Santa Cristiana
Quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
A vida de Santa Cristiana é um grande testemunho de que nada é coincidência, mas tudo é providência. Os Georgianos consideram-na o instrumento providencial da sua conversão.
Era uma escrava que vivia na Grécia, nos princípios do século IV. Teria sido levada cativa para essa terra por guerreiros vitoriosos? Ou teria lá procurado voluntariamente asilo, fugindo à perseguição que se desencadeara na sua pátria? Ninguém sabia donde ela tinha vindo; só a conheciam pelo nome de Cristiana ou Nina (cristã). Era humilde e caritativa e fazia-se estimar.
Quando alguma criança caía doente nessas regiões, a mãe levava-a de porta em porta, a fim de consultar as vizinhas sobre os melhores remédios a aplicar. Um dia, foi ter com Nina uma pobre mulher, levando nos braços um menino moribundo. Ao vê-lo, Nina disse: "Eu não posso fazer nada, mas Deus Todo-Poderoso pode restituir-lhe a saúde, se for essa a sua vontade". Deitou o moribundo no seu próprio catre, cobriu-o com o seu cilício, orou a Deus em nome de Cristo e, a seguir, restituiu à mãe o filho curado.
A fama deste milagre chegou aos ouvidos da rainha da Geórgia, que estava a morrer de doença desconhecida. Pediu ele que lhe chamassem Nina, mas esta, cuja inocência já tinha corrido muitos perigos, respondeu: "O meu lugar não é em palácio". Foi então a rainha ter com a escrava e recuperou a saúde. Tanto ela como o rei Mirian quiseram recompensá-la com ricos presentes, mas Cristiana recusou-os, dizendo: "A única coisa que me faria feliz seria ver-vos abraçar a religião cristã". Mirian levou muito tempo a tomar essa decisão, mas um dia, correndo grave perigo numa caçada às feras, prometeu que, se escapasse, se faria cristão. Sabe-se efetivamente que, cerca do ano de 325, ele pediu a Constantino que lhe enviasse missionários. O Imperador enviou-lhe o Bispo Pedro e o Sacerdote Jacob, que batizaram "todos os habitantes da sua capital", lançando assim os fundamentos do Cristianismo nesse país.
Santa Cristiana, rogai por nós!
[Canção Nova]
Quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Terceira Semana do Advento - 3ª do Saltério, Livro I, Cor Litúrgica Roxa
Hoje: Dia do Jornaleiro
Santos: Geraldo Braga, Cristina da Geórgia (apóstola leiga), Estêvão de Suroz (bispo), Faustino, Lúcio, Cândido, Celiano e Companheiros (mártires), Folcuíno de Thérouanne (bispo), Irineu, Antônio, Teodoro, Saturnino, Vítor e Companheiros (mártires), Júlia d’Arezzo (monja camaldulense), Maria Crucifixa da Rosa (virgem), Maximino de Micy (abade), Sílvia de Brescia (virgem), Urbício de Huesca (eremita), Valeriano de Abbenza (bispo), Boaventura de Pistóia (presbítero, bem-aventurado), Marino de Cava dei Tirreni (abade, bem-aventurado).
Antífona: O Senhor vai chegar, não tardará: h´de iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará a todos os povos. (Hab 2, 3; 1Cor 4, 5)
Oração: Concedei-nos, ó Deus onipotente, que as próximas festas do vosso Filho nos sejam remédio nesta vida e prêmio na vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: Isaías (Is 45, 6-8.18.21-25)
Só o Senhor nos conduz para o caminho da vida plena
“Eu sou o Senhor, não há outro, eu formei a luz e criei as trevas, crio o bem-estar e as condições de mal-estar: sou o Senhor que faço todas estas coisas. 8Céus, deixai cair orvalho das alturas, e que as nuvens façam chover justiça; abra-se a terra e germine a salvação; brote igualmente a justiça: eu, o Senhor, a criei”.
Isto diz o Senhor que criou os céus, o próprio Deus que fez a terra, a conformou e consolidou; não a criou para ficar vazia, formou-a para ser habitada: “Sou eu o Senhor, e não há outro.
Acaso não sou eu o Senhor? E não há deus além de mim. Não há um Deus justo, e que salve, a não ser eu. Povos de todos os confins da terra, voltai-vos para mim e sereis salvos, eu sou Deus e não há outro.
Juro por mim mesmo: de minha boca sai o que é justo, a palavra que não volta atrás; todo joelho há de dobrar-se para mim, por mim há de jurar toda língua, dizendo: somente no Senhor residem justiça e força”.
Comparecerão perante ele, envergonhados, todos os que lhe resistem; no Senhor será justificada e glorificada toda a descendência de Israel.
Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
Céus, deixai cair orvalho das alturas
A fé no único Deus é o fundamento da verdadeira “religião”, porque quem a aceita orienta em certo sentido suas relações com ele. Cristo nos revela que estas relações são como as que existem entre pai e filho, porquanto Deus é pai. Este Deus continua sua obra no mundo através dos homens; entra no seu plano que os homens tornem sempre mais belo e mais habitável o mundo que ele criou.
É uma verificação que nos leva a mais habitável o mundo que ele criou. É uma verificação que nos leva a um sentido de humildade. O cristão não tem o monopólio da obra de Deus. O cristão deve saber ver no mundo o dedo de Deus em atividade, através daqueles que, conscientemente ou não, colaboram com ele. Deus serviu-se de Ciro, rei pagão, para restituir a seu povo a liberdade. A educação cristã leva “a relevar e respeitar tudo o que há de bom na humanidade, mormente no seio das grandes religiões”. [MISSAL COTIDIANO. ©Paulus, 1997]
Salmo: 84 (85), 9ab-10.11-12.13-14 (R/.Is 45,8)
Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o justo esperado!
Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.
Evangelho: Lucas (Lc 7, 19-23)
Ide contar a João o que vistes e ouvistes
Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, e mandou-os perguntar ao Senhor: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?’” Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista.
Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa-nova é anunciada aos pobres. E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!”
Palavra da Salvação
(Leitura paralela: Mt 11, 2-6)
Comentário o Evangelho
Feliz de quem acolhe o Messias
Foi declarado feliz aquele para quem Jesus "não for ocasião de queda" e o acolher na condição de Messias, tornando-o mediação da experiência de Deus. Igualmente feliz quem não se escandalizar com o seu testemunho de Messias dos pobres e marginalizados, em consonância com a pregação dos profetas.
Por romper com os estritos padrões religiosos, o comportamento de Jesus desconcertava muitos judeus piedosos. O contato com os doentes e enfermos, considerados punidos por Deus por causa de seus pecados, era tido como veículo de impureza. Os leprosos eram especialmente malvistos. O conflito com pessoas possuídas por espírito malignos podia deixar transparecer que Jesus pactuasse com as forças do mal. A proximidade das pessoas de classes sociais inferiores e sua manifesta solidariedade com elas eram tomadas como indício seguro de que, como seus admiradores, o Mestre ignorava as coisas de Deus e desconhecia a Lei. Portanto, seu infrator.
Quem observava o modo de ser de Jesus, sem a devida cautela, tinha tudo para considerá-lo ímpio. Mas quem considerasse atentamente o resultado de sua ação tinha motivos para louvar a Deus pelas maravilhas que realizava. Pelas mãos de Jesus, eram operados prodígios dignos do Filho de Deus. Bem-aventurado seria quem o reconhecesse como Messias. Para tanto, era preciso estar profundamente sintonizado com Deus. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório. ©Paulinas]