A certeza de saber que Deus nos ama

Diácono Renan Félix

A liturgia fala que Jesus foi batizado no Rio Jordão por João Batista, que realizava esse batismo de conversão e de purificação dos pecados. Jesus não tinha pecado, mas assumiu sobre Si o meu e o seu pecado, e quando Ele entra nas águas do Jordão, as águas levam esses pecados. Nesse dia bendito, já se antecipa sobre a vida do Senhor Jesus aquele mistério maravilhoso que Ele vai fazer realizar na cruz. Cristo assumiu sobre Si nossos pecados e os lavou, por isso Ele diz a João que é necessário que se cumpra toda a justiça.

Papa Francisco, em um catequese recente, pediu que retomássemos a data de nosso batismo, porque isso não pode ficar longe de nossos olhos. Em nosso batismo, somos inseridos na salvação de Jesus Cristo, como filhos de Deus. Deixamos de ser quem éramos para ser aquilo que é a vontade de Deus.

Existe uma realidade própria entre o nosso batismo e o de Jesus. Cristo precisava dar início ao Seu ministério, algo que Lhe desse a força necessária para começar a missão d'Ele. Ele precisava ter a certeza de que o Pai O amava. Não que Ele precisasse saber disso por carência, mas para dar força à missão d'Ele.

A certeza de saber que Deus nos ama tem de ser a força que move toda a nossa vida. Depois que Jesus ouviu: “Esse é meu Filho muito amado”, Ele assumiu Sua missão. Muito mais que nossos corações dados a Deus, o Senhor nos dá o coração d'Ele, aquele amor de Pai ao Filho ungiu o Senhor Jesus.

Jesus se tornou o protótipo do homem livre para amar. E por isso foi capaz de amar até o fim, até a cruz, sem ficar mendigando amor, sem ficar racionando a Sua entrega. Jesus foi capaz de ir mais longe, não colocava limites para amar.

O seu pecado não é capaz de afastar Deus do seu coração, nada pode nos separar do amor de Deus! O seu pecado o torna insensível à ação de Deus, mas não o separa do amor do Altíssimo. O pecado não é limite para o amor de Deus por nós, o amor d'Ele vai muito mais além.

Quem experimenta um grande amor, fica dependente dele, por isso, Jesus se tornou, no amor, profundamente dependente do Pai. Cristo tinha a certeza de que o Pai estava com Ele, e isso fez toda a diferença. Quando nós temos a certeza de que somos amados por Deus Pai, temos tudo de que precisamos, nada pode nos impedir de realizar a vontade d'Ele. O mundo quer nos mostrar o contrário, o mundo não quer que acreditemos nisso. Dentro de nós temos um “buraco”, um vazio, que é preenchido somente por Deus, no entanto, procuramos preencher esse vazio com as coisas do mundo, muitas vezes até buscamos fazer isso com coisas boas, como no namoro, casamento, entre outras coisas; mas também com outras coisas más, como drogas, bebidas, desordens e outras coisas mais.

O mundo tem nos ensinado que devemos ser livres, mas essa é uma liberdade que nos escraviza, que propõe fazermos o que quisermos. O amor de Deus nos faz livres para podermos decidir por Ele. Só quem se reconhece dependente de Deus é verdadeiramente livre para amar. Se não for assim, vamos nos tornando dependentes de tantas outras coisas que o mundo nos oferece. E olhe quantas casos de dependências por aí. Pessoas que, por “burrice”, escolheram depender de outras coisas e não de Deus.

Também há aqueles dependentes afetivos que são enjoados e grudentos. Aqueles que, em poucos minutos de conversa, já o consideram o melhor amigo e a todo instante o procuram para preencher o vazio de seu interior. Você pode ser também dependente afetivo de um amigo ou até mesmo de seus pais. Não importa, por melhor que sejam, eles nunca serão capazes de o amar o quanto você precisa; só Deus pode fazer isso.


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