Santa Maria Goretti
Quarta-feira, 06 de julho de 2011
A Igreja, neste dia, celebra a virgem e mártir que encantou e continua enriquecendo os cristãos com seu testemunho de "sim" a Deus e "não" ao pecado. Nascida em Corinaldo, centro da Itália, era de família pobre, numerosa e camponesa, mas muito temente a Deus.
Com a morte do pai, Maria Goretti, com os seus, foram morar num local perto de Roma, sob o mesmo teto de uma família composta por um pai viúvo e dois filhos, sendo um deles Alexandre. Aconteceu que este jovem por várias vezes tentou seduzir Goretti, que ficava em casa para cuidar dos irmãozinhos. E por ser uma menina temente a Deus, sua resposta era cheia de maturidade: "Não, não, Deus não quer; é pecado!"
Santa Maria Goretti, certa vez, estava em casa e em oração, por isso quando o jovem, que era de maior estatura e idade, tentou novamente seduzi-la, Goretti resistiu com mais um grande não. A resposta de Alexandre foram 14 facadas, enquanto da parte de Goretti, percebemos a santidade, na confidência à sua mãe: "Sim, o perdôo... Lá no céu, rogarei para que ele se arrependa... Quero que ele esteja junto comigo na glória eterna".
O martírio desta adolescente, de apenas 12 anos, foi a causa da conversão do jovem assassino, que depois de sair da cadeia esteve com as 400 mil pessoas, na Praça de São Pedro, na ocasião da canonização dessa santa, e ao lado da mãe dela, que o perdoou também.
Santa Maria Goretti manteve-se pura e santa por causa do seu amor a Deus, por isso na glória reina com Cristo.
Santa Maria Goretti, rogai por nós!
Hoje: Dia da criação do IBGE
Leituras
Primeira Leitura (Gênesis 41,55-57; 42,5-7.17-24)
Naqueles dias, houve fome também no Egito, e o povo clamou ao faraó pedindo pão. Este disse a todos os egípcios: “Ide a José, e fazei o que ele vos disser.” Como a fome assolasse toda a terra, José abriu todos os celeiros e vendeu víveres aos egípcios. Mas a penúria cresceu no Egito. E de toda a terra vinha-se ao Egito comprar trigo a José, porque a fome era violenta em toda a terra.
Os filhos de Israel chegaram, pois, no meio de uma multidão de outros para comprar víveres, porque a fome reinava na terra de Canaã. José era o governador de toda a região, e era ele quem vendia o trigo a todo o mundo. Desde sua chegada, os irmãos de José prostraram-se diante dele com o rosto por terra.
José reconheceu-os imediatamente, mas, comportando-se com eles como um estrangeiro, disse-lhes com rudeza: “Donde vindes?” “Da terra de Canaã, responderam eles, para comprar víveres.” E mandou metê-los numa prisão durante três dias. 18 No terceiro dia, José disse-lhes: “Fazei isto, e vivereis, porque sou cheio do temor a Deus.
Se sois gente de bem, que um dentre vós fique detido em prisão; e os outros partam levando o trigo para alimentar vossas famílias. Trazei-me então vosso irmão mais novo, para que eu possa verificar a verdade de vossas palavras, e não morrereis.” Foi o que fizeram. Disseram uns aos outros: “Em verdade, expiamos o crime cometido contra o nosso irmão, porque víamos a angústia de sua alma quando ele nos suplicava, e não o escutamos! Eis por que veio sobre nós esta desgraça!” “Não vos tinha eu dito, disse-lhes Rubem, para não pecardes contra o menino? Não quisestes ouvir-me, e eis agora que nos é reclamado o seu sangue!”
Ora, não sabiam que José os compreendia, porque lhes tinha falado por meio de um intérprete. E José afastou-se deles para chorar. Voltou em seguida e falou-lhes; e escolheu Simeão, ao qual mandou prender na presença deles.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo32/33
Sobre nós, venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
Dai graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!
Cantai para o Senhor um canto novo,
com arte sustentai a louvação!
O Senhor desfaz os planos das nações
e os projetos que os povos se propõem.
Mas os desígnios do Senhor são para sempre,
e os pensamentos que ele traz no coração,
de geração em geração, vão perdurar.
Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem
e que confiam, esperando em seu amor,
para da morte libertar as suas vidas
e alimentá-los quando é tempo de penúria.
Evangelho (Mateus 10,1-7)
Naquele tempo,Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade. Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro; depois André, seu irmão. Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão. Filipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu.
Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Estes são os Doze que Jesus enviou em missão, após lhes ter dado as seguintes instruções: "Não ireis ao meio dos gentios nem entrareis em Samaria; ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel. Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O MANDATO MISSIONÁRIO...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Este evangelho traz como pano de fundo a missionaridade da Igreja no envio missionário que Jesus faz, entretanto minha equipe de Reflexão, formada por Teólogos do Meio do Povão, chamou-me a atenção para uma coisa: Se em Mateus, no episódio logo após a ascensão, os apóstolos são enviados a todas as Nações, aqui parece que Jesus mudou de idéia e só quer evangelizar o Povo de Israel, por que será?
E inclusive, isso é tão claro que ele recomende claramente “Não deveis ir aos pagãos e nem na cidade dos Samaritanos”. Não é que Jesus mudou de idéia, mas quer poupar os seus discípulos de um vexame ou de um fracasso na primeira missão.
É como aquele Técnico de um time de futebol, que conhece bem o seu elenco, e que sabe que há certos jogadores que não podem enfrentar adversários difíceis, porque são ainda novos, estão começando a carreira, é preciso adaptarem-se ao time, para poder produzir o que sabem e aquilo de que são capazes, se um Técnico imprudente agir o contrário, vão acabar “queimando” o jogador.
Os discípulos acabaram de ser enviados, mas Jesus está entre eles, orientando, ajudando, incentivando, corrigindo, esses evangelizadores pioneiros passaram por um aprendizado, isso é inegável, Samaria e cidades pagãs, são lugares difíceis de se trabalhar o evangelho, pois há muita hostilidade contra o Reino, assim como é muito forte a influência dos valores contrários ao cristianismo.
Israel já é mais a “praia” deles, de mais a mais, primeiro é preciso “consertar a casa”, senão aplica-se a famosa expressão “Vacorun Et Brejorun” ou seja, a Vaca vai pro brejo mesmo...
Uma outra coisa notória nesse evangelho, o tratamento personalizado que Jesus dá a cada um dos seus discípulos, conhece o nome, sabe da história de cada um, conhece seus limites e fraquezas, mas sabe também de suas qualidades e virtudes e do seu potencial. Por isso os chama pelo nome que carrega em si todas essas informações.
No Batismo somos chamados pelo nome, a fazer parte da Igreja, no Crisma, novamente repetindo o nome, somos enviados em missão, e assim, em todos os Sacramentos que recebemos, o nome é parte integrante de uma pessoa, é aquilo que ele é, a sua personalidade e o seu jeito de ser, por trás de um nome, quanto símbolo e significado importante ele contém.
Entretanto, nós Povo da Nova Aliança, somos enviados á todas as culturas, em todos os ambientes, não precisamos mais, como aqueles apóstolos, a sermos poupados, porque em nós habita a Força do Espírito Santo e essa História começou com o grande Apóstolo Paulo, que “encarou” evangelizar os pagãos e o mundo grego, tão hostis a Palavra de Deus.
Não é atoa que Deus derramou sobre a Igreja nascente de Pentecostes, o seu Espírito, não é atoa que Jesus soprou sobre a comunidade reunida. Ou entendemos isso ou então seremos qualquer coisa, menos a Igreja do Senhor, que a instituiu Igreja, mas que deu-nos o mandato de anunciar em todos os caminhos “o reino de Deus está próximo”.
2. O Reino dos Céus está próximo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Após a introdução, "chamando os doze discípulos...", Mateus, sem maiores esclarecimentos, apresenta: "Estes são os nomes dos doze apóstolos...". Isto sugere a existência de uma lista tradicional dos Doze, que circulava nas comunidades. Lucas mencionando o chamado dos doze, explica que a estes Jesus deu o nome de "apóstolos" (Lc 6,13).
Supõe-se que esta lista dos doze surgiu entre os convertidos do judaísmo em Jerusalém, interpretando o movimento de Jesus como sendo continuidade com as doze tribos de Israel. Mateus é o único a mencionar a restrição do envio dos doze com prioridade "às ovelhas perdidas de Israel!". Tal restrição pode se explicar pela intenção de Mateus em valorizar suas comunidades de origem no judaísmo, às quais escreve o evangelho. No evangelho de João, logo de início Jesus é acolhido pelos samaritanos e ao longo de todo o evangelho é rejeitado pelos judeus. O Reino dos Céus está próximo, ao alcance de todos que, na fraternidade, praticam a justiça e constroem a paz.
3. UM CHAMADO PESSOAL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A lista do primeiro grupo de apóstolos, escolhidos entre tantas outras pessoas que seguiam Jesus, indica o caráter pessoal da vocação e da missão do discípulo. Quais terão sido os critérios usados por Jesus para escolher os doze apóstolos? Pergunta difícil de ser respondida. Sem dúvida, não foi porque eram pessoas de excelente caráter e firmes na fé. Nem dotadas de alto cabedal de ciência teológica e versadas nas Escrituras. Nem provindas das camadas altas da sociedade, que gozavam de prestígio.
Em suma, no âmbito puramente externo, não é possível reconhecer elementos que justifiquem o chamado de homem incultos, pescadores de profissão, originários de uma região cuja fama não era das melhores, cheios de limitações de todo tipo. Aliás, de Judas Iscariotes se diz, logo de saída, que haveria trair o Mestre. Esses predicados desaconselhariam a escolha feita por Jesus.
Deus, ao longo da história da salvação, serviu-se de meios precários para realizar seu plano. Basta considerar quem foram os grandes personagens da história salvífica para se dar conta de sua fragilidade. Apesar disto, eles foram instrumentos válidos nas mãos de Deus. Pois, quem realizava a salvação era Deus e não aqueles de quem se servia. O mesmo se deu com Jesus. O Reino não se difundiria através do mundo devido à alta qualificação de seus colaboradores. Como outrora, Deus continuaria a ser o agente principal da salvação.