Frei Gonçalo de Amarante

Segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


Nasceu no século XIII, em Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo a Guimarães, norte de Portugal. Muito cedo, ele se viu chamado ao sacerdócio. Em sua formação humana e cristã, Frei Gonçalo passou pelo Convento Beneditino, depois por Braga, lugar onde foi ordenado pelo Arcebispo. Não demorou muito para ser abade em São Paio.

Frei Gonçalo de Amarante pôde fazer várias peregrinações que muito enriqueceram sua vida espiritual e também apostólica. Ele foi a Roma, visitou os túmulos de São Pedro e São Paulo e tomou um "banho" de Igreja. Visitou a Terra Santa, conheceu os lugares santos por onde Jesus passou. Seu amor foi crescendo cada vez mais por Nosso Senhor.

Depois de voltar dessas peregrinações, ele teve ainda mais ardor para evangelizar. Discerniu sua vida religiosa e entrou para a família dominicana, daí vem o "frei". Quanto ao "Amarante", com seus irmãos de comunidade, ele foi para a cidade de Amarante em missão. Ele ficou conhecido como um segundo fundador dessa cidade, porque o seu amor apostólico o levava a ser um sinal no meio da sociedade.

Em 1262, partiu para a glória, deixando para o povo de Amarante, para todas as gerações ao norte de Portugal, para toda Europa e para todo o mundo, um testemunho de santidade que colabora para uma civilização mais justa.

Frei Gonçalo de Amarante, rogai por nós!

[Canção Nova]

Leituras

1 Leitura: Hebreus (Hb 1, 1-6)

Que todos os anjos o adorem

Nos tempos antigos, muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho. Deus o constituiu herdeiro de todas as coisas e, por meio dele, também criou os mundos. O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus se expressou tal como é em si mesmo. O Filho, por sua palavra poderosa, é aquele que mantém o universo. Depois de realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade de Deus nas alturas. Ele está acima dos anjos, da mesma forma que herdou um nome muito superior ao deles.

De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: "Você é o meu Filho, eu hoje o gerei?" Ou ainda: "Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho?" E de novo, quando introduz seu Filho primogênito no mundo, ele diz: "Que todos os anjos o adorem."

Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Deus falou-nos por meio do filho

A comunidade cristã é a beneficiária da plena manifestação de Deus aos homens através de Cristo que, ressuscitado e “sentado à direita da majestade (Deus) no alto dos céus”, continuou, entretanto, presente na sua Igreja. Essa manifestação não é apenas o cumprimento da antiga, que se processava por meio dos profetas, mas é também substancialmente diversa. De todos os tempos a capacidade de viver a vida divina. Por isso, a ação de Cristo, ao mesmo tempo que fica acima e além da ação humana, impregna-a de seu espírito, de tal modo que todo homem na Igreja se torna “manifestação” de Deus.

Quem vive o mistério de Cristo não pode considerar insignificante nem a si mesmo, nem aquilo que faz. No trabalho, no estudo, no lazer, na oração, no sofrimento, entramos em sintonia com o universo inteiro que revela a amável presença do Criador. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]


Salmo: 96 (97), 1-2.6 e 7c.9 (R/.cf 7c)

Adorai o Senhor Deus, vós anjos todos!

Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas rejubilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apóia na justiça e no direito.

E Assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória. Aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!

Porque vós sois o Altíssimo, Senhor, muito acima do universo que criastes, e de muito superais todos os deuses.


Evangelho: Marcos (Mc 1, 14-20)

Início da pregação de Jesus Cristo

Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: "tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos vos, e crede no Evangelho!". E, passando à beira do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: "Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens".

E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus. Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus.

Palavra da Salvação!

8(Leituras paralelas recomendadas: Mt 4, 12-17; Lc 4,14-15; Jo 4,1-3)*

Comentário do Evangelho

Conversão e fé

A pregação de Jesus teve início com um duplo imperativo: conversão e acolhida da Boa Nova. Ambas as exigências constituem a atitude básica de quem pretende fazer-se discípulo do Reino. É também a base do discipulado.

A conversão toca a raiz da ação humana, aí onde se situa a liberdade. E consiste em substituir o egoísmo pelo amor, como objetivo determinante do agir. Esta mudança é obra da graça divina que atua no coração humano. Por outro lado, corresponde a deixar-se dinamizar pelo Reino de Deus.

Quando Deus se torna senhor do nosso coração, o egoísmo aí não tem lugar, e o modo humano de agir assemelha-se ao modo divino. O passo seguinte consiste em dar ouvido à Boa Nova proclamada por Jesus, ordenando agir conforme os parâmetros indicados por ele.

Tanto a conversão quanto a fé na Boa Nova não consistem somente em gestos exteriores, por mais edificantes que sejam. A exterioridade pode ser enganosa e encobrir motivações incompatíveis com o projeto de Jesus. A hipocrisia é risco sempre presente no processo de conversão.

Tocado no mais íntimo do seu ser, o discípulo dispõe-se a tornar-se imitador de Jesus, que viveu radicalmente centrado no Pai. A expressão viva desta vivência está em ter passado pelo mundo fazendo somente o bem.

É no exemplo de Jesus que o discípulo se inspira, quando se converte ao Evangelho. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano A, ©Paulinas, 1997]