Santo Afonso Maria de Ligório

Quarta-feira, 01 de agosto de 2012


Celebramos, neste dia, a memória de um santo Bispo e Doutor da Igreja que se tornou pelo seu testemunho "Patrono dos confessores e teólogos de doutrina moral". Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápoles, na Itália, em 1696, numa nobre família que, ao saber das qualidades do menino prodígio, proporcionaram-lhe o caminho dos estudos a fim de levá-lo à fama.

Com 16 anos doutorou-se em direito civil e eclesiástico e já se destacava em sua posição social quando se deparou, involuntariamente, sustentando uma falsidade, isto levou Afonso a profundas reflexões, a ponto de passar três dias seguidos em frente ao crucifixo. Escolhendo a renúncia profissional, a herança e títulos de nobreza, Santo Afonso acolheu sua via vocacional, já que o Senhor o queria advogando as causas do Cristo.

Santo Afonso Maria de Ligório colocou todos os seus dons a serviço do Reino dos Céus, por isso, como sacerdote, desenvolveu várias missões entre os mendigos da periferia de Nápoles e camponeses; isto até contagiar vários e fundar a Congregação do Santíssimo Redentor, ou Redentoristas. Depois de percorrer várias cidades e vilas do sul da Itália convertendo pecadores, reformando costumes e santificando as famílias, Santo Afonso de Ligório, com 60 anos, foi eleito Bispo e assim pastoreou com prudência e santidade o povo de Deus, mesmo com a realidade de ter perdido a amizade do Papa e sido expulso de sua fundação.

Entrou no Céu com 91 anos, depois de deixar vários escritos sobre a Doutrina Moral, sobre a devoção ao Santíssimo Sacramento e a respeito da Mãe de Deus, sendo o mais conhecido: “As Glórias de Maria”.

Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós!


Hoje:

Dia Nacional do Selo


Leituras

Leitura (Jeremias 15,10.16-21)
Leitura do livro do profeta Jeremias.

15 10 "Ai de mim, ó minha mãe, que me geraste, para tornar-se objeto de disputa e de discórdia em toda a terra! Não sou credor nem devedor, e, no entanto, todos me maldizem.
16 Vede: é por vós que sofro ultrajes da parte daqueles que desprezam vossas palavras. Aniquilai-os. Vossa palavra constitui minha alegria e as delícias do meu coração, porque trago o vosso nome, ó Senhor, Deus dos exércitos!
17 Não me assentei entre os escarnecedores, para entre eles encontrar o meu prazer. Apoiado em vossa mão, assentei-me à parte, porque me havíeis enchido de indignação.
18 Por que não tem fim a minha dor, e não cicatriza a minha chaga, rebelde ao tratamento? Ai! Sereis para mim qual riacho enganador, fonte de água com que não se pode contar?"
19 Eis a razão pela qual diz o Senhor: "Se voltares, farei de ti o servo que está a meu serviço. Se apartares o precioso do que é vil serás como a minha boca. Serão eles, então, que virão a ti, e não tu que irás a eles.
20 Então, erguerei ante esse povo sólida muralha como o bronze. Será atacada, mas não conseguirão vencê-la, pois estarei a teu lado para proteger-te e te livrar - oráculo do Senhor. 21 Arrebatar-te-ei da mão dos maus e te libertarei do poder dos violentos".


Salmo 58/59

Sois meu refúgio no dia da aflição.

Libertai-me do inimigo, ó meu Deus,
e protegei-me contra os meus perseguidores!
Libertai-me dos obreiros da maldade,
defendei-me desses homens sanguinários!

Eis que ficam espreitando a minha vida,
poderosos armam tramas contra mim.
Mas eu, Senhor, não cometi pecado ou crime.

Minha força, é a vós que me dirijo,
porque sois o meu refúgio e proteção,
Deus clemente e compassivo, meu amor!
Deus virá com seu amor ao meu encontro,
e hei de ver meus inimigos humilhados.

Eu, então, hei de cantar vosso poder
e de manhã celebrarei vossