Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Segunda-feira, 27 de junho de 2011
A devoção à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada a partir de 1870 e espalhou-se por todo o mundo. Trata-se de uma pintura do século XIII, de estilo bizantino. Segundo a tradição, foi trazida de Creta, Grécia, por um negociante. E, desde 1499, foi honrada na Igreja de São Mateus in Merulana..
Em 1812, o velho Santuário foi demolido. O quadro foi colocado, então, num oratório dos padres agostinianos. Em 1866, os redentoristas obtiveram de Pio IX o quadro da imagem milagrosa. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi colocada na Igreja de Santo Afonso, em Roma. De semblante grave e melancólico, Nossa Senhora traz no braço esquerdo o Menino Jesus, ao qual o Arcanjo Gabriel apresenta quatro cravos e uma cruz. Ela é a senhora da morte e a rainha da vida, o Auxílio dos cristãos, o socorro seguro e certo dos que a invocam com amor filial.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, rogai por nós!
Hoje: Dia Internacional do Diabético, Dia Nacional do Progresso
Leituras
Primeira Leitura (Gênesis 18, 16-33)
Os homens levantaram-se e partiram na direção de Sodoma, e Abraão os ia acompanhando. O Senhor disse então: “Acaso poderei ocultar a Abraão o que vou fazer? Pois que Abraão deve tornar-se uma nação grande e poderosa, e todos os povos da terra serão benditos nele. Eu o escolhi para que ele ordene aos seus filhos e à sua casa depois dele, que guardem os caminhos do Senhor, praticando a justiça e a retidão, para que o Senhor cumpra em seu favor as promessas que lhe fez.” O Senhor ajuntou: “É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande. Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei.” Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor. Abraão aproximou-se e disse: “Fareis o justo perecer com o ímpio? Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar? Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?” 26 O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles.” Abraão continuou: “Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza. Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?” “Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos.” Abraão insistiu ainda e disse: “Talvez só haja aí quarenta.” “Não destruirei a cidade por causa desses quarenta.” Abraão disse de novo: “Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda! Talvez só se encontrem trinta!” “Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei.” Abraão continuou: “Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte.” “Em atenção aos vinte, não a destruirei.” 32 Abraão replicou: “Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?” E Deus respondeu: “Não a destruirei por causa desses dez.” E o Senhor retirou-se, depois de ter falado com Abraão, e este voltou para sua casa.
Salmo102/103
O Senhor pôs o seu trono lá nos céus.
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
Pois ele te perdoa toda culpa
E cura toda a tua enfermidade;
Da sepultura ele salva a tua vida
E te cerca de carinho e compaixão.
O Senhor é indulgente, é favorável,
É paciente, é bondoso e compassivo.
Não fica sempre repetindo as suas queixas
Nem guarda eternamente o seu rancor.
Não nos trata como exigem nossas faltas
Nem nos pune em proporção às nossas culpas.
Quanto os céus por sobre a terra se elevam,
Tanto é grande o seu amor aos que o temem.
Evangelho (Mateus 8,18-22)
Naquele tempo, certo dia, vendo-se no meio de grande multidão, ordenou Jesus que o levassem para a outra margem do lago. Nisto aproximou-se dele um escriba e lhe disse: "Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores". Respondeu Jesus: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu, seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". Outra vez um dos seus discípulos lhe disse: "Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar meu pai". Jesus, porém, lhe respondeu: "Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “A Euforia do Seguimento”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Jesus está no meio de uma multidão e pretende ir a outra margem, certamente ali não faltavam os que estavam ansiosos por uma mudança no quadro social e político, não faltava quem já fazia as contas para ver quanto iria ganhar, se começa a seguir a Jesus e participar da sua comunidade. Pessoas simples e nobres, ignorantes e letrados, todos o admiravam e sentia-se atraídos por ele, Um Escriba não se conteve em sua euforia e se apresentou a Jesus “Mestre, te seguirei para onde quer que fores...”
Para onde ele esperava que Jesus fosse? Na direção do sucesso, da popularidade, de um poder e autoridade nunca dantes visto por ali, as lideranças iam ter que dar o braço a torcer, Jesus seria um Vencedor, esse modo de pensar do Escriba é também dos discípulos, entre eles o nosso conhecido São Pedro, que também tinha esses chiliques de euforia de vez em quando, na resposta de Jesus uma constatação, na linguagem dos anos 60 70 e acho que até hoje, costuma-se dizer de alguém que não tem nada, que é um “Pé Rapado”, não tem um Gato prá puxar pelo rabo, o Escriba tinha uma intuição de que aquele Mestre iria vencer na vida, por isso queria segui-lo com tanta fidelidade, mas foi assim que Jesus se apresentou, não tinha casa e nem um lugar para repousar a cabeça...
