Santa Catarina de Sena

Sexta-feira, 29 de abril de 2011


Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347.

Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.

Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: "Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja".

Santa Catarina de Sena, rogai por nós!

[CANÇÃO NOVA]

6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA


Leituras

Livro dos Atos dos Apóstolos 4,1-12.

Estando eles a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos.

Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.

No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.

No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.

Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»

Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado, ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.

Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.

E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»


Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a.

Louvai o SENHOR, porque Ele é bom, porque o seu amor é eterno. Diga a casa de Israel: «O seu amor é eterno.»

Digam os que crêem no SENHOR: «O seu amor é eterno.»

pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.

Isto foi obra do SENHOR e é um prodígio aos nossos olhos.

Este é o dia da vitória do SENHOR: cantemos e alegremo-nos nele!

SENHOR, salva-nos! SENHOR, dá-nos a vitória!

Bendito o que vem em nome do SENHOR! Da casa do SENHOR nós vos abençoamos.

SENHOR é Deus; Ele tem-nos iluminado! Entrançai as ramagens de festa até às hastes do altar.


Evangelho segundo S. João 21,1-14.

Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.

Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.

Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.

Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água.

Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.

Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.

Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Comentário ao Evangelho

Por : São Pedro Crisólogo

«Jesus apresentou-Se na margem»

Depois da Sua Paixão, cujo tumulto surpreendeu a terra, assustou o céu, assombrou os séculos e desolou os infernos, o Senhor veio até à beira-mar e reparou que os discípulos erravam nas águas em plena noite, sujeitos a uma obscura ondulação. O sol ainda vinha longe e nem a luz da lua, nem o céu estrelado conseguiam acalmar a angústia duma noite assim. Diz o Evangelho que «ao romper do dia, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele». A Criação inteira fugira ao ultraje infligido ao seu Criador, a terra assistira ao tremor das suas fundações e à sua falência, o sol desaparecera para não ter de olhar, o dia retirara-se para não ter de assistir e, apesar da sua dureza, as rochas fenderam-se. O inferno vê o seu próprio Juiz chegar às suas entranhas e, vencido, solta os seus cativos com um grito de dor (Mt 27,45-52).

O mundo inteiro fora lançado na confusão e nem sequer duvidara que, com a morte do Criador, fora mergulhado de novo nas trevas primordiais e no antigo caos (Gn 1,2). Mas de repente, na luz da Sua Ressurreição, o Senhor resgata o dia e devolve ao mundo o seu aspecto de sempre. Vem para fazer ressurgir com Ele, na Sua glória, todos os que andavam abatidos de tristeza: «Ao romper do dia, Jesus apresentou-Se na margem». Em primeiro lugar, vem reconduzir a Sua Igreja à segurança da fé, já que encontrou os Seus discípulos privados dela e despojados das suas forças. Estavam lá Pedro, que O negou, Tomé, que não acreditou, João, que fugiu, e por isso não lhes fala como a valentes soldados, mas como a crianças assustadas: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?». Deste modo os discípulos serão chamados à graça pela Sua humanidade, à confiança pelo pão, e à fé pelo sustento. Com efeito, só acreditariam na Ressurreição do Seu corpo se O vissem ceder às vicissitudes da existência e comer. Por isso pede comida Aquele que é a abundância de todos os bens, e come Ele próprio do pão porque tem fome não de alimento, mas do amor dos Seus: ««Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-Lhe: «Não»». E o que podiam eles ter, uma vez que já não tinham consigo a Cristo – embora Ele estivesse ali, no meio deles – e não viam o Senhor, se bem que O tivessem diante dos olhos? «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar».[EVANGELHO QUOTIDIANO]