Santa Cecília
Segunda-feira, 22 de Novembro de 2010
Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus. Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto assim que no século V uma Basílica foi construída em seu nome. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda.
A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas. No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres.
Segundo o relato da sua Paixão Cecília tinha sido uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido, com transparência, o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um Anjo guardava sua decisão.
Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o Anjo. Desse desafio Cecília conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o Anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos.
O Anjo colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia. Colocada perante a alternativa de sacrificar aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que lembrava Cecília que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, respondeu: "É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida".
Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou cortar-lhe a cabeça. Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: "Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro esposo". Estas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.
Santa Cecília, rogai por nós!
(Fonte: Canção Nova)
Segunda, 22 de novembro de 2010
Santa Cecília (Virgem e Mártir), Memória, 2ª Semana do Saltério (Livro III), cor Vermelha
Hoje: Dia da Música e Dia do Músico
Santos: Marcos e Estêvão (mártires de Antioquia da Pisídia), Filêmon e Apia (a Filêmon São Paulo escreveu a mais breve de suas cartas; mártires), Leonardo Kimura e Companheiros (mártires do Japão), Mauro de Roma (mártir), Pragmácio de Autun (bispo), Saviniano de Ménat (abade), Tigrídia de Oña (abadessa), Bento de Ponte (dominicano, bem-aventurado), Cristiano de Auxérre (bispo, bem-aventurado), Eugênia de Matera (abadessa, bem-aventurada), Salvador Lilli (franciscano, bem-aventurado)
Antífona: Louvem as virgens o nome do Senhor, porque só ele é excelso; sua glória excede a terra e o céu. (Sl 148, 12ss)
Oração: Ó Deus, sede favorável às nossas súplicas e dignai-vos atender as nossas preces pela intercessão de santa Cecília. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura: Apocalipse (Ap 14, 1-3.4b-5) O cordeiro estava de pé sobre o monte de Sião
Eu, João, tive esta visão: O Cordeiro estava de pé sobre o monte de Sião. Com ele, os cento e quarenta e quatro mil que tinham a fronte marcada com o nome dele e o nome do seu Pai. Ouvi uma voz que vinha do céu; parecia o barulho de águas torrenciais e o estrondo de um forte trovão. O ruído que ouvi era como ó som de músicos tocando harpa.
Estavam diante do trono, diante dos quatro Seres vivos e dos Anciãos, e cantavam um cântico novo. Era um cântico que ninguém podia aprender; só os cento e quarenta e quatro mil marcados, que foram resgatados da terra. Eles seguem o Cordeiro aonde quer que vá. Foram resgatados do meio dos homens, como primeira oferta a Deus e ao Cordeiro. Na sua boca nunca foi encontrada mentira. São íntegros!
Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
Tinham a fronte marcada com o nome de Cristo e do seu Pai
Os salvos, aqui em número simbólico, celebram uma liturgia celeste diante do Cordeiro. Eles não se contaminaram amando o mundo que se opõe a Cristo. Trazem impressos na fronte os nomes de Cristo e do Pai, ou seja, a marca batismal. O cântico é a sinfonia da caridade, segundo a palavra de Inácio de Antioquia: "Deveis formar um só corpo, recebendo de Deus o sinal...; ele reconhecerá por vossas obras que sois o Cântico de seu Filho". Essa liturgia celeste é já um desenvolvimento.
Não a imobilidade, mas poderoso dinamismo anima a vida eterna. Desde já os remidos caminham em seguimento do Cordeiro, que aparece em contínuo movimento: é o movimento de Deus. Cristo é quem leva a humanidade a descobrir as maravilhas sempre novas do amor em seu reino. Santo Agostinho nos exorta: "Desde agora, irmãos, prestemos atenção aos cânticos da cidade (de Deus) de que somos cidadãos".
[Missal Cotidiano, Paulus]
Salmo Responsorial: 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R/.cf.6)
É assim que a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tomou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.
"Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?" "Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador". "E assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face".
Evangelho: Lucas (Lc 21, 1-4)
Oferta da viúva pobre
Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos e viu pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do Templo. Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas. Diante disso, ele disse: "Em verdade vos digo que essa pobre viúva ofertou mais do que todos. Pois todos eles depositaram, como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver". Palavra da Salvação!
[Leitura paralela: Mc 12, 41-44]
Comentando o Evangelho
Um modo diferente de avaliar
O templo de Jerusalém tornara-se lugar de altas transações econômicas, tendo-se transformado numa espécie de banco central do país. Os ricos tornaram-no lugar de exibição de poder, competindo entre si e pensando valer mais que os pobres. Na prática, comportavam-se como ateus, sob capa de piedosos, pois o deus deles nada tinha a ver com o verdadeiro Deus de Israel.
A observação de Jesus, contemplando as atividades em torno da caixa de ofertas do templo, corresponde ao modo divino de considerar aquela situação. Enganava-se quem pensava poder "comprar" o beneplácito divino, fazendo ofertas vultosas. Deus considera a qualidade da oferta e não sua quantidade; a disposição do coração, não o exibicionismo exterior; o grau de desapego dos bens deste mundo, não a busca inútil de aplausos.
Por isso, a oferta da pobre viúva - duas moedinhas sem muito valor -, aos olhos de Deus valeu mais que as grandes quantias depositadas pelos ricos. Enquanto estes ofereciam de seu supérfluo, a viúva partilhava com Deus, o pouco de sua indigência, o que lhe restava para viver. Seu coração desapegado e sua total confiança na providência divina deram á sua oferta uma consistência tal que a fez superar a esmola dos ricos. Diferentemente destes, entregara tudo o que tinha a Deus, pois dele esperava tudo. Os bens deste mundo não eram suficientes para oferecer-lhe segurança. Sabia existir alguém maior em quem se apegar! [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano C, ©Paulinas, 1996]
Para Sua Reflexão:
A cena das oferendas que eram lançadas no cofre do templo pelos ricos, em contraste com o que depositou a viúva, que era o único que tinha, serve também a Jesus para ilustrar outro aspecto mais das relações que devem surgir na nova sociedade inaugurada pelo reino. Já não é o valioso, o aparentemente grande nem o poderoso a medida para julgar a nova sociedade, e sim o desprendimento, a generosidade e, sobretudo, a fé e a convicção de que entregando tudo pelo reino, isto é, por um modo de vida solidário, fraterno e igualitário, ninguém ficará na realidade desprovido nem desprotegido. [Novo Testamento, Edição de Estudos, Ave-Maria]