Beatos Domingos Jorge, Isabel Fernandes e Inácio

Quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Domingos Jorge nasceu em Vermoim da Maia, perto do Porto (Portugal). Muito jovem, partiu para a Índia, onde combateu pela fé e pela Pátria. Aventureiro por natureza, empreendeu viagem para o Japão, onde nesse tempo reinava perseguição furiosa. Todos os missionários eram mortos, e mortos também todos aqueles que os acolhessem em suas casas. Apesar de todos os riscos, não quiseram os missionários estrangeiros abandonar para os instruir, animar e lhes administrar os sacramentos.

Domingos Jorge, membro da Companhia do Rosário, casou com uma jovem japonesa, à qual o missionário português, Padre Pedro Gomes, oito dias após o nascimento, deu o nome de Isabel Fernandes. Vivia este casal modelo no amor de Deus, na paz e na felicidade, perto da cidade de Nagazáki. Por bondade e piedade, receberam em sua casa dois missionários jesuítas e, naquela noite (era o dia da festa de Santa Luzia), o governador de Nagasáki ordenou que fossem presos os dois missionários juntamente com Domingos Jorge. Após um ano de prisão, foram condenados à morte. Domingos Jorge, após escutar a sentença, pronunciou estas palavras: "Mais aprecio eu esta sentença do que me fizessem Senhor de todo o Japão".

Era o ano de 1619. Domingos Jorge foi amarrado ao poste no chamado "Monte Santo" de Nagasáki, onde tantos cristãos deram a vida por Deus, e, ali, juntamente com outros mártires rezando a oração do Credo, Domingos Jorge foi queimado vivo.

Passados três anos, na manhã de 10 de novembro de 1622, o "Monte Santo" de Nagasáki, regado com o sangue de tantas centenas de cristãos, apresentava um aspecto solene e comovedor. Ali se apinhavam mais de 30.000 pessoas para assistirem ao Grande Martírio, isto é, à morte de 56 filhos da Santa Igreja Católica. Entre eles, encontravam-se Isabel Fernandes, de uns 25 anos de idade, viúva do Beato Domingos Jorge, e seu filhinho Inácio, de quatro anos. Os mártires foram divididos em dois grupos: 24 religiosos de várias Ordens, condenados a morrer a fogo lento; os outros 32 eram constituídos por 14 mulheres e 18 homens (a maioria deste segundo grupo recebeu como condenação serem decapitados). Isabel Fernandes, antes de ser degolada juntamente com seu filhinho Inácio, exclamou: "De todo o coração ofereço a Deus as duas coisas mais preciosas que possuo no mundo: a minha vida e a do meu filhinho".

Domingos Jorge, com a esposa Isabel Fernandes e o filho Inácio, foram beatificados pelo Papa Pio IX em julho de 1867.

Beatos Domingos Jorge, Isabel Fernandes e Inácio, rogai por nós!

(Fonte: Canção Nova)

Quinta-feira, 18 de novembro de 2010

33º do Tempo Comum (Ano “C”), 1ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde


Hoje: Dia do Conselheiro Tutelar e dia Nacional do Notário e do Registrador.

Santos: Hesíquio de Antioquia (mártir), Hilda de Whitby (abadessa), Odon de Cluny (abade), rículo e seus companheiros (mártires de Senuc), Pátroclo (eremita), Romano (diácono) e Bárula (um menino), (mártires de Antioquia), Tomás de Emèse (monge)

Antífona: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes. (J. 29, 11.12.14)

Oração: Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Leituras


Leitura: Apocalipse (Ap 5, 1-10)

O mistério de Deus, revelado por meio de Jesus

Eu, João, vi um livro na mão direita daquele que estava sentado no trono. Era um rolo escrito por dentro e por fora, e estava lacrado com sete selos. Vi então um anjo forte, que proclamava em voz alta: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” Ninguém no céu nem na terra nem debaixo da terra era digno de abrir o livro ou de ler o que nele estava escrito. Eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro.

Um dos anciãos me consolou: “Não chores! Eis que o leão da tribo de Judá, o rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro”. De fato, vi um cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro seres vivos, no meio dos anciãos. Estava de pé como que imolado.

O cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. Então, o cordeiro veio receber o livro da mão direita daquele que está sentado no trono. Quando ele recebeu o livro, os quatro seres vivos e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos.

E entoaram um cântico novo: “Tu és digno de receber o livro e abrir seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda a tribo, língua, povo e nação. Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra”. Palavra do Senhor!

Comentando a Leitura

O Cordeiro foi imolado, e com seu sangue adquiriu para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação

Muitas vezes se compara o universo a um livro cheio de segredos, trabalhosamente decifrado, página por página, pelo homem, através dos séculos. Escolas e institutos de todo gênero, difundidos por todas as latitudes, dão sua contribuição a essa gigantesca batalha para vencer progressivamente a ignorância. Se olharmos o mundo na perspectiva de Deus, todo esse desdobramento de forças reduz-se a uma só pessoa, Cristo Jesus.

Para ler o mundo em Deus, Cristo é chave. É o único homem perfeitamente assimilado à vontade de Deus, portanto, o único em condições de ver o universo na perfeita unidade em Deus. Nós só poderemos ler o mundo pelo prisma de Deus, na medida de nossa união com Cristo. É um aprendizado que custa, porque a escola aí tem um nome: a cruz. [Missal Cotidiano, Paulinas]


Salmo Responsorial: 149, 1-2.3-4.5-6a e 9b (R/.2b)

Fizestes de nós, para Deus, sacerdotes e povo de reis

Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, 6acom ouvores do Senhor em sua boca 9beis a glória para todos os seus santos.


Evangelho: Lucas (Lc 19, 41-44)

Jesus chora sobre Jerusalém

Naquele tempo, quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: “Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados.

Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.Palavra da Salvação!

[Leituras paralelas: Lc 13, 34-35; Mt 23, 37-39]

Comentando o Evangelho

O pranto de Jesus

A contemplação da cidade santa de Jerusalém deixou Jesus comovido. Símbolo da presença de Deus no meio do povo, lugar de peregrinação dos fiéis de todos os cantos do mundo, evocação da longa história de amor do Senhor por Israel, Jerusalém tornara-se símbolo da obstinação de um povo sem disposição para ouvir os apelos de conversão que lhe eram dirigidos pelo Messias.

O Templo fora transformado em casa de câmbio e lugar de exploração dos pobres. O culto estava longe de agradar a Deus, por se reduzir à mera exterioridade. O sacerdócio perdera sua característica própria, para se tornar objeto de disputa. Os peregrinos eram vistos como meio de enriquecimento de um grupo de aproveitadores. Por isso, o Filho de Deus não reconhecia mais aquela cidade e o Templo como lugares de habitação de seu Pai.

Os vaticínios de Jesus contra a cidade santa seguem os rumos da antiga pregação profética. Já Miquéias e Jeremias haviam anunciado a destruição de Jerusalém, por causa da idolatria que nela se instalara. E assim aconteceu, por obra do exército babilônico. Já as palavras de Jesus seriam realizadas pelas mãos do exército romano.

O pranto do Mestre sobre Jerusalém foi um apelo quase desesperado à conversão. Se ela fosse capaz de compreender que estava sendo visitada pelo mensageiro da paz, haveria de ser solícita em converter-se. Mas isto estava escondido a seus olhos. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano C, ©Paulinas, 1996]

Para Sua Reflexão:

Jesus chora aos pronunciar sua trágica predição. Não a pronuncia irado e com sentimentos de vingança. Pode repetir com o salmo: “Teus servos amam suas pedras, dói-lhes até o pó” (Sl 102,15); e chora com Jeremias: “Meus olhos se desfazem em lágrimas, dia e noite sem cessar, pela terrível desgraça da capital de meu povo, por sua ferida incurável” (Jr 14, 17).

Como o assédio e o arrasamento antigos: Isaías o prediz de longe e introduz como sujeito o Senhor (Is 29,3). Ezequiel está próximo e tem de gravá-lo em tijolo, esboço da tragédia (Ez 4,2); um salmo o recorda como já acontecido (Sl 137,9). Sobre o v.44 ver a lamentação de Sl 79, 1-2. É a última ocasião oferecida por Deus; compare-se com a vigorosa imagem de Os 13,13. [Bíblia do Peregrino]