Santa Ângela de Foligno

Terça-feira, 04 de janeiro de 2011


Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, amenina foi crescendo. Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou o seu vazio existencial. Foi quando recorreu à Virgem Maria e buscou o sacramento da reconciliação.

Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres, entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e saía para peregrinações em Assis.

Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.

Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!

[Canção Nova]

Hoje: Dia da Abreugrafia e dia do Hemofílico

Santos: Aquilino, Gemino, Eugênio, Marciano, Quinto, Teodoro e Trifon (mártires da África), Dafrosa de Roma (esposa de Flaviano, mártir), Elisabete Seton (mãe de cinco filhos, viúva, fundadora, nos Estados Unidos, das Irmãs da Caridade), Estêvão de Bourg (monge), Ferréolo de Uzès (bispo), Gregório de Langres (bispo), Hermes, Ageu e Caio (mártires de Bolonha), Libêncio de Hamburgo (monge, bispo), Mavilo de Adrumetum (mártir, Prisco, Prisciliano e Benedita (mártires de Roma) , Roberto de Reims (monge, bispo), Ângela de Foligno (viúva, religiosa, bem-aventurada), Genoveva Torres Morales (religiosa, bem-aventurada), Oringa da Cruz (virgem da Toscana, bem-aventurada), Palumbo de Subiaco (monge, bem-aventurado), Rogério d’Elan (abade, bem-aventurado), Tomás Plumtree (mártir, bem-aventurado).

Antífona: Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina. (Sl 117, 26-27)

Oração: Ó Deus, cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante a nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Leituras

Leitura: I Carta de São João (1Jo 4, 7-10)

As fontes da caridade e da fé

Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.

Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Deus é amor

O amor do cristão para com os irmãos, que chega ao heroísmo de perdoar e fazer o bem mesmo àqueles que nos fazem mal, a ponto de dar por eles a vida como fez Jesus por nós, não pode provir da natureza humana, repleta de egoísmo, que tende à afirmação do próprio eu e à defesa dos próprios direitos. Tal amor encontra em Deus sua fonte fecunda e inexaurível (versículo 7); compreende a fraqueza da criatura, quer libertar o homem da escravidão do pecado e teve a sua manifestação mais alta na encarnação do Filho e em sua morte na cruz por nós (versículo 9). "Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, quando ainda éramos pecadores" (Rm 5,8). Amor pede amor; mas para ser autêntico, mais que uma resposta "vertical" de amor para com Deus, ele nos pede amor para com os irmãos: "Nisto vos reconhecerão por meus discípulos, Se vos amardes uns aos outros (Jo 13,35; cf 1Jo 4,12-20)”. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]


Salmo: 71(72), 2.3-4ab.7-8 (R/.cf.11)

Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó senhor!

Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.

Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!


Evangelho: Marcos (Mc 6, 34-44)

Primeira multiplicação dos pães

Naquele tempo, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e já é tarde. Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer". Mas, Jesus respondeu: "Dai-lhes vós mesmos de comer. Os discípulos perguntaram: "Queres que gastemos duzentos dentários para comprar pão e dar-lhes de comer?" Jesus perguntou: "Quantos pães tendes? Ide ver. Eles foram e responderam: "Cinco pães e dois peixes". Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinqüenta pessoas.

Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. Todos comeram, ficaram satisfeitos, e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.

Palavra da Salvação!

(Leituras paralelas: Mt 14, 13-21; 15, 32-28; Mc 8, 1-9; Lc 9,10-17;Jo 6,1-15)


Comentário o Evangelho

Liderança e partilha

O milagre da “multiplicação dos pães”, ou a refeição milagrosa, está presente nos quatro evangelhos (sinóticos); em Marcos e Mateus eles se complementam. É a última refeição na Galiléia, como banquete festivo de uma comunidade em formação. A refeição tem algo de sacramental, apesar de falta de vinho nesse banquete, e nos lembra da Eucaristia.

Para que a partilha funcione é necessário que haja primeiro a organização do povo: “Então Jesus, como um perfeito líder, mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas” (Mc 6, 39-40). Jesus abençoa os cinco pães e os dois peixes, ergue os olhos para o céu o milagre acontece. Na eucaristia Deus se importa com o seu povo.

Atualmente o povo carece de bons e líderes capazes de abdicarem dos seus interesses particulares e egoístas e se dedicarem, também, aos interesses dos marginalizados, de forma inteligente, mas sem violência, como no testemunho de vida de Gandhi. Jesus é apresentado aqui como pastor messiânico, semelhante a Moisés ou a Davi, encarnando o próprio Deus-pastor, o Bom Pastor (Sl 23,1). É Ele que lhes dá o verdadeiro alimento. O primeiro milagre dos Paes também lembra Ex 16 em que Deus fornece maná para seu povo que caminhava no deserto.

Hoje a sociedade é focada na lógica do comercio na busca incessante do lucro (pelo ter e pelo ser simplesmente): quem pode comprar se alimenta em abundância e até em excesso; os que não podem adquirir (falta-lhe dinheiro, emprego, justiça social) passam fome e até morrem pela falta do essencial à vida. Os bens da natureza e aqueles bens que sustentam a vida são dons de Deus, do qual todos têm direito, ou seja, quando há partilha não há falta, pelo contrário: há até sobras. Hoje a partilha chega a ser quase uma utopia, porque reinam, sobretudo, a omissão e o egoísmo.

O milagre da multiplicação pode ser alcançado por qualquer cristão consciente da sua missão no mundo. O exercício da fé sem obras torna o cristão sem ação pratica no mundo em que vive.

[Everaldo Souto Salvador, ofs, [email protected]]