Santa Isabel da Hungria

Sábado, 17 de novembro de 2012


Hoje celebramos a memória de uma mulher de Deus, que devida sua vida de santidade teve o seu nome em muitas instituições de caridade e foi declarada como Padroeira da Ordem Terceira Franciscana. Isabel era filha de André, rei da Hungria, e nasceu num tempo em que os acordos das nações eram selados com o casamento. No caso de Isabel, ela fora prometida a Luís IV (duque hereditário da Turíngia) em matrimônio, um pouco depois de seu nascimento em 1207.

Santa Isabel foi morar na corte do futuro esposo e lá começou a sofrer veladas perseguições por parte da sogra que, invejando o amor do filho para com a santa, passou a caluniá-la como esbanjadora, já que tinha grande caridade para com os pobres. Mulher de oração e generosa em meio aos sofrimentos, Isabel sempre era em tudo socorrida por Deus. Quando já casada e com três filhos, perdeu o marido numa guerra e foi expulsa da corte pelo tio de seu falecido esposo, agora encarregado da regência.

Aconteceu que Isabel teve que se abrigar num curral de porcos com os filhos, até ser socorrida como pobre pelos franciscanos de Eisenach, uma vez que até mesmo os mendigos e enfermos ajudados por ela insultavam-na, por temerem desagradar o regente. Ajudada por um tio que era Bispo de Bamberga, Isabel logo foi chamada para voltar à corte, e seus direitos, como os de seus filhos, foram reconhecidos, isto porque os companheiros de cruzada do falecido rei tinham voltado com a missão de dar proteção à Isabel, pois nisto consistiu o último pedido de Luís IV.

Santa Isabel não quis retornar para Hungria; renunciou aos títulos, além de entrar na Ordem Terceira de São Francisco. Fundou um convento de franciscanas em 1229 e pôs-se a servir os doentes e enfermos até morrer, em 1231, com apenas 24 anos num hospital construído com seus bens.

Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!


Hoje:

Dia da Criatividade


Leituras

Leitura (João 3 João 5-8)
Leitura da terceira carta de são João.

5 Caríssimo, fazes obras de fé em tudo o que realizas para os teus irmãos, mesmo para os irmãos estrangeiros.
6 Estes, perante a comunidade, deram testemunho do teu amor. Farás bem em provê-los para a sua viagem, de um modo digno de Deus.
7 Pois por amor do seu nome partiram, sem nada receber dos pagãos.
8 Devemos, portanto, receber a tais homens, para cooperar com eles pela verdade.


Salmo 111/112

Feliz aquele que respeita o Senhor!

Feliz aquele que respeita o Senhor
E que ama com carinho a sua lei!
Sua descendência será forte sobre a terra,
Abençoada a geração dos homens retos!

Haverá glória e riqueza em sua casa,
E permanece para sempre o bem que fez.
Ele é correto e generoso e compassivo,
Como luz brilha nas trevas para os justos.

Feliz o homem prestativo,
Que resolve seus negócios com justiça.
Porque jamais vacilará o homem reto,
Sua lembrança permanece eternamente!


Evangelho (Lucas 18,1-8)

Naquele tempo, 18 1 Jesus propôs aos seus discípulos uma parábola para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo.
2 "Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava pessoa alguma.
3 Na mesma cidade vivia também uma viúva que vinha com freqüência à sua presença para dizer-lhe: 'Faze-me justiça contra o meu adversário'.
4 Ele, porém, por muito tempo não o quis. Por fim, refletiu consigo: 'Eu não temo a Deus nem respeito os homens;
5 todavia, porque esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar'".
6 Prosseguiu o Senhor: "Ouvis o que diz este juiz injusto?
7 Por acaso não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que estão clamando por ele dia e noite? Porventura tardará em socorrê-los?
8 Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?"


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Clamor de quem não tem com quem contar

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Neste evangelho o enfoque é a viúva, todas as luzes estão voltadas para ela, o Juiz faz um papel secundário embora de certa forma represente Deus, mas é bom já ir avisando que Deus não é um Juiz, e muito menos um Juiz iníquo, descrente e insensível como esse tal Senhor. Lucas precisa de um figurante para contracenar com a viúva, esta sim, a Dona do espetáculo, todas as atenções estão voltadas para ela, simplesmente porque a sua oração, feita com confiança e insistência, convenceu o Magistrado a lhe fazer justiça contra alguém que a oprimia e explorava.

Costuma-se dizer que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, só que com Deus não é assim, Ele jamais mediria forças com o Ser Humano, nem teria graça, contudo, o que Lucas nos diz nesse evangelho é algo muito bonito e que precisamos pensar. A oração dos pequenos e dos fracos é a fraqueza de Deus. Ele é Poderoso e Onipotente, mas se derrete todo, quando chega até ele o clamor dos pobres e pequenos da sociedade. Como esse Juiz, Deus tem lá suas razões e desígnios para atender ou não nossas orações, que geralmente se tornam uma lista infindáveis de pedidos, para ele fazer mil coisas a nosso favor, parece que o Plano de Deus não é muito do jeito que nós queremos e daí tentamos persuadi-lo a mudar, para que sejamos favorecidos. Não é dessa oração pidonha que fala o evangelho...

A oração da viúva é uma oração de quem não tem nenhuma segurança, não pode contar com ninguém, e nem com nada, está fadada a ser explorada pelos espertalhões, até acabar na miséria, se é que ainda não está... Ela sabe que sua vida e seu destino dependem daquele juiz, que não é boa gente, muito pelo contrário. Entretanto, ela não desiste, embora tivesse tudo para agir assim, estava sozinha, não tinha quem a defendesse, fatalmente o seu adversário levaria vantagem na demanda, pois sempre os mais fortes e importantes vencem as contendas na sociedade onde o TER sempre fala mais alto que o SER.

De mais a mais o Juiz é iníquo, isso é, deixa-se subornar, igual alguns ilustres magistrados do nosso tempo que deixam a justiça prá lá, quando se trata de levar "algum" para o próprio bolso. Que chances terá a coitada da viúva nessa situação? Obviamente nenhuma. Mas ela não desiste, não tira o time de campo, não desanima e faz plantão na porta da casa do Juiz.

A perseverança da viúva e a sua insistência e confiança naquilo que pedia, acabou convencendo o Juiz, que "bateu o martelo" a seu favor. Diante do clamor do pobre e do pequeno, Deus não permanece insensível e fará justiça a favor dele. Sabendo do lado de quem Deus está, e a quem ele ouve, seria importante que a comunidade pudesse ser o coração, os olhos e os ouvidos de Deus, sempre aberto para favorecer a causa daqueles que não tem quem olhe e se interesse por eles.

Quanto as nossas orações o que temos pedido a Deus? Se não houver nelas um desejo sincero de comprometer-se com o Reino que Jesus inaugurou, e que pertence aos pobres e pequenos, se for ela uma oração egoísta, voltada para nós, nossas conveniências e interesses, dificilmente seremos atendidos... E o Email vai voltar...

2. ORAR SEM DESANIMAR

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Jesus serviu-se de um fato da vida cotidiana para recomendar aos discípulos a rezar sem desanimar, e manter firme a esperança de serem atendidos por Deus.

Uma pobre viúva, não tendo como fazer valer seus direitos, recorreu a um juiz, cuja fama era de não ser temente a Deus, nem ter respeito pelas pessoas. Por ser mulher, pobre e viúva, ela estava em total desvantagem. Sendo mulher, não tinha nenhum prestígio, numa sociedade onde só o homem tinha valor. Sendo pobre, carecia de recursos materiais para se confrontar com o explorador. Sendo viúva, não tinha amparo social.

Sem dinheiro, só podia contar com a honestidade dos juízes. Ela, porém, não se deu por vencida. Enfrentou a situação, com garra e determinação, até que o juiz fizesse valer o seu direito. Sua vitória foi fruto da perseverança.

Diante disso, os discípulos foram instados a recorrer, com perseverança a Deus, justo juiz, na certeza de serem atendidos. Se um juiz iníquo, sem fé e sem lei, foi demovido de sua insensibilidade por causa da insistência de uma pobre viúva, de quanto mais será capaz o discípulo que pede, sem desfalecer, ao Pai de misericórdia!

Todavia, é preciso ter uma fé inabalável. Existia, realmente, no coração dos discípulos, uma fé assim?

3. SER FIEL EM TUDO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O discípulo prima pela fidelidade total ao Reino. Não abre mão de ser fiel nem nas pequenas coisas. Sua vida, portanto, não está dividida entre a fidelidade a Deus e a fidelidade ao dinheiro. É impossível conciliar as exigências de ambos. Por isso, quem ama a Deus recusa-se a nortear sua vida pelas exigências do dinheiro. Quem ama o dinheiro é porque não aceita ser guiado pela vontade de Deus.

Enquanto o amor a Deus exige a partilha dos bens, o amor ao dinheiro leva a concentrá-los. Quem ama a Deus, vê no próximo um irmão a quem deve amar e socorrer. Quem ama o dinheiro transforma-o em objeto de exploração e não tem escrúpulos de usá-lo para satisfazer os próprios caprichos. O amor a Deus leva, também, a amar a natureza, à qual se busca proteger e preservar.

O amor ao dinheiro, quando se visa somente o lucro, considera-a como fonte inesgotável e barata de riqueza e dela usufrui, sem remorso de destrui-la. O amor a Deus leva o discípulo a pautar sua vida pela Lei de Deus. O amor ao dinheiro incentiva o indivíduo a orientar-se pelo próprio egoísmo, transformado em lei suprema de seus atos.

Não existe meio termo, quando o discípulo é colocado diante destas duas opções. Por outro lado, é inútil querer acobertar, com ares de piedade, suas más ações, movidas pelo amor ao dinheiro. Deus conhece o coração das pessoas e sabe em quem ele está centrado.

Oração