Quantos cristãos temos em nossas comunidades, que seguem a Jesus pensando em alguma vantagem, as vezes até material. São entusiasmados porque vislumbrem uma “Virada de Jogo” em sua vida, como acreditam os sonhadores da Teologia da Retribuição e da Prosperidade.
Um outro que havia sido convidado, justificou-se “deixa-me ir enterrar meu pai”. Essa é uma boa desculpa, nada mais justo, estar com a família no velório, esperar a hora do enterro, para depois então pensar em segui-lo. Não se sabe se o pai do tal sujeito havia realmente falecido, pode ser que não, e que até gozava de perfeita saúde, a lei antiga era muito insistente em que os Filhos deviam honrar os pais, e atendê-los na velhice.
Quantas desculpas boas como essa a gente tem no coração para ir “empurrando com a barriga” a nossa vocação cristã, sem assumi-la de fato. Depois que meus Filhos crescerem...depois que me aposentar....depois que a Filha se casar...depois que eu me mudar para mais perto da igreja....depois que esse padre for embora....depois que mudar a coordenação....depois que eu mudar de paróquia...
Na resposta de Jesus uma bonita exortação “Deixai que os mortos enterrem seus mortos”, o discípulo que faz a opção por Jesus, sabendo quem ele é e para onde vai, encontrou a Vida Verdadeira, todo o resto, em si, não faz sentido, sem Ele, e este sentido vamos percebendo na vida em comunidade.
2. Seguir o caminho da vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Após atender as multidões em Cafarnaúm, Jesus decide passar para a outra margem do lago da Galiléia, em direção à cidade de Gadara. Em dois curtos diálogos, são traçadas as exigências do seguimento de Jesus.
Um escriba se aproxima, chama Jesus de "mestre" e se declara disposto a segui-lo. O escriba, um especialista na Lei, talvez tenha sido tocado pelas palavras de Jesus ao anunciar a novidade do Reino dos Céus que supera a tradicional Lei. Com a referência metafórica às raposas e pássaros, simbolizando as austeras condições de seu discipulado itinerante, contestando a sociedade tradicional, a resposta de Jesus alerta aquele escriba, acostumado ao prestígio e ao conforto.
O outro que se dirige a Jesus já é um discípulo, o qual se sente na responsabilidade de sepultar seu pai. A resposta de Jesus surpreende. Jesus repete o chamado: "segue-me", e em seguida dispensa o discípulo deste dever de sepultara. Aqui, também, pode haver uma alusão metafórica à ruptura com as antigas tradições da Lei, apresentada sob a imagem do pai a ser sepultado. Seguir Jesus é seguir o caminho da vida, na união da grande família que faz a vontade do Pai.
3. COMO SEGUIR JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Quem quiser tornar-se discípulo deverá submeter-se às exigências do discipulado estabelecidas por Jesus. As conveniências e comodidades do discípulo não contam, quando Jesus o chama para segui-lo. Ao discípulo cabe apenas obedecer.
O discipulado acontece na pobreza. Quem pensa seguir Jesus para encontrar bem-estar econômico e garantir a própria segurança, está equivocado. O próprio Jesus não tinha onde reclinar a cabeça. Ele vivia neste mundo ser nem mesmo possuir uma casa, como se fosse um estrangeiro, peregrino nesta terra. Não seria diferente com o discípulo. Nada de instalar-se no bem-bom deste mundo. O discipulado se dá em forma de desapego e liberdade em relação aos bens materiais, isto é, na pobreza.
O discipulado acontece na ruptura dos laços que impedem o Reino de tornar-se absoluto na vida do discípulo. Os laços familiares são tão fortes que, às vezes, chegam a impedir o discípulo de dar os passos exigidos pelo Reino, fazendo-o adiá-los indefinidamente. O Reino não pode perder sua primazia na vida do discípulo de forma alguma. Por isso, Jesus deu ao discípulo a ordem peremptória de segui-lo, sem esperar pela morte e sepultamento do próprio pai. Haveria quem cuidasse disto. Quanto ao discípulo, o Reino exigia que ele assumisse imediatamente sua parte na missão.