Santa Catarina da Suécia

Sábado, 24 de março de 2012


Nasceu na Suécia, de família ligada aos reis. Sua mãe era Santa Brígida, que após o falecimento do esposo, se tornou uma peregrina até instalar-se em Roma.

Catarina foi formada na Abadia de Bisberg, permanecendo ali até casar-se. Não demorou muito tempo e seu esposo veio a falecer. Tinha um coração rendido a uma intimidade profunda com Deus, abriu-se a uma consagração total e foi viver junto de sua mãe em Roma, onde permaneceram por 23 anos.

Tornou-se Abadessa em Valdstena, onde permaneceu até sua morte em 1381.

Santa Catarina da Suécia, rogai por nós!


Leituras

Leitura (Jeremias 11,18-20)
Leitura do livro do profeta Jeremias.

11 18 Instruído pelo Senhor, eu o desvendei. Vós me fizestes conhecer seus intentos.

19 E eu, qual manso cordeiro conduzido à matança, ignorava as maquinações tramadas contra mim: "destruamos a árvore em seu vigor. Arranquemo-la da terra dos vivos, e que seu nome caia no esquecimento".

20 Vós sois, porém, Senhor dos exércitos, justo juiz que sondais os rins e os corações. Serei testemunha da vingança que tomarei deles e a vós confio minha causa.


Salmo 7

Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio;
vinde salvar-me do inimigo, libertai-me! Não aconteça que agarrem minha vida
como um leão que despedaça a sua presa,
sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me!

Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço
e segundo a inocência que há em mim!
Ponde um fim à iniqüidade dos perversos
e confirmai o vosso justo, ó Deus-justiça,
vós que sondai os nossos rins e corações.

O Deus vivo é um escudo protetor
e salva aqueles que têm reto coração.
Deus é juiz e ele julga com justiça,
mas é um Deus que ameaça cada dia.


Evangelho (João 7,40-53)

7 40 Ouvindo Jesus falar, alguns daquela multidão diziam: "Este é realmente o profeta".

41 Outros diziam: "Este é o Cristo". Mas outros protestavam: "É acaso da Galiléia que há de vir o Cristo?

42 Não diz a Escritura: O Cristo há de vir da família de Davi, e da aldeia de Belém, onde vivia Davi?"

43 Houve por isso divisão entre o povo por causa dele.

44 Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe lançou as mãos.

45 Voltaram os guardas para junto dos príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: "Por que não o trouxestes?"

46 Os guardas responderam: "Jamais homem algum falou como este homem!"

47 Replicaram os fariseus: "Porventura também vós fostes seduzidos?

48 Há, acaso, alguém dentre as autoridades ou fariseus que acreditou nele?

49 Este poviléu que não conhece a lei é amaldiçoado!"

50 Replicou-lhes Nicodemos, um deles, o mesmo que de noite o fora procurar:

51 "Condena acaso a nossa lei algum homem, antes de o ouvir e conhecer o que ele faz?"

52 Responderam-lhe: "Porventura és também tu galileu? Informa-te bem e verás que da Galiléia não saiu profeta".

53 E voltaram, cada um para sua casa.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Os guardas voltaram de mãos abanando..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

As pessoas definiam Jesus não de acordo com aquilo que ele era, mas aquilo que a elas interessava, para uns ele era realmente um grande Profeta, talvez inspirados pelos profetas que Deus mandara no antigo Testamento, estes buscavam uma esperança que só Deus lhes poderia dar.

Para outros ele era o Cristo, isso é, o ungido, o enviado de Deus, colocavam nele todas as suas esperanças e acreditavam em seu Messianismo que iria trazer a Salvação a todos. O grande problema continua sendo aquele que já comentamos na reflexão de ontem: Jesus era humano demais, e o fato da sua origem ser da Galiléia não credenciava a ser o Messias que segundo as escrituras viria de uma linhagem nobre.

E para alguns, o fato dele não ser quem esperavam que fosse, transformava a frustração em raiva. Um comportamento onde se joga no irmão ou na irmã toda a nossa frustração, pelos nossos fracassos e derrotas, a culpa é das pessoas que não são o que a gente esperava que fossem. Não será assim em nossas comunidades, até hoje? "Se depender de mim e do que eu penso, a comunidade vai bem, mas tem fulano e cicrano que nunca correspondem".

O segundo aspecto importante a ser considerado nessa reflexão, é a atitude dos Guardas que, pertencendo ao povo, e não estando atrelados a nenhuma lei ou tradição escriturista, estão abertos para ouvir as palavras de Jesus e elas o encantam de tal modo que os impede de o prender.

O pior papel fica mais uma vez com os famigerados Fariseus, a quem o messianismo de Jesus não lhes interessava, uma vez que suas palavras e obras não coincidiam com o conhecimento deles, que provinha da Lei e da tradição. Eram eles os guardiães da tradição e deles teria que vir o aval que iria autenticar o messianismo de Jesus.

Nas comunidades temos os nossos conselhos pastorais e econômicos, que representam a assembléia e não podem fazer valer a opinião pessoal, ou a deste ou aquele grupo. O verdadeiro cristianismo é dialogante e interativo, virtudes estas que brotam da comunhão fraterna, e que os Fariseus não tiveram e que também, infelizmente faz falta em nossas comunidades...

2. Incompreensão da missão de Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Jesus ensinava a multidão em Jerusalém, durante a festa das Tendas. Entre eles se discutia se Jesus seria o messias ("cristo"). Sabem que Jesus vem da Galileia, enquanto o messias davídico deveria vir de Belém (na elaboração teológica de Mateus e Lucas, em seus evangelhos, Jesus nasce em Belém).

Os próprios guardas enviados para prender Jesus ficaram tocados por suas palavras dirigidas ao povo. Na censura a estes, os chefes religiosos judeus mostram o desprezo que tinham pelo povo, considerado ignorante da Lei, maldito e pecador.

Estes chefes, com uma compreensão messiânica diferente da popular, descartavam o messianismo de Jesus, por sua origem humilde, e procuravam matá-lo, porque sua prática libertadora ameaçava a estrutura religioso-política do Templo.

3. UMA SUGESTÃO SENSATA

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A presença de Jesus, em Jerusalém, era motivo de controvérsia. Ninguém sabia ao certo, quem era aquele homem, cujo ensinamento destoava das doutrinas tradicionais dos escribas, e cuja autoridade não se fundamentava na pertença a algum dos grupos conhecidos. Muitos acreditavam tratar-se do Messias; não faltava, porém, quem duvidasse, pelo fato de Jesus não se enquadrar nas pistas que o povo tinha à disposição para identificar o Messias. Até mesmo os soldados, enviados para prendê-lo, não tiveram coragem de fazê-lo. E isto, não tanto por medo do povo, e sim, por estarem convencidos da sinceridade da pregação do Mestre.

Esta situação colocava em pânico a cúpula religiosa. Era um caso difícil de ser tratado. Na verdade, Jesus não havia cometido nenhum delito, passível de punição. Tampouco se mostrava como um indivíduo socialmente perigoso. Tudo se passava no âmbito teológico: seus ensinamentos desconcertavam os inimigos.

Nicodemos dá um tom de sensatez à situação. Por respeito à Lei, o acusado devia ser ouvido, antes de ser condenado. Caso contrário, corria-se o risco de cometer uma injustiça.

No caso de Jesus, seus inquisidores teriam dificuldade de ouvi-lo com imparcialidade, abrindo mão da sentença de morte já decidida.

Oração