Santo Afonso Maria de Ligório
Segunda-feira, 01 de agosto de 2011
Celebramos, neste dia, a memória de um santo Bispo e Doutor da Igreja que se tornou pelo seu testemunho "Patrono dos confessores e teólogos de doutrina moral". Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápoles, na Itália, em 1696, numa nobre família que, ao saber das qualidades do menino prodígio, proporcionaram-lhe o caminho dos estudos a fim de levá-lo à fama.
Com 16 anos doutorou-se em direito civil e eclesiástico e já se destacava em sua posição social quando se deparou, involuntariamente, sustentando uma falsidade, isto levou Afonso a profundas reflexões, a ponto de passar três dias seguidos em frente ao crucifixo. Escolhendo a renúncia profissional, a herança e títulos de nobreza, Santo Afonso acolheu sua via vocacional, já que o Senhor o queria advogando as causas do Cristo.
Santo Afonso Maria de Ligório colocou todos os seus dons a serviço do Reino dos Céus, por isso, como sacerdote, desenvolveu várias missões entre os mendigos da periferia de Nápoles e camponeses; isto até contagiar vários e fundar a Congregação do Santíssimo Redentor, ou Redentoristas. Depois de percorrer várias cidades e vilas do sul da Itália convertendo pecadores, reformando costumes e santificando as famílias, Santo Afonso de Ligório, com 60 anos, foi eleito Bispo e assim pastoreou com prudência e santidade o povo de Deus, mesmo com a realidade de ter perdido a amizade do Papa e sido expulso de sua fundação.
Entrou no Céu com 91 anos, depois de deixar vários escritos sobre a Doutrina Moral, sobre a devoção ao Santíssimo Sacramento e a respeito da Mãe de Deus, sendo o mais conhecido: “As Glórias de Maria”.
Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!
Hoje: Dia Mundial da Amamentação, Dia Nacional do selo
Leituras
Primeira Leitura (Números 11,4-15)
Naqueles dias, a população que estava no meio de Israel foi atacada por um desejo desordenado; e mesmo os israelitas recomeçaram a gemer: "Quem nos dará carne para comer?", diziam eles. "Lembramo-nos dos peixes que comíamos de graça no Egito, os pepinos, os melões, os alhos bravos, as cebolas e os alhos. Agora nossa alma está seca. Não há mais nada, e só vemos maná diante de nossos olhos."
O maná assemelhava-se ao grão de coentro e parecia-se com o bdélio. O povo dispersava-se para colhê-lo; moía-o com a mó ou esmagava-o num pilão, cozia-o numa panela e fazia bolos com ele, os quais tinham o sabor de um bolo amassado com óleo.
Enquanto de noite caía o orvalho no campo, caía também com ele o maná. Ouviu Moisés o povo que chorava, agrupado por famílias, cada uma à entrada de sua tenda. A cólera do Senhor acendeu-se com violência. Moisés entristeceu-se.
E disse ao Senhor: "Por que afligis vosso servo? Por que não acho eu favor a vossos olhos, vós que me impusestes a carga de todo esse povo?"
Salmo 80/81
Exultai no Senhor, nossa força.
Mas me povo não ouviu a minha voz,
Israel não quis saber de obedecer-me.
Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos,
abandonei-os ao seu duro coração.
Quem me dera que meu povo me escutasse!
Que Israel andasse sempre em seus caminhos!
Seus inimigos, sem demora, humilharia
e voltaria minha mão contra o opressor.
Os que odeiam o Senhor o adulariam,
seria este seu destino para sempre;
eu lhe daria de comer a flor do trigo
e, com o mel que sai da rocha, o fartaria.
Evangelho (Mateus 14,22-36)
Logo depois, Jesus obrigou seus discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão. Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando a noite,estava lá sozinho.
Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram com medo: "É um fantasma!" disseram eles, soltando gritos de terror. Mas Jesus logo lhes disse: "Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!" Pedro tomou a palavra e falou: "Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!"
Ele disse-lhe: "Vem!" Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?"
Apenas tinham subido para a barca, o vento cessou. Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante dele e disseram: "Tu és verdadeiramente o Filho de Deus". E, tendo atravessado, chegaram a Genesaré. As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes, rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E, todos aqueles que nele tocaram, foram curados.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Fé das águas mansas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Depois da sensacional multiplicação dos Paes, os discípulos não tiveram mais dúvidas, com Jesus nada lhes faltaria ou aconteceria de errado, o negócio era “grudar” nele e não largar mais. Mas não era só os discípulos que pensavam assim, um dia surgiu um Escriba todo cheio de entusiasmo que foi logo dizendo “olha Mestre, aonde tu fores eu te seguirei....”
Quanta gente nos dias de hoje ainda vê Jesus assim, como um poderoso Guru, que inspira confiança total, proteção e segurança. Mas Jesus logo cortou o barato dos discípulos e obrigou-os a entrar no barco e fazerem a travessia sem a sua presença.
A vida em comunidade é assim uma espécie de travessia por nossa conta e risco, como é duro comprometer-se a fazer certas tarefas e enfrentar certos desafios pastorais no seio da igreja...Ah e quando começa a ventania das intrigas, os vendavais da divisão, as ondas das contrariedades que vem de fora da Pós Modernidade e parece que vão arrebentar o frágil barquinho da nossa Igreja. Pressão contra a doutrina, os dogmas, as verdades Divinas, o ensinamento do evangelho, pressão terrível contra a Ética e a Moral cristã, acusações terríveis, tentativa de desmoralizar nossos pastores e de repente...
Longe do barco, no lugar menos improvável que é sobre as águas, bem em cima das Forças do Mal, Jesus caminha.
Não há nessa passagem um desafio a Lei natural, que ninguém tente repetir esse milagre, principalmente se não souber nadar, que na certa vai dar muito trabalho aos bombeiros. Caminhando sobre as águas Jesus tem sob os pés o abismo do Fundo do mar, onde os antigos acreditavam que estavam os Poderes do Mal, uma serpente medonha que chamavam Leviantã, Imponente, majestoso, firme, Jesus pisa em cima do império do mal e daí Pedro também quer fazer o mesmo.
Nossas comunidades podem também fazer o mesmo, dominar as forças do mal que a atacam de todos os lados, e isso é possível, se olharmos para Jesus, como o apóstolo Pedro. Jesus é maior e mais poderoso do que qualquer mal. Enquanto Pedro acredita nisso, consegue caminhar sobre as águas, mas de repente achou que o vento era forte demais, quem já não pensou que fosse sucumbir diante do mal que avassalou sua Família e até sua comunidade?
É aí que entra a questão da Fé, quando acreditamos, estamos em comunhão com Cristo e unidos a Ele, ainda que não o vejamos, sabemos que caminha conosco, então encontramos em nós mesmos uma força descomunal capaz de superar qualquer obstáculo, porém, quando prestamos mais atenção na Força do Mal, sucumbimos como Pedro e clamamos pelo Senhor que de maneira sempre misericórdia nos estende a mão.
Cristão não fica navegando em águas mansas, procurando uma comunidade ideal, um grupo onde tudo seja paz e alegria, e uma sossegura sem fim, o Senhor nos quer lá nas profundezas do mar bravio e desafiador, de frente ao inimigo, ele vai conosco, ele está no comando, não tenhamos medo... Somente assim é que faremos a travessia...
2. Travessia no mar agitado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Este episódio da travessia do mar agitado, com Jesus caminhando sobre as águas, é narrado por Marcos e por João. Mateus acrescenta-lhe o episódio de Pedro que ousa ir ao encontro de Jesus sobre as águas, estabelecendo-se um diálogo entre ambos. Pedro pede a Jesus para ir ao seu encontro. Tem o consentimento e se põe a andar sobre as águas agitadas. Vacilando, sente medo e começa a "afundar".
Na nossa missão evangelizadora, ao atravessarmos um "mar" de adversidades sentimos o medo que nos inclina a recuar. Mas Jesus está presente, segura-nos com a mão e estimula nossa fé: "Coragem, sou eu... Por que duvidastes?".
3. EM MEIO ÀS TEMPESTADES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A cena evangélica desenrola-se em meio aos ventos, tempestades e ondas encapeladas, que põem em risco a vida dos discípulos, enquanto atravessam o mar da Galiléia. Além disso, é noite! A natureza toda parece ter-se colocado contra o pequeno grupo. O quê fazer neste contexto desesperador, quando todos já haviam sido tomados pelo medo?
A salvação aparece com a chegada de Jesus. Embora a tempestade continue, ele lhes recomenda a não temer, mas confiar. Quando o Mestre está com eles, podem estar seguros de que não perecerão.
A ousadia de Pedro, querendo por à prova o Mestre, acabou em fracasso. Amedrontado pelo vento furioso, começou a afundar. Sua falta de fé levou-o a duvidar da presença do Senhor. Donde o risco de quase ter sido tragado pelas ondas. Só se salvou porque recorreu a Jesus.
Este fato ilustra a vida da comunidade cristã, atribulada por perseguições, verdadeiras tempestades que devem enfrentar. Quando tudo parece concorrer para fazer a comunidade sucumbir, é preciso reconhecer a presença salvadora do Mestre. Até mesmo as lideranças, representadas por Pedro, correm o risco de perder a fé. Atitude arriscada, que pode levar a todos de roldão. Só é possível salvar-se, recorrendo a Jesus: "Senhor, salva-nos!"