21 de março
São Nicolau de Flue
Comemoramos a vida santa de um eremita, São Nicolau de Flue, que nasceu na Suíça em 1417 e passou sua juventude ajudando o pai em trabalhos práticos, sempre inclinado à vida religiosa.
A pedido do pai, casou-se com Doroteia que muito o levou para Deus, tanto que juntos educaram os dez filhos para a busca da santidade. Aconteceu que, em comum acordo e, com os filhos já educados, Nicolau retirou-se na solidão, perto de sua casa, porém, com o propósito de se dedicar exclusivamente a Deus, ele que era um homem popular devido a diversos cargos públicos e administrativos que ocupara na sociedade.
São Nicolau entregou-se totalmente à vida de oração, penitência e jejuns, sem deixar de participar nas Santas Missas de domingo e dias santos, além de ter assumido uma tábua como cama; por travesseiro uma pedra e de primeiro frutas e ervas como alimento, isto até chegar a se alimentar somente da Eucaristia. Todo este processo estendeu-se progressivamente por 33 anos.
Nicolau, que morreu com setenta anos, ao ir para o eremitério com 37 anos, em nada se alienou ao mundo. Pôde ele servir com conselhos e interferir pacificamente nas dificuldades entre católicos e protestantes, a ponto de ser amado e tomado como modelo de pacificador e pai da pátria.
São Nicolau de Flue, rogai por nós!
Leitura
Leitura((Gênesis 37,3-4.12-13.17-28)
37 3 Israel amava José mais do que todos os outros filhos, porque ele era o filho de sua velhice; e mandara-lhe fazer uma túnica de várias cores.
4 Seus irmãos, vendo que seu pai o preferia a eles, conceberam ódio contra ele e não podiam mais tratá-lo com bons modos.
12 Os irmãos de José foram apascentar os rebanhos de seu pai em Siquém.
13 Israel disse a José: “Teus irmãos guardam os rebanhos em Siquém. Vem: vou mandar-te a eles.” “Eis-me aqui”, respondeu José.
17 E o homem respondeu: “Partiram daqui e ouvi-os dizer: Vamos a Dotain.” Partiu então José em busca dos seus irmãos e encontrou-os em Dotain.
18 Eles o viram de longe. Antes que José se aproximasse, combinaram entre si como o haveriam de matar;
19 e disseram: “Eis o sonhador que chega.
20 Vamos, matemo-lo e atiremo-lo numa cisterna; diremos depois que uma fera o devorou; e então veremos de que lhe aproveitaram os seus sonhos.”
21 Ouvindo-o, porém, Rubem, quis livrá-lo de suas mãos: “Não lhe tiremos a vida, disse ele.
22 Não derrameis sangue. Jogai-o naquela cisterna, no deserto, mas não levanteis vossa mão contra ele.” Pois Rubem pensava livrá-lo de suas mãos para o reconduzir ao pai.
23 Quando José se aproximou de seus irmãos, eles o despojaram de sua túnica, daquela bela túnica de várias cores que trazia,
24 e jogaram-no numa cisterna velha, que não tinha água.
25 E, sentando-se para comer, eis que, levantando os olhos, viram surgir no horizonte uma caravana de ismaelitas vinda de Galaad. Seus camelos estavam carregados de resina, de bálsamo e de ládano, que transportavam para o Egito.
26 Então Judá disse aos seus irmãos: “Que nos aproveita matar nosso irmão e ocultar o seu sangue?
27 Vinde e vendamo-lo aos ismaelitas. Não levantemos nossas mãos contra ele, pois, afinal, é nosso irmão, nossa carne.” Seus irmãos concordaram.
28 E, quando passaram os negociantes madianitas, tiraram José da cisterna e venderam-no por vinte moedas de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito.
Palavra do Senhor!
Graças a Deus.
Salmos
Salmo responsorial104/105
Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
Mandou vir, então, a fome sobre a terra
e os privou de todo pão que os sustentava;
um homem enviara à sua frente,
José, que foi vendido como escravo.
Apertaram os seus pés entre grilhões
e amarraram seu pescoço com correntes,
até que se cumprisse o que previra,
e a palavra do Senhor lhe deu razão.
Ordenou, então, o rei que o libertassem,
o soberano das nações mandou soltá-lo;
fez dele o senhor de sua casa,
e de todos os seus bens o despenseiro.
Evangelho
Evangelho (Mateus 21,33-43.45-46)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, dirigindo-se Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, disse-lhes: 21 33 “Ouvi outra parábola: havia um pai de família que plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, cavou um lagar e edificou uma torre. E, tendo-a arrendado a lavradores, deixou o país.
34 Vindo o tempo da colheita, enviou seus servos aos lavradores para recolher o produto de sua vinha.
35 Mas os lavradores agarraram os servos, feriram um, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
36 Enviou outros servos em maior número que os primeiros, e fizeram-lhes o mesmo.
37 Enfim, enviou seu próprio filho, dizendo: ‘Hão de respeitar meu filho’.
38 Os lavradores, porém, vendo o filho, disseram uns aos outros: ‘Eis o herdeiro! Matemo-lo e teremos a sua herança!’
39 Lançaram-lhe as mãos, conduziram-no para fora da vinha e o assassinaram.
40 Pois bem: quando voltar o senhor da vinha, que fará ele àqueles lavradores?”
41 Responderam-lhe: “Mandará matar sem piedade aqueles miseráveis e arrendará sua vinha a outros lavradores que lhe pagarão o produto em seu tempo”.
42 Jesus acrescentou: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos’?
43 Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que produzirá os frutos dele”.
45 Ouvindo isto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava.
46 E procuravam prendê-lo; mas temeram o povo, que o tinha por um profeta.
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor!
Comentário do Evangelho
Apropriação Indébita...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O Termo apropriação indébita se refere à posse ilegal de algo que não nos pertence. Deus edificou o seu Reino no meio dos homens, mas não se trata de uma parreira qualquer, abandonada á beira da estrada, dessas que parece que não tem dono. Ela foi cercada com uma sebe, cavada um lagar onde se pisoteia a uva para produção do vinho, e construída uma torre para vigiar, afastando intrusos ou animais silvestres que irão danificar a parreira.
No meio da humanidade Deus escolheu o povo de Israel, estabelecendo com ele uma vida de comunhão, dando-lhes todas as condições necessárias para viverem bem, sempre na amizade e proteção do Deus da ALIANÇA. Deus esperava desse povo uma vida íntegra, pautada pela justiça e igualdade, solidariedade, para assim ser um sinal entre todas as Nações, sinal visível de um Deus que ama e que caminha junto.
Não podemos dizer que Deus antes fez um rascunho do que seria o Reino Ideal e depois passou a limpo, o Antigo Testamento já é o início da edificação do Reino de Deus, claro que de maneira prefigurada, mas os Santos Homens que por aqueles tempos ajudaram nessa obram, têm os seus méritos e nem precisaram ser canonizados, a própria História da Salvação os canonizou.
O que o evangelho nos mostra é que Deus confia a administração do seu Reino aos Homens, que se tornam seus colaboradores ou arrendatários, a Igreja está a serviço do Reino, mas ela não é o Reino, apenas um sinal visível dele. O Reino é maior e está acima de qualquer instituição humana. Evidentemente que, exatamente como o Proprietário da Vinha, Deus espera sempre colher os frutos da sua obra, mas não pensemos que Deus é um explorador como os Latifundiários da Galiléia, os frutos aqui mencionados, e que Ele sempre cobra daqueles a quem confiou o Reino, são frutos que beneficiam os irmãos e irmãs, é na relação com as pessoas que o cristão produz os frutos da Parreira do Senhor: uvas doces da Justiça, igualdade, solidariedade, fraternidade e misericórdia.
Interessante porque o evangelho traz uma crítica duríssima contra os arrendatários do Reino de ontem e de hoje: além de serem péssimos administradores, porque só ocupam espaço e não produzem nenhum fruto, ainda por cima se apossam do que não lhes pertence tornando-se os detentores da Salvação Divina, porque mataram o Herdeiro, isso é, aquele que é o verdadeiro Dono do Reino, o Filho de Deus, ou seja, Jesus deixa de ser uma referência para esses trapaceiros da Religião de Israel, e eles próprios tornam-se a referência como Zeladores da Lei antiga e Fiscais da Salvação, determinando quem vai se salvar...
É claro que Deus Pai abandonou esse projeto inadequado, pois o seu Reino de Santidade e perfeição tornou-se uma grotesca caricatura, e a partir da morte e ressurreição Daquele que os homens pensaram haver destruído definitivamente, o Reino se refez e tornou-se definitivo, e de propriedade exclusiva de Deus, manifestado em Jesus de Nazaré. E assim, a pedra que os construtores de araque rejeitaram , tornou-se a pedra angular.
Longe de ficarmos olhando para o passado e condenando os que rejeitaram a Pedra Angular que é o Cristo, e se apossaram da Vinha do Senhor, é melhor olharmos o presente onde temos enquanto cristãos essa responsabilidade confiada pelo Senhor, de trabalharmos em sua Vinha que é a Igreja, a serviço do mundo. Também nós, se não correspondermos á Vontade de Deus, iremos perder nosso lugar nessa obra, porque o Dono da Vinha chama quem ele quiser para vir tomar conta de sua Vinha...
Oração
Espírito de sensatez, não permitas jamais que eu me rebele contra o amor do Pai, que quer a minha salvação e espera de mim docilidade a seus apelos de conversão.