Santa Teresa de Ávila (Santa Teresa de Jesus)
Segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Com grande alegria lembramos, hoje, da vida de santidade daquela que mereceu ser proclamada "Doutora da Igreja": Santa Teresa de Ávila (também conhecida como Santa Teresa de Jesus). Teresa nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515 e foi educada de modo sólido e cristão, tanto assim que, quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires a ponto de ter combinado fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados; mas nada disso aconteceu graças à vigilância dos pais. Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Ávila, onde viveu um período no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro biográfico. Certo dia, foi tocada pelo olhar da imagem de um Cristo sofredor, assumiu a partir dessa experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo. Foi grande amiga do seu conselheiro espiritual São João da Cruz, também Doutor da Igreja, místico e reformador da parte masculina da Ordem Carmelita. Por meio de contatos místicos e com a orientação desse grande amigo, iniciou aos 40 anos de idade, com saúde abalada, a reforma do Carmelo feminino. Começou pela fundação do Carmelo de São José, fora dos muros de Ávila. Daí partiu para todas as direções da Espanha, criando novos Carmelos e reformando os antigos. Provocou com isso muitos ressentimentos por parte daqueles que não aceitavam a vida austera que propunha para o Carmelo reformado. Chegou a ter temporariamente revogada a licença para reformar outros conventos ou fundar novas casas.
Santa Teresa deixou-nos várias obras grandiosas e profundas, principalmente escritas para as suas filhas do Carmelo : “O Caminho da Perfeição”, “Pensamentos sobre o Amor de Deus”, “Castelo Interior”, “A Vida”. Morreu em Alba de Tormes na noite de 15 de outubro de 1582 aos 67 anos, e em 1622 foi proclamada santa. O seu segredo foi o amor. Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz. Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer, até que em 1582 disse uma das últimas palavras: "Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer". No dia 27 de setembro de 1970 o Papa Paulo VI reconheceu-lhe o título de Doutora da Igreja. Sua festa litúrgica é no dia 15 de outubro. Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.
Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!
Hoje:
Dia do Normalista, Dia do Professor
Leituras
Leitura (Gálatas 4,22-24.26-27.31-5,1)
Leitura da carta de são Paulo aos Gálatas.
4 22 A Escritura diz que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre.
23 O da escrava, filho da natureza; e o da livre, filho da promessa.
24 Nestes fatos há uma alegoria, visto que aquelas mulheres representam as duas alianças: uma, a do monte Sinai, que gera para a escravidão, é Agar.
26 Mas a Jerusalém lá do alto é livre e esta é a nossa mãe,
27 porque está escrito: "Alegra-te, ó estéril, que não davas à luz; rejubila e canta, tu que não tinhas dores de parto, pois são mais numerosos os filhos da abandonada do que daquela que tem marido".
31 Pelo que, irmãos, não somos filhos da escrava, mas sim da que é livre.
5 1 É para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou. Ficai, portanto, firmes e não vos submetais outra vez ao jugo da escravidão.
Salmo 112/113
Bendito seja o nome do Senhor agora e para sempre!
Louvai, louvai, ó servos do Senhor,
louvai, louvai o nome do Senhor!
Bendito seja o nome do Senhor
agora e por toda a eternidade!
Do nascer do sol até o seu ocaso,
louvado seja o nome do Senhor!
O Senhor está acima das nações,
sua glória vai além dos altos céus.
Quem pode comparar-se ao nosso Deus,
que inclina para olhar o céu e a terra?
Levanta da poeira o indigente
e do lixo ele retira o pobrezinho.
Evangelho (Lucas 11,29-32)
Naquele tempo, 11 29 afluía o povo e ele continuou: "Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas.
30 Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração.
31 A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.
32 Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Frágil Fé dos sinais...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Em uma Festa de corpus Christi, uma mulher muito piedosa confidenciou-me que todos os dias rezava para que Jesus mostrasse um sinal eucarístico á seu esposo, que tinha dívidas sobre a presença real do Senhor na Hóstia consagrada. Uma outra Senhora rezava para que Nossa Senhora se manifestasse em algum milagre para o seu vizinho que não a aceitava como mãe de Deus.
Uma jovem rezava todos os dias para que Deus lhe desse um sinal de que o seu namorado era a pessoal ideal para casar-se, pois tinha muito medo de casar-se com a pessoa errada. No meio do povo de Deus estão presentes muitas devoções que pedem sinais prodigiosos para poder crer ou acontecer algo miraculoso na vida.
Respeitar todas essas devoções que fazem parte da religiosidade popular, é dever e obrigação de toda Igreja, entretanto, ela não pode se omitir de motivar essas pessoas a abrirem a mente e o coração para acolherem a Força Transformadora do Santo evangelho, que é a essência do Cristianismo. Persistir e acomodar-se nesta Fé dos sinais, sem ter compromisso algum com os valores do evangelho, exigindo de Deus algo que parece que ele nos deve, é um tremendo equívoco...Quantas vezes a gente ouve histórias de novos convertidos que começam, assim "Ah o Senhor realizou um milagre na minha vida e daí eu passei a frequentar a Igreja....". quer dizer, antes nada havia em Jesus de especial e se não fosse o milagre realizado, aquela pessoa nunca iria á comunidade...
Este é um modo perigoso de se Crer em Jesus, pois a qualquer momento ele pode não atender nossas súplicas e a frustração e decepção poderá ser muito grande, porque também o oposto é verdadeiro, a história de pessoas cristãs que abandonaram a Igreja porque se sentiram traídas por Deus quando este permitiu que alguma desgraça caísse sobre sua vida. Para estes, Deus significa garantia e proteção, contra todos os males, e se ele falha ou falta para com a promessa, não há razão para se acreditar e ser um discípulo. Parece bem assustador dizer isso assim na "bucha" mais é a pura verdade...
É isso que Jesus diz ao povo, chamando-o de geração perversa, justamente porque exige um sinal para poder acreditar em seu messianismo. O evangelho mostra exatamente o poder da palavra de Deus, que quando bem acolhida provoca mudança radical naquele que a acolheu, e não é preciso nenhum sinal prodigioso.
Mas o problema maior é que essas maravilhas de Deus estão enraizadas na vida do Homem, em suas ações, suas palavras e ações,Jesus é a revelação do Pai, quem o ouve, é ao Pai que ouve, quem lhe obedece, é ao Pai que obedece. A sua Palavra libertadora estava em Jonas e os Ninivitas acreditaram de imediato, a sua sabedoria que vem do alto estava em Salomão, e a Rainha de Sabá a soube vislumbrar como algo Divino e especial. Ora, Jesus é mais do que Jonas, e do que Salomão, mas os seus não o aceitaram.
2. Jesus, o grande Sinal
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
No Antigo Testamento encontram-se várias narrativas das maravilhas de Deus, que consistiam nos grandes sinais de poder. Estes sinais serviam para intimidar os povos que eram tidos como inimigos de Israel. Assim, por exemplo, acontecia com a vara de Moisés que lançada ao chão transformava-se em serpente como um sinal para intimidar o faraó, ou o mar Vermelho que se abria para deixar passar o povo hebreu e fechava-se submergindo os exércitos dos egípcios.
Maria, em seu cântico na visitação à prima Isabel, proclama que a maravilha operada por Deus é, por excelência, a sua concepção de Jesus, o Filho de Deus, fruto do pleno amor.
Jesus revela sua identidade divina não por meio de sinais celestiais fantásticos ou violência, mas sim por seu imenso amor que atrai os corações, movendo-os à conversão, comunicando vida e alegria a todos.
Jesus vem revelar a verdadeira face de Deus. Se na sua criação Deus é todo-poderoso, em sua relação com suas criaturas, homens e mulheres, ele é todo amoroso.
3. A EXIGÊNCIA DE SINAIS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Por mais que Jesus realizasse milagres e prodígios, havia sempre um clima de suspeita e prevenção contra ele. Seus adversários exigiam dele provas cada vez mais espetaculares e evidentes de sua condição messiânica. Entretanto, faltava-lhes boa vontade de dobrar-se diante da evidência e aceitar que, na ação de Jesus, era o próprio Deus quem agia em benefício da humanidade. Um sinal a mais, realizado por Jesus, não os faria mudar de opinião.
A opção por Jesus e sua palavra não podia dar-se de forma compulsória, prescindindo da liberdade. A evidência de um milagre espetacular não dispensava as pessoas de decidir-se livremente pelo Senhor. Tratava-se de uma decisão por Jesus, e por sua palavra que convidava à conversão. A veracidade das palavras do Mestre não dependia de seus milagres. Elas tinham um valor próprio e atingiam a raiz pecaminosa do coração humano. Exigir sinais que servissem para autorizar Jesus e sua chamada à conversão manifestava, claramente, uma indisposição para mudar de vida.
Jesus foi para seu povo o mesmo que Jonas fora para os habitantes de Nínive. O profeta, em nome de Deus, conclamou os ninivitas à conversão e todos eles, sem exceção, fizeram penitência e voltaram-se para Deus. Não foi necessário fazer demonstração de milagres. O mesmo deveria acontecer com a geração perversa do tempo de Jesus.