Santa Veridiana

Quarta-feira, 01 de fevereiro de 2012


Nasceu em Florença, em 1182, numa família nobre que respeitava as opções de Veridiana com relação a Deus. Ela trabalhou com um tio comerciante e o ajudou a administrar seus negócios, mas percebeu que sua vocação era muito mais do que administrar; era deixar que o próprio Deus cuidasse dela e de sua história.

Jovem de oração, de penitência e contemplação, priorizou a vontade do Senhor, por isso chegou a um ponto em que deixou tudo para seguir a vontade de Deus, trabalhando e servindo-O por meio dos pobres e peregrinos.

Na época em que administrava o comércio do tio, já ajudava os pobres. Mas, agora, ela se doava para os seus irmãos mais necessitados. Ficou gravemente ferida, quando, ao fazer uma peregrinação pelos túmulos de São Pedro e São Paulo, foi a pé e descalça pedindo esmolas. Santa Veridiana ofereceu todos esses seus sacrifícios pela conversão das pessoas.

Uma mulher possuída pelo Espírito Santo, foi dócil à vontade de Deus e viveu o restante de sua vida acamada, enferma, oferecendo-se ao Senhor, aconselhando muitas pessoas e intercedendo por todos. Seus alimentos eram pão e água.

Mulher penitente e feliz, viveu até os 60 anos de idade consumindo-se de amor a Deus para o bem dos irmãos.

Santa Veridiana, neste tempo marcado pelo hedonismo e pela busca desenfreada por prazeres, nos aponta, denuncia que não é este o caminho da felicidade, mas apenas um: Nosso Senhor Jesus Cristo.

Peça a intercessão dessa santa para que todos possam, na oração, na penitência, na doação ao irmão, encontrarmos a verdadeira felicidade.

Santa Veridiana, rogai por nós!


Hoje

Dia do Publicitário


Leituras

Primeira Leitura (2 Samuel 24,2.9-17) Leitura do segundo livro de Samuel.

24 2 Disse, pois, o rei a Joab e aos chefes do exército que estavam com ele: "Percorrei todas as tribos de Israel, desde Dã até Bersabéia, e recenseai o povo, de maneira que eu saiba o seu número".

9 Joab entregou ao rei o resultado do recenseamento do povo: havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que manejavam a espada; e, em Judá, quinhentos mil homens.

10 Depois que foi recenseado o povo, Davi sentiu remorsos e disse ao Senhor: "Cometi um grande pecado, fazendo isso. Mas agora apagai, ó Senhor, a culpa de vosso servo, porque procedi nesciamente".

11 Levantando-se Davi no dia seguinte, a palavra do Senhor foi dirigida ao profeta Gad, o vidente de Davi, nestes termos:
12 Vai dizer a Davi: "Assim fala o Senhor: Proponho-te três coisas: - escolhe uma delas, e eu te infligirei".

13 Gad veio ter com Davi e referiu-lhe estas palavras ajuntando: "Preferes que venham sobre a tua terra sete anos de fome, ou que fujas durante três meses diante de teus inimigos que te perseguirão, ou que a peste assole a tua terra durante três dias? Reflete, pois, e vê o que devo responder a quem me enviou".

14 Davi respondeu a Gad: "Estou em grande angústia. É melhor cairmos nas mãos do Senhor, cuja misericórdia é grande, do que cair nas mãos dos homens!" E Davi escolheu a peste.

15 Mandou, pois, o Senhor a peste a Israel, desde a manhã daquele dia até o prazo marcado. Ora, foi nos dias da colheita do trigo que o flagelo começou no povo, e morreram setenta mil homens da população, desde Dã até Bersabéia.

16 a E o Senhor enviou um anjo sobre Jerusalém para destruí-la.

17 Vendo Davi o anjo que feria o povo, disse ao Senhor: "Vede, Senhor: fui eu que pequei; eu é que sou o culpado! Esse pequeno rebanho, porém, que fez ele? Que a tua mão se abata sobre mim e sobre a minha família!"


Salmo r 31/32

Perdoai-me, Senhor, meu pecado!

Feliz o homem que foi perdoado
e cuja falta já foi encoberta!
Feliz o homem a quem o Senhor
não olha mais como sendo culpado
e em cuja alma não há falsidade!

Eu confessei, afinal, meu pecado
e minha falta vos fiz conhecer.
Disse: "Eu irei confessar meu pecado!"
E perdoastes, Senhor, minha falta.

Todo fiel pode, assim, invocar-vos
durante o tempo da angústia e aflição,
porque, ainda que irrompam as águas,
não poderão atingi-lo jamais.

Sois para mim proteção e refúgio;
na minha angústia me haveis de salvar
e evolvereis a minha alma no gozo
da salvação que me vem só de vós.


Evangelho (Marcos 6,1-6)

6 1 Depois, ele partiu dali e foi para a sua pátria, seguido de seus discípulos.

2 Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: "Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres?

3 Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?" E ficaram perplexos a seu respeito.

4 Mas Jesus disse-lhes: "Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa".

5 Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.

6 Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Comunidade, lugar onde manifestamos nossos carismas"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No lugar onde mais deveria ser acolhido, amado e respeitado, Jesus foi rejeitado, pois a sua gente não conseguia enxergar nele algo além de sua aparência humana. Na cidade de Nazaré onde cresceu e se criou Jesus deixa as pessoas admiradas e espantadas com a sua sabedoria. Admiração e espanto são coisas boas que nos ajudam a nos aproximar das pessoas. Maria, a própria Mãe de Jesus se admirava de tudo o que diziam sobre o menino, os pastores e depois Simeão na porta do templo, no dia da apresentação, que a Igreja celebra exatamente amanhã.

A sabedoria demonstrada por ele na sinagoga, quando usou da palavra, surpreendeu a todos porque estava muito acima da média de um simples Nazareno, juntando-se a isso os prodígios que suas mãos realizavam, as pessoas começaram a desconfiar de Jesus. Era impossível um Nazareno ser tão bom, famoso e sábio daquele jeito. Na cabeça das pessoas da comunidade de Nazaré, Messianismo era algo que viria de cima para baixo, e do meio da Ralé era impossível surgir alguém que fosse dar cumprimento as escrituras e profecias.

O pecado da comunidade de Nazaré ainda é o nosso pecado, nós também, de certa forma não acreditamos em mudanças a partir de movimentos populares, qualquer mudança ou melhora de vida temos que esperar dos que nos governam ou atuam no legislativo. Muitas vezes os sindicatos e associações de Bairros, que deveriam ser por excelência o lugar de manifestação do povo, acaba virando apenas mais um trampolim para a carreira política e tudo o que é do povo acaba nas mãos de políticos, muitas vezes inescrupulosos.

Qualquer forma de organização popular logo é rechaçada como algo contra a ordem estabelecida, a comunidade daria atenção e crédito a um sacerdote que viesse visitar a sinagoga, e que iria dizer palavras bonitas sobre as escrituras e profecias, mas Jesus....Um "Zé Ninguém" dali mesmo, iludindo a si mesmo e aos outros que ele era o Messias.

E o que ocorre quando em nosso meio só botamos fé no poder constituído e menosprezamos a capacidade das pessoas mais simples da nossa comunidade? Desprezamos o Reino de Deus que se edifica na força, luta e garra dos pequenos, rejeitamos o próprio Senhor. O mesmo acontece quando não valorizamos a comunidade, sua organização interna, suas pastorais sempre a serviço das pessoas, as vezes se tem a impressão de que, quem não deu certo em alguma carreira, quer compensar na comunidade invertendo o critério do reino, pois Jesus deu a todos o melhor de si, a própria vida, portanto comunidade é o lugar onde damos o melhor de nós aos irmãos e irmãs.

E assim, na sua comunidade de origem Jesus não pode se dar totalmente porque não foi acolhido e não lhe deram espaço para tanto. Em nossas comunidades do ano 20012 o mesmo pode ocorrer, e em vez de fazermos desabrochar novos valores e lideranças sadias, estejamos talvez manifestando descrédito por aqueles que fazem alguma coisa, sufocando dons e carismas do próximo, que tem algo a oferecer...

2. Jesus presente entre os pobres e pequeninos

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

No evangelho de Marcos, esta narrativa é a última em que Jesus, na sua própria terra, aparece no espaço simbólico da sinagoga, no sábado. Os que ouviam Jesus "maravilhavam-se" com o que ele dizia, mas o rejeitaram. E Jesus "espantava-se" com a incredulidade deles. "Não é ele o carpinteiro?...", diziam, com desprezo. Mateus, posteriormente, para evitar a incidência do avilte a Jesus, escreverá: "... o filho do carpinteiro?". Lucas o omitirá e dirá simplesmente: "... o filho de José?".

O conteúdo teológico principal deste episódio é o rompimento de Jesus com as estruturas sociorreligiosas e de parentesco, características do judaísmo. Faltava-lhes a fé. Ele deixa de frequentar as sinagogas e passa a percorrer os povoados da região. A sociedade estruturada em torno do mercado e do lucro é carente da fé e da sensibilidade que permitem perceber e acolher Jesus presente entre os pobres e pequeninos.

3. DONDE LHE VEM ISTO?

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O saber de Jesus deixava admirados os seus conterrâneos. Especialmente quem convivera com ele, durante o longo período de vida escondida em Nazaré, perguntava-se pela origem de tanta sabedoria. Não havia explicação plausível, em se considerando sua origem familiar. Seus pais eram pessoas simples, desprovidas de recursos para oferecer-lhe uma formação esmerada, que o tornasse superior aos mestres conhecidos. Sua pregação, na sinagoga, não dava margem para dúvidas. Ele possuía, de fato, uma ciência elevada, desconhecida até então.

Diante desta incógnita, os conterrâneos de Jesus deixaram-se levar pelo preconceito: não é possível que o filho de um carpinteiro, pobre e bem conhecido de todos, possua uma tal sabedoria!

Sem dúvida, este preconceito escondia outro elemento muito mais sério. Quiçá desconfiassem que a sabedoria de Jesus fosse de origem espúria, por exemplo, obra do demônio. Em outras palavras: aquilo não parecia ser coisa de Deus.

A decisão de desprezá-lo e não lhe dar ouvidos decorre destas explicações. Era perigoso enveredar por um caminho contrário à fé tradicional, desviando-se de Deus.

A incredulidade de sua gente deixava Jesus admirado, a ponto de decidir realizar, em Nazaré, poucos milagres. Seu povo perdia, assim, uma grande oportunidade de conhecê-lo melhor, e descobrir, de maneira acertada, a origem de seu saber.