Beata Alexandrina Maria da Costa
Quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Alexandrina Maria nasceu em Balasar (Portugal) no dia 30 de março de 1904, aos 14 anos não hesitou em jogar-se pela janela para fugir de três homens que ameaçavam a sua pureza. As consequências foram terríveis, mas não imediatas; depois de alguns anos, ela foi obrigada a ficar em cama por causa de uma paralisia que foi agravando-se durante os trinta anos que lhe restou de vida. Ela não se desesperou e abandonou-se nas mãos de Jesus com essas palavras: “Jesus, Tu és prisioneiro no tabernáculo como eu sou na minha cama, assim fazemos companhia um ao outro”.
Em seguida começou a ter experiências místicas cada vez mais fortes que começaram numa sexta-feira, 3 de outubro de 1938 e terminaram no dia 24 de março de 1942. Experimentou 182 vezes, todas as sextas-feiras, os sofrimentos da Paixão e desde 1942 até o dia da sua morte, Alexandrina alimentou-se unicamente da Eucaristia por mais de treze anos.
Depois dos dez longos anos de paralisia que ela havia oferecido para a reparação Eucarística e para a conversão dos pecadores, no dia 30 de julho de 1935 Jesus apareceu-lhe e lhe disse: “Eu te coloquei no mundo para que vivas somente de Mim, para testemunhar ao mundo o valor da Eucaristia (...) A cadeia mais forte que acorrenta as almas a Satanás é a carne, é a impureza. Nunca se viu antes uma expansão de vícios, de maldades e crimes como hoje! Nunca se pecou tanto (...) A Eucaristia, o meu Corpo e o Meu Sangue! A Eucaristia: eis a salvação do mundo".
Também a Virgem Maria apareceu-lhe no dia 2 de setembro de 1949 com um terço na mão, dizendo: “O mundo agoniza e morre no pecado. Quero oração, quero penitência. Protege com o meu terço aos que amas e a todo o mundo”. No dia 13 de outubro de 1955, aniversário da última aparição de Nossa Senhora de Fátima, Alexandrina exclamou: “Sou feliz porque vou ao Céu”. Às 19:30 h desse mesmo dia expirou.
Conhecida como a "Santinha de Balasar", Alexandrina foi beatificada pelo Papa João Paulo II, a 25 de Abril de 2004. A cura milagrosa de uma devota emigrada na França serviu para concluir o seu processo de Beatificação. Balasar, atualmente, é o segundo local de maior peregrinação em Portugal (o primeiro local é Fátima).
Beata Alexandrina Maria da Costa, rogai por nós!
Hoje: 13 . Dia do Terapeuta Ocupacional 13 · Dia do Fisioterapeuta
Leituras
Primeira Leitura (Romanos 3,21-30)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
Irmãos, agora, sem o concurso da lei, manifestou-se a justiça de Deus, atestada pela lei e pelos profetas. Esta é a a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos os fiéis (pois não há distinção; com efeito, todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus), e são justificados gratuitamente por sua graça; tal é a obra da redenção, realizada em Jesus Cristo.
Deus o destinou para ser, pelo seu sangue, vítima de propiciação mediante a fé. Assim, ele manifesta a sua justiça; porque no tempo de sua paciência, ele havia deixado sem castigo os pecados anteriores. Assim, digo eu, ele manifesta a sua justiça no tempo presente, exercendo a justiça e justificando aquele que tem fé em Jesus.
Onde está, portanto, o motivo de se gloriar? Foi eliminado. Por qual lei? Pela das obras? Não, mas pela lei da fé. Porque julgamos que o homem é justificado pela fé, sem as observâncias da lei.
Ou Deus só o é dos judeus? Não é também Deus dos pagãos? Sim, ele o é também dos pagãos. Porque não há mais que um só Deus, o qual justificará pela fé os circuncisos e, também pela fé, os incircuncisos.
Salmo 129/130
No Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção!
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor,
escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos
ao clamor da minha prece!
Se levardes em conta nossas faltas,
quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão,
eu vos temo e em vós espero.
No Senhor ponho a minha esperança,
espero em sua palavra.
A minh´alma espera no Senhor
mais que o vigia pela aurora.
Evangelho (Lucas 11,47-54)
Naquele tempo, disse o Senhor: "Ai de vós, que edificais sepulcros para os profetas que vossos pais mataram. Vós servis assim de testemunhas das obras de vossos pais e as aprovais, porque em verdade eles os mataram, mas vós lhes edificais os sepulcros. Por isso, também disse a sabedoria de Deus: Enviar-lhes-ei profetas e apóstolos, mas eles darão a morte a uns e perseguirão a outros. E assim se pedirá conta a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e o templo. Sim, declaro-vos que se pedirá conta disso a esta geração!
Ai de vós, doutores da lei, que tomastes a chave da ciência, e vós mesmos não entrastes e impedistes aos que vinham para entrar. Depois que Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a importuná-lo fortemente e a persegui-lo com muitas perguntas, armando-lhe desta maneira ciladas, e procurando surpreendê-lo nalguma palavra de sua boca".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Os Donos da verdade"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Em uma discussão sobre algo polêmico, quando queremos desmontar os argumentos do lado contrário, logo afirmamos indignados, que tal pessoa quer ser a Dona da Verdade, querendo que todos assimilem e digam AMÉM á sua doutrina e ideologia. Entretanto, o que se pretende com essa afirmação, nada mais é do que apregoar que a nossa Verdade é mais autêntica ou genuína do que a do adversário.
Mas quem está com a Verdade? Nas ideologias políticas, na questão social ou econômica, e até na questão religiosa. O problema não é tanto saber quem está com a Verdade, o problema é não reconhecer nenhum valor positivo na Verdade do "outro", achando que a nossa Verdade é absoluta e inquestionável...
Jesus nunca pretendeu anular a Lei antiga, jamais pregou contra o judaísmo, apenas procurou, com seus ensinamentos e modo de viver e de se relacionar, uma coerência com a Verdade Divina revelada na Escritura Antiga, Verdade que havia sido deturpada pelos homens, fazendo da Religião não mais um instrumento Divino de Libertação, mas sim um mecanismo de manipulação, opressão e exploração.
É precisamente nesse contexto que surge e se torna intenso o confronto com os escribas e Fariseus, que monopolizavam o poder religioso da época, colocando-se como os Donos absolutos da Verdade, e anulando e condenando qualquer manifestação contrária a tais princípios.
Compreendida a situação, que é o pano de fundo desse quadro, é preciso ter coragem e ao mesmo tempo humildade, para olhar as comunidades cristãs hoje, e se perguntar com toda sinceridade, se não há ideologias estranhas manipulando a consciência do Povo de Deus, pois certas lideranças Clericais ou Laicas podem sim ter a mesma conduta dos escribas e fariseus, colocando-se como "Donos da Verdade Religiosa", impondo aos demais um pesado fardo, obstruindo, com um ridículo autoritarismo, a entrada no Reino de Deus, aos demais da comunidade... Na consciência desses deve ecoar a tenebrosa ameaça "Ai de Vós..."
2. Jesus dirige uma seqüência de sete advertências à prática religiosa
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Estando à mesa de um fariseu Jesus dirige uma seqüência de sete advertências à prática religiosa destes chefes religiosos. No texto de hoje temos os duas últimas delas. Jesus relembra os profetas que na história foram mortos pelos pais destes chefes religiosos.
No judaísmo a autoridade máxima era o sumo sacerdote do Templo de Jerusalém, e apenas ele podia falar em nome de Deus, reprimindo e exterminando qualquer voz profética que se pronunciasse contra o Templo.
Os escribas, por sua vez, como interpretes oficiais da Lei, com sua falsa doutrina confundiam e desorientavam os fieis que buscavam a Deus. Como que confirmando tudo que Jesus denunciara, quando ele saiu, os escribas e os fariseus começaram a persegui-lo procurando pretexto para eliminá-lo.
3. O SANGUE DOS PROFETAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A franqueza usada por Jesus no confronto com os seus adversários permitia-lhe entrever o que se passava no coração deles. Recusava-se a pactuar com sua hipocrisia, denunciando o modo como pretendiam agradar a Deus. Essa liberdade de Jesus em denunciar o comportamento dos seus adversários só podia torná-lo alvo de ódio feroz.
A experiência do Mestre estava em perfeita consonância com a dos profetas do passado. Também eles foram perseguidos e mortos, sem que o povo desse ouvido à apelos. Em outras palavras, preferiu-se calar a voz de Deus a acolhê-la com humildade e desejo de conversão.
Mais que todos os profetas e mensageiros do passado, Jesus era a voz privilegiada de Deus na história humana. Na condição de Filho, fora enviado para proclamar o caminho da salvação. Todas as suas palavras e suas ações deveriam levar as pessoas a se converterem para o Reino. No entanto, por parte de um grupo de escribas e fariseus, só encontrou fechamento e recusa de acolher o caminho que ele lhes propunha.
O Pai pedirá contas a esse grupo de pessoas, como pediu aos que derramaram o sangue dos profetas, desde a criação do mundo. Tamanha insensibilidade clama aos céus! Sua punição manifesta a rejeição divina de pactuar com a maldade.