cada ano milhares de profissionais são lançados no mercado de trabalho com formação universitária, técnica, com domínio de informática, da língua inglesa e do espanhol. Por isso, não fique aí parado. Corra atrás do lucro porque essa história de correr atrás do prejuízo é irracional. Lembre-se, qualquer função que ocupe ou que venha a ocupar desempenhe-a da melhor maneira possível. Ainda há tempo, aprimore-se.


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