Santa Margarida da Escócia
Terça-feira, 16 de novembro de 2010
Neste dia lembramos com carinho a vida de mais uma irmã nossa que para a Igreja militante brilha como exemplo e no Céu como intercessora de todos nós pecadores chamados à santidade. Santa Margarida nasceu na Hungria no ano de 1046, isto quando seu pai Eduardo III (de nobre família inglesa) aí vivia exilado, devido aos conflitos pelo trono da Inglaterra (o rei da Dinamarca ocupara o trono inglês). Em 1054, seu pai retornou à Inglaterra, Margarida tinha portanto oito ou nove anos quando conheceu a pátria inglesa. No entanto, após a morte de seu tio-avô, Santo Eduardo, em 1066, recomeçaram os conflitos: a luta entre Haroldo e Guilherme da Normandia obrigou Edgardo, irmão de Margarida, a refugiar-se novamente na Escócia com a mãe e as irmãs, tendo-lhes o pai morrido alguns anos antes.
Vivendo na Escócia, Margarida casou-se com o rei Malcom III e buscou com os oito filhos (seis príncipes e duas princesas, uma delas chamada Edite, que veio posteriormente a ser rainha da Inglaterra e conhecida com o nome de Santa Matilde) a graça de constituir uma verdadeira Igreja doméstica. Santa Margarida, como rainha da Escócia, procurou cooperar com o rei, tanto no seu aperfeiçoamento humano (pois de rude passou a doce) quanto na administração do reino (porque baniu todas futilidades e aproximou os bens reais das necessidades dos pobres).
Conta-se que a própria Santa Margarida alimentava e servia diariamente mais de cem pobres, ao ponto de lavar os pés e beijar as chagas daqueles que eram vistos e tratados por ela como irmãos e presença de Cristo. Quando infelizmente seu esposo e filho morreram num assalto ao castelo, Margarida que tanto os amava não se desesperou, mas sim aceitou e entregou tudo a Deus rezando: "Agradeço, ó Deus, porque me dás a paciência para suportar tantas desgraças!"
Santa Margarida entrou no Céu a 16 de novembro de 1093. Foi sepultada na igreja da Santíssima Trindade, em Dunfermline, para onde também o corpo do rei Malcom III foi levado mais tarde.
Santa Margarida da Escócia, rogai por nós!
(Fonte: Canção Nova)
Terça-feira, 16 de novembro de 2010
33º do Tempo Comum (Ano “C”), 1ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde
Santos: Adelaide (imperatriz da Alemanha, viúva), Ageu (profeta bíblico do Antigo Testamento), Aitala e Apseu (mártires), Albina de Formies (virgem, mártir), Ananias, Azarias e Misael (jovens do Antigo Testamento, citados em Dn 3, 88), Beano de Aberdeen (bispo), Elias de Al-Muharraq (bispo), Irenião de Gaza (bispo), Jacó (patriarca bíblico do Antigo Testamento), Memnon de Éfeso (bispo), Nicolau Crisoberge (patriarca de Constantinopla), Valentim, Concórdio, Nadal e Agrícola (mártires), Bartolomeu de Florença (bem-aventurado), Guillerme de Fenol (monge, bem-aventurado), José Manyanet (presbítero, bem-aventurado), Maria dos Anjos (virgem, bem-aventurada), Reinaldo de Cîteaux (abade, bem-aventurado), Sebastião Maggi (presbítero, bem-aventurado).
Antífona: Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes. (J. 29, 11.12.14)
Oração: Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: Apocalipse (Ap 3, 1-6.14-22)
Se não estiveres vigilante, eu virei como um ladrão
Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: "Escreve ao anjo da Igreja que está em Sardes: 'Assim fala aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas: - Conheço a tua conduta. Tens fama de estar vivo, mas estás morto.
Acorda! Reaviva o que te resta, e que estava para se apagar! Pois não acho suficiente aos olhos do meu Deus aquilo que estás fazendo. Lembra-te daquilo que tens aprendido e ouvido. Observa-o! Converte-te! Se não estiveres vigilante, eu virei como um ladrão, sem que saibas em que hora te vou surpreender! Todavia, aí em Sardes existem algumas pessoas que não sujaram a roupa.
Estas vão andar comigo, vestidas de branco, pois merecem isso. O vencedor vestirá a roupa branca, e não apagarei o seu nome do livro da vida, mas o apresentarei diante de meu Pai e de seus anjos. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas'.
Escreve ao anjo da Igreja que está em Laodicéia: 'Assim fala o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço a tua conduta, não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca.
Tu dizes: 'Sou rico e abastado e não careço de nada', em vez de reconhecer que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu! Dou-te um conselho: compra de mim ouro purificado no fogo, para ficares rico, e vestes brancas, para vestires e não aparecer a tua nudez vergonhosa; e compra também um colírio para curar os teus olhos, para que enxergues. Eu repreendo e educo os que eu amo.
Esforça-te, pois, e converte-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo. Ao vencedor farei sentar-se comigo no meu trono, como também eu venci e estou sentado com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas"'. Palavra do Senhor!
Comentando a Leitura
Se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa
Sardes e Laodicéia, duas Igrejas da Ásia Proconsular romana, não completamente pelo juízo de Deus. Que exame de consciência para cada uma de nossas cristandades de hoje! Na cidade de Sardes existia de nome uma "igreja". Parecia viver; mas na realidade estava morta, e naquele ambiente de morte espiritual os poucos verdadeiros cristãos estava expostos a perigo mortal (vv. 1-6).
A igreja da cidade de Laodicéia em achava-se em condições ainda piores: iludida numa aparência de vida, vê-se compelida pelo Senhor a não confundir bens materiais e espirituais. Na realidade ela é pobre mesmo tendo tantos bancos; nua, mesmo tendo tantas fábricas de tecidos; cega, mesmo possuindo laboratórios que fabricam colírios exportar em todo o Império Romano (vv. 14-22).
Aceitar um apelo à conversão pressupõe a convicção de não estar no caminho certo. Quem está seguro, quem se sente em boa situação, não pensa em conversão. Converter-se quer dizer mover-se, dar o primeiro passo; ver claro, portanto, o ponto de chegada, que se encontra sempre além do ponto em que nos encontramos. Converter-se não é um ato, é um estado. Exige constante revisão de vida.
De nossa vida, naturalmente, porque é frequente em nós estudar belos planos de conversão para os outros, publicar documentos e permanecer bem estabelecidos no próprio lugar. Sobretudo quem por ofício admoesta os demais deveria aceitar, por sua vez, reparos também fortes, como esta página de João. Não nos esqueçamos de que quem escreve estas expressões duras é o próprio apóstolo da caridade. O servilismo é traição da caridade.
[Trechos do COMENTÁRIO BÍBLICO, ©Edições Loyola, 1999 e BÍBLIA DE JERUSALÉM, ©Paulinas, 1991]
Salmo Responsorial: 14 (15), 2-3ab.3cd-4ab.5 (R/.Ap 3, 21)
Ao vencedor, dar-lhe-ei o direito de sentar-se comigo no meu trono
E aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; aque pensa a verdade no seu íntimo e não solta em calúnias sua língua.
ue em nada prejudica o seu irmão, nem cobre de insultos seu vizinho; que não dá valor algum ao homem ímpio, mas honra os que respeitam o Senhor.
Não empresta o seu dinheiro com usura, nem se deixa subornar contra o inocente. Jamais vacilará quem vive assim!
Evangelho: Lucas (Lc 19, 1-10)
O filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido
Naquele tempo, Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico. Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo. Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: "Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa". EIe desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: "Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!" Zequeu ficou de pé, e disse ao Senhor: "Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais".
Jesus lhe disse: "Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido". Palavra da Salvação!
Comentando o Evangelho
As etapas da salvação
O encontro de Zaqueu com Jesus mostra como a conversão acontece em etapas. De certo modo, esta revela como a salvação acontece na vida de quem se torna discípulo do Reino.
O primeiro passo consiste no desejo de ver Jesus. No caso de Zaqueu, o Evangelho não esclarece os motivos deste anseio. Sabemos, apenas, ter sido tão forte que nada deteve o homem até vê-lo realizado. O segundo passo exige a superação de todos os obstáculos. Para Zaqueu, um empecilho era sua baixa estatura. O problema foi resolvido: subiu numa árvore.
O terceiro passo comporta deixar-se amar por Jesus, sem restrições nem desconfiança, abrindo-lhe as portas do coração. Zaqueu desceu depressa da árvore, para receber Jesus em sua casa, com alegria.
O quarto passo é uma mudança radical de vida. Radical significa deixar de lado os esquemas e mentalidades antigos, para adequar-se às exigências do Reino. Isto não se faz com palavras ou com boas intenções, mas com gestos concretos. Zaqueu dispôs-se a dar metade de seus bens aos pobres e a ressarcir, quatro vezes mais, aquilo que havia roubado. Desta forma, ele provou que, realmente, a salvação tinha entrado em sua casa.
[O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano C, ©Paulinas, 1996]
Para Sua Reflexão:
No fim da viagem de Jesus a Jerusalém, a conversão de um cobrador de impostos manifesta Jesus como aquele que vem procurar e salvar o que estava perdido (v.10). O episódio de Zaqueu é próprio de Lucas, que é particularmente sensível ao tema da salvação. Segundo o costume judaico, comunicar com pecadores implicava impureza legal. A decisão de Zaqueu exprime a sua conversão, em termos que ultrapassavam as exigências da lei judaica (Ex 22, 3.6; Lv 5, 21-24; Nm 5,6-7). Os seus gestos são sinal do seu amor. Zaqueu é assim chamado, não obstante a sua profissão, pela qual era considerado pecador. A conclusão (v.10) sublinha o lugar de Jesus nesta conversão. [Bíblia dos Capuchinhos]