Santa Helena
Quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Lembramos neste dia a santa que depois da conversão se dedicou na ajuda ao Cristianismo no tempo da liberdade religiosa acontecida durante o Império Romano. Nascida no ano de 255 em Bitínia, de família plebéia, no tempo da juventude trabalhava numa pensão, até conhecer e casar-se com o oficial do exército romano, chamado Constâncio Cloro.
Fruto do casamento de Helena foi Constantino, o futuro Imperador, o qual tornou-se seu consolo quando Constâncio Cloro deixou-a para casar-se com a princesa Teodora e governar o Império Romano. Diante do falecimento do esposo, o filho que avançava na carreira militar substituiu o pai na função imperial, e devido a vitória alcançada nas portas de Roma, tornou-se Imperador.
Aconteceu que Helena converteu-se ao Cristianismo, ou ainda tenha sido convertida pelo filho que decidiu seguir Jesus e proclamar em 313 o Édito de Milão, o qual deu liberdade à religião cristã, isto depois de vencer uma terrível batalha a partir de uma visão da Cruz. Certeza é que no Império Romano a fervorosa e religiosa Santa Helena foi quem encontrou a Cruz de Jesus e ajudou a Igreja de Cristo, a qual saindo das catacumbas pôde evangelizar e com o auxílio de Santa Helena construir basílicas nos lugares santos.
Faleceu em 327 ou 328 em Nicomédia, pouco depois de sua visita à Terra Santa. Os seus restos foram transportados para Roma, onde se vê ainda agora, no Vaticano, o sarcófago de pórfiro que os inclui.
Santa Helena, rogai por nós!
Leituras
Primeira Leitura (Juízes 11,29-39)
Naquele tempo, o Espírito do Senhor desceu sobre Jefté, e ele, atravessando Galaad e Manassés, passou dali até Masfa de Galaad, de onde marchou contra os amonitas. Jetfé fez ao Senhor este voto: "Se me entregardes nas mãos os amonitas, aquele que sair das portas de minha casa ao meu encontro, quando eu voltar vitorioso dos filhos de Amon, será consagrado ao Senhor, e eu o oferecerei em holocausto". Jefté marchou contra os amonitas, e o Senhor lhos entregou. Ele os derrotou desde Aroer até as proximidades de Menit, e até Abel-Queramim, tomando-lhes vinte aldeias. E os amonitas, com este terrível golpe, foram humilhados perante Israel. Ora, voltando Jefté para a sua casa em Masfa, eis que sua filha saiu-lhe ao encontro com tamborins e danças. Era a sua única filha, porque, afora ela, não tinha filho nem filha.
Quando a viu, rasgou as suas vestes: "Ah, minha filha, exclamou ele, tu me acabrunhas de dor, e estás no número daqueles que causam a minha infelicidade! Fiz ao Senhor um voto que não posso revogar". "Meu pai", disse ela, "se fizeste um voto ao Senhor, trata-me segundo o que prometeste, agora que o Senhor te vingou de teus inimigos, os amonitas". E ajuntou: "Concede-me somente isto: Deixa-me que vá sobre as colinas durante dois meses, para chorar a minha virgindade com as minhas amigas". "Vai", disse-lhe ele. E deu-lhe dois meses de liberdade. Ela foi com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade sobre as colinas.
Passado o prazo, voltou para seu pai, e ele cumpriu o voto que tinha feito. Ela não tinha conhecido varão.
Salmo 39/40
Eis que venho fazer, com prazer,
a vossa vontade, Senhor!
É feliz quem a Deus se confia;
quem não segue os que adoram os ídolos
e se perdem por falsos caminhos.
Sacrifício e oblação não quisestes,
mas abristes, Senhor, meus ouvidos;
não pedistes ofertas nem vítimas,
holocaustos por nossos pecados.
Então eu vos disse: "Eis que venho!"
Sobre mim está escrito no livro:
"Com prazer faço a vossa vontade,
guardo em meu coração vossa lei!"
Boas novas de vossa justiça
anunciei numa grande assembléia;
vós sabeis: não fechei os meus lábios!
Evangelho (Mateus 22,1-14)
Naquele tempo, Jesus tornou a falar-lhes por meio de parábolas: "O Reino dos céus é comparado a um rei que celebrava as bodas do seu filho. Enviou seus servos para chamar os convidados, mas eles não quiseram vir. Enviou outros ainda, dizendo-lhes: ´Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete; meus bois e meus animais cevados estão mortos, tudo está preparado. Vinde às bodas!´ Mas, sem se importarem com aquele convite, foram-se, um a seu campo e outro para seu negócio.
Outros lançaram mãos de seus servos, insultaram-nos e os mataram. O rei soube e indignou-se em extremo. Enviou suas tropas, matou aqueles assassinos e incendiou-lhes a cidade. Disse depois a seus servos: ´O festim está pronto, mas os convidados não foram dignos. 9 Ide às encruzilhadas e convidai para as bodas todos quantos achardes´.
Espalharam-se eles pelos caminhos e reuniram todos quantos acharam, maus e bons, de modo que a sala do banquete ficou repleta de convidados. O rei entrou para vê-los e viu ali um homem que não trazia a veste nupcial. Perguntou-lhe: ´Meu amigo, como entraste aqui, sem a veste nupcial?´ O homem não proferiu palavra alguma.
Disse então o rei aos servos: ´Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes´. Porque muitos são os chamados, e poucos os escolhidos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Convidados esnobes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Quem é que não sente mágoa ou raiva, quando faz um convite formal a alguém para vir participar de alguma Festa Familiar, e o convidado o esnoba, dando desculpas esfarrapadas?
Deus tinha uma predileção toda especial pelo Povo Judeu ou Israelita, olha que no Tempo das promessas, contido nas narrativas e reflexões do Antigo Testamento, dá até uma certa inveja deles, Raça Escolhida – Nação Santa – Povo das Promessas - Deus dava a esse povo um tratamento diferenciado, não me venham dizer que não. Não descuidava deles um só momento, e dava até dó da Nação que fizesse algo contra aquele Povo, Deus se condoía por eles, isso é belíssimo, um Deus apaixonado por um Povo.
Em Jesus Deus mostrou o rosto amoroso e repleto de misericórdia, na Teologia dos Profetas, Jesus era o Noivo Querido da Aliança feita com seu povo, agora não tinha mais erro, a história iria acabar em casamento pois acabou-se o tempo da promessa, e ia começar a Lua de Mel daquele Povo, na Nova Aliança que seria selada em Jesus Cristo, mas por incrível que pareça, Israel esnobou o convite de Deus para viver a comunhão com Ele no seu Filho Jesus.
Nesta parábola Mateus fala da Universalidade do Reino, lembrando que o Israelita era o primeiro da lista de convidados, mas dando desculpas, uma mais esfarrapada que a outra, rejeitaram e desprezaram o convite de Deus. Pensaram que Deus iria cancelar a Festa que estava preparada, mas se enganaram, daí que a Festa ficou melhor, pois os esfarrapados, mendigos, marginalizados e excluídos pelo Sistema Religioso, nem acreditaram quando receberam o convite, já viram pobre esnobar convite de Rico, para uma Festona onde vai rolar comes e bebes a vontade?
Pois é, e a alegria dos pobres contagiou o Reino e deu um novo colorido a Festa que Deus havia preparado. Mas é claro que a vida de alguém que agora faz parte do Reino de Deus, não pode ficar só no “oba-oba”, é preciso comprometer-se e vestir a roupa especial que é Jesus Cristo, é necessário revestir-se do Homem Novo, e quem não vestir a camisa, vai ser convidado a sair pela porta do fundo.
Essa parábola mexe com todos nós cristãos desse Milênio, para que não nos acomodemos na segurança de uma Religião, escondendo-nos na Igreja e nos compromissos de comunidade, esquecendo que o mais importante é partir para o confronto com nosso testemunho em meio a uma sociedade que há muito tempo vem esnobando o convite de Deus, a buscar e viver a Vida Nova que Jesus nos trouxe...
2. A parábola é dirigida aos chefes dos judeus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Temos aqui uma narrativa parabólica na qual se pode perceber o estilo e a criação literária de Mateus.
A presença da violência e da crueldade está também em algumas outras parábolas de Mateus, o que não acontece na narrativa de Lucas, paralela a esta.
A cidade incendiada pelas tropas do rei parece se referir a Jerusalém incendiada pelos romanos no ano setenta, que Mateus interpreta como castigo pela morte de Jesus. A parábola é dirigida aos chefes dos judeus, que se julgavam o povo eleito, e que, rejeitando Jesus, perderam seu espaço para os gentios que creram e aderiram a Jesus.
3. A INGRATIDÃO CASTIGADA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A parábola evangélica resulta numa releitura da história de Israel e da Igreja. O convite para participar do banquete preparado pelo rei, por ocasião do matrimônio de seu filho, expressa o amor de Deus por seu povo. O povo eleito era o convidado especial para participar do lauto banquete. Nada mais natural do que responder afirmativamente, pois ter sido objeto da deferência de um rei é algo de extrema relevância.
Os convidados, porém, recusam-se a comparecer, apesar da insistência do rei que, por duas vezes, enviou seus emissários para convencê-los a vir. Estes não fizeram caso. Cada um foi para os seus afazeres. Pior ainda, pegaram os servos, maltrataram-nos, e os mataram. Simbolicamente aqui está retratada a atitude insensata do povo de Israel que se recusou a ouvir os apelos à conversão, que lhe foram dirigidos através dos séculos, por meio dos profetas. Por isso, foi castigado com a destruição, pelas mãos dos romanos.
Estando pronto o banquete e tendo os primeiros convidados sido indignos de participarem dele, o rei mandou seus emissários pelos caminhos para reunirem maus e bons, de forma que a sala do banquete ficou repleta. Em outras palavras, tendo Israel recusado o convite divino, este foi dirigido aos pagãos que o acolheram, de maneira a formar o verdadeiro povo de Deus, a Igreja.