Santa Madalena de Canossa

Terça-feira, 10 de abril de 2012


A santa de hoje é fundadora das 'Filhas da Caridade', congregação que iniciou em Veneza, Itália.

Nasceu em Verona, no ano de 1774 e faleceu com 61 anos. Mas viveu o céu já aqui, acolhendo a salvação e sendo canal dela para muitos.

Perdeu cedo seus pais. Teve seu chamado à vocação religiosa, numa consagração total, mas não foi aceita na primeira tentativa, porém, não parou no primeiro obstáculo.

Uma mulher mística. Pela sua vida de oração e seu amor a Jesus Crucificado, galgou degraus para uma mística profunda, sendo muito sensível à dor dos irmãos.

Viveu num tempo difícil, de guerras, precisando refugiar-se em Veneza. Ali, ela discerniu o carisma como fundadora, e na prática - por causa dos órfãos, enfermos e vítimas da guerra - sua caridade era ardente e reconhecida por muitos. Napoleão Bonaparte conhecia seu testemunho e a chamava de 'anjo da caridade'.

Entrou na glória de Deus, porque deixou a glória de Deus a transformar aqui.

Santa Madalena de Canossa, rogai por nós!


Hoje:

Dia da Engenharia


Leituras

Leitura (Atos 2,36-41)
Leitura dos Atos Apóstolos.

2 36 "Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo".

37 Ao ouvirem essas coisas, ficaram compungidos no íntimo do coração e indagaram de Pedro e dos demais apóstolos: "Que devemos fazer, irmãos?"

38 Pedro lhes respondeu: "Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

39 Pois a promessa é para vós, para vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus".

40 Ainda com muitas outras palavras exortava-os, dizendo: "Salvai-vos do meio dessa geração perversa!"

4l Os que receberam a sua palavra foram batizados. E naquele dia elevou-se a mais ou menos três mil o número dos adeptos.


Salmo 32/33

Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

Reta é a palavra do Senhor,
e tudo o que ele faz merece fé.
Deus ama o direito e a justiça,
transborda em toda a terra a sua graça.

Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
pra da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.

No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,
da mesma forma que em vós nós esperamos!


Evangelho (João 20,11-18)

Naquele tempo, 20 11 entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro.

12 Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.

13 Eles lhe perguntaram: "Mulher, por que choras?" Ela respondeu: "Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram".

14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu.

15 Perguntou-lhe Jesus: "Mulher, por que choras? Quem procuras?" Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: "Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar".

16 Disse-lhe Jesus: "Maria!" Voltando-se ela, exclamou em hebraico: "Rabôni!" (que quer dizer Mestre).

17 Disse-lhe Jesus: "Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus".

18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Jesus presente de um modo novo..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nós cremos e pregamos que Jesus Ressuscitado vai á frente das nossas comunidades, muitos talvez pensem: "Mas então porque tem vez que as coisas na comunidade não dão certo". Se Jesus nos conduz e está realmente presente nas comunidades, não pode haver problemas e dificuldades a serem enfrentadas. E por último, se ele está presente, nada mais há para ser feito, ele está com as comunidades, vitorioso, deu tudo certo afinal e agora é só curtir a sua presença entre nós...

Nossas comunidades, igualzinho as daquele tempo, têm dificuldades para entender e perceber a presença de Jesus em seu meio, não é a presença do Jesus Histórico, que pode ser visto, tocado, apalpado, mas agora em seu estado glorioso marca a sua presença exatamente nas ações da comunidade, que quanto mais evangelizadora e libertadora, terá uma autenticidade incontestável. Entretanto nesta nova forma de se fazer presente, os sentidos são substituídos pela Fé e por isso, aqueles primeiros momentos da experiência de Maria Madalena mostra-nos na verdade os primeiros tempos da comunidade primitiva e as primeiras profissões de Fé, um pouco tímidas é verdade, na pessoa do Resuscitado e a sua ação na comunidade.

Primeiro aquela impressão de que Jesus não está na comunidade "levaram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram..." Jesus morto está em lugar incerto e não sabido. Deve estar no céu nos esperando, está por aí, mas parece não dar atenção aos nossos desafios e lutas na comunidade, parece alguém indiferente, continua morto e ausente.

Um dia percebemos que Jesus está presente, o vimos nos símbolos litúrgicos, nas orações e leituras, nos gestos, mas ainda parece um mito distante, porque não se comunica conosco. Até que um dia, fazemos com ele uma profunda experiência e descobrimos que Jesus tem conosco uma relação pessoal, nos conhece profundamente, nos chama pelo nome, se revela claramente em nossas vida, então na oração dialogamos com Ele como Maria, que o chamou de Mestre como fazia antes de sua morte, para Maria tudo voltou a ser como antes, tudo se retoma e se inicia, agora de um jeito novo... Essa experiência com Cristo é um processo dinâmico e vital para nós, pois é a Fé nesse Deus Vivo e Caminheiro, que dá sentido a tudo que somos e fazemos, sem passar por esse processo jamais encontraremos respostas que buscamos para o sentido do nosso Viver...

E nesse jeito novo de se perceber a presença de Jesus á luz da nossa Fé, como Madalena somos também enviados, pois o discipulado culmina na missão, e o centro do anúncio é Jesus Cristo, Aquele que nos deu a filiação Divina, subo para meu Pai e Vosso Pai, Meu Deus e Vosso Deus. Eis a grande novidade, renovados em Cristo, remidos por ele, salvos pela sua paixão e morte, nos tornamos novas criaturas.

2. O túmulo vazio

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Maria, Pedro e o outro discípulo haviam constatado o túmulo vazio. Apenas o discípulo que Jesus amava acreditou. Maria permanece perto do túmulo, chorando. Ainda busca o Senhor morto. O próprio Jesus não é reconhecido. É sua voz, pronunciando o nome dela, que o identifica. É o pastor que chama as ovelhas pelo nome. O Ressuscitado é a confirmação do Filho eterno que, na sua visibilidade, volta para junto do Pai. Contudo, permanece realmente em nossas comunidades, com o qual comungamos na fé e na fraternidade. Na comunidade unida, ele é nosso irmão, Filho de nosso Pai e nosso Deus.

3. COMUNICANDO A VIDA ETERNA E DIVINA

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

No Evangelho de João percebe-se, com clareza, a justaposição das duas tradições da ressurreição: a tradição do túmulo vazio e a tradição das aparições, no texto de hoje. O discípulo que Jesus amava, ao encontrar o túmulo vazio, acredita na ressurreição. Porém, agora, Maria permanece junto ao túmulo chorando. A ausência do corpo de Jesus provoca tristeza. Mas, com seu amor divino, Jesus está presente na vida de Maria. Ele a chama pelo nome. Ela, então, passa do simples "enxergar" para o "ver", e compreende a trajetória divina de Jesus: veio de junto do Pai e agora volta para o Pai, comunicando-nos a vida eterna e divina. "Se alguém me ama, guardará minha palavra e o meu Pai o amará, e a ele viremos e nele estabeleceremos morada.