Bem-aventurado José de Anchieta
Quinta-feira, 09 de junho de 2011
Nascido nas Ilhas Canárias, pertencente a uma grande família de 12 irmãos, o santo de hoje viveu no século XVI. Por motivos de estudo, foi enviado para Coimbra – Portugal, local onde teve o primeiro contato com a Companhia de Jesus e com o testemunho de São Francisco Xavier.
Muitas coisas o levaram a discernir seu chamado à vida religiosa, e aos 17 anos diante de uma imagem de Nossa Senhora, ele fazia o seu compromisso de abandonar tudo e servir a Deus.
Anchieta entrou na Companhia de Jesus em 1551, fez um noviciado exigente, e mesmo com a saúde frágil fez os seus votos de castidade, pobreza e obediência, em 1553. Neste mesmo ano foi enviado para o Brasil, e chegando na Terra de Santa Cruz ele pôde evangelizar.
Ainda não era sacerdote. Estudava Filosofia, Teologia, e sempre evangelizando, dando aulas, indo ao encontro dos indígenas. Respeitava a cultura do povo, conheceu a língua Tupi-Guarani para melhor evangelizar.
Homem fiel à santa doutrina, à sua congregação e acima de tudo, fiel ao Espírito Santo.
Esteve em diversos lugares do Brasil, como São Paulo, Rio de janeiro, Espírito Santo, Bahia etc. Consumia-se na missão.
José de Anchieta é um modelo para todos os tempos, para uma nova evangelização no poder do Espírito Santo e com profundo respeito a quem nos acolhe, a quem é chamado também a ser inteiro de Jesus.
Bem-aventurado José de Anchieta, rogai por nós!
[CANÇÃO NOVA]
Hoje: Dia Nacional de Anchieta, Apóstolo do Brasil, dia do Tenista e dia do Porteiro.
Leituras
I Leitura: Atos (At 22, 30; 23, 6-11)
Paulo sabe que o Senhor está com ele
Naqueles dias, querendo saber com certeza por que Paulo estava sendo acusado pelos judeus, o tribuno soltou-o e mandou reunir os chefes dos sacerdotes e todo o conselho dos anciãos. Depois fez trazer Paulo e colocou-o diante deles.
Sabendo que uma parte dos presentes eram saduceus e a outra parte eram fariseus, Paulo exclamou no conselho dos anciãos: "Irmãos, eu sou fariseu e filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da nossa esperança na ressurreição dos mortos". Apenas falou isso, armou-se um conflito entre fariseus e saduceus, e a assembléia se dividiu.
Com efeito, os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, enquanto os fariseus sustentam uma coisa e outra. Houve, então, uma enorme gritaria. Alguns doutores da Lei, do partido dos fariseus, levantaram-se e começaram a protestar, dizendo: "Não encontramos nenhum mal neste homem. E se um espírito ou anjo tivesse falado com ele?"
E o conflito crescia cada vez mais. Receando que Paulo fosse despedaçado por eles, o comandante ordenou que os soldados descessem e o tirassem do meio deles, levando-o de novo para o quartel. Na noite seguinte, o Senhor aproximou-se de Paulo e lhe disse: "Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma". Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
É preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma
Podemos pensar que Paulo haja interpretado a palavra do Senhor. “Assim como deste testemunho de mim em Jerusalém, serás também minha testemunha em Roma”, como o anúncio de uma nova missão de pregação e de grandes conversões, na capital do mundo então conhecido. Após haver evangelizado meio mundo, estava na lógica das coisas aportar a Roma, para concluir com chave de outro. Outros, porém, são os planos do Senhor. Paulo irá, sim, a Roma mas acorrentado. Dará testemunho do evangelho, não tanto com a palavra e com a ação, mas sobretudo com a prisão e o derramamento do próprio sangue. O Espírito é sempre imprevisível e soberanamente livre. Subverte os planos humanos, inclusive os de Paulo, que deu tudo de si a serviço do evangelho. É como um fogo devorador que entra na vida de cada um de nós e não deixa para nós um ângulo sequer ou uma dobra do nosso espírito. Só assim, porém, quando formos traspassados pelo fogo do Espírito, nos tornamos transparentes à sua palavra e toda a nossa vida se torna testemunho. [Missal Cotidiano, © Paulus]
Salmo: 15 (16), 1-2a e 5. 7-8. 9-10. 11 (R/. 1)
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: "Senhor vós sois meu Senhor". Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!
Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranqüilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!
Evangelho: João (Jo 17, 20-26)
Para que eles cheguem à unidade perfeita
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: "Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim. e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória. glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles". Palavra da Salvação!
Comentário o Evangelho
Perfeitos na unidade
A unidade foi o tema polarizador da pregação de Jesus, na etapa final do seu ministério. Esta preocupação é facilmente compreensível. Ele conhecia bem o coração humano, e sua tendência para a divisão, os conflitos, e a visão distorcida da realidade. Sintoma do pecado, a ausência de comunhão coloca-se no extremo oposto do ideal de Jesus. Foi este o alvo de sua ação redentora: arrancar o ser humano do egoísmo, que perverte o coração e o afasta de Deus e do próximo, levando a converter-se à unidade.
O modelo de unidade vislumbrado por Jesus é a comunhão trinitária. Portanto, ao apelar para a unidade, sua intenção foi levar os seres humanos a viver de modo semelhante, como vivem o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o mesmo projeto, fundado na comunhão, que Jesus propõe para a humanidade, a começar pelo grupo restrito dos discípulos.
Para Jesus, a comunhão dos discípulos reforçaria a credibilidade de sua condição de enviado. Se implantou uma forma de amor-comunhão, diferente das até então conhecidas, é porque ele, de alguma forma, a tinha previamente experimentado na comunhão com o Pai e o Espírito Santo. Esta experiência prévia, no seio da Trindade, possibilitou a Jesus mostrar aos seres humanos o que seria melhor para eles. Sem amor-comunhão, só existe frustração. Não existe salvação possível. É próprio do discípulo cultivar o ideal de ser perfeito na unidade. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, ©Paulinas, 1997]
Para sua reflexão:
Jesus roga também pelos futuros fiéis, e o núcleo do seu pedido é a unidade: entre eles, com Jesus e com Deus, como o Filho com o Pai. No Antigo Testamento sentiu-se a ânsia de unidade de um povo dividido pelo cisma. A unidade em João procede de Deus, é Jesus que a cria comunicando a glória do Pai; é comunicação de vida partilhada com Deus e numa comunidade. A unidade deve “manter” dentro do mundo, frente aos perigos internos e externos. A unidade tem que ser visível como reflexo ou irradiação da unidade transcendente. De um lado estará o mundo que não o reconheceu, do outro os que creram nele. A “vontade” ultima de Jesus é que deles, como indivíduos e como comunidade, estejam ou vivam com ele, contemple sua glória. (Bíblia do Peregrino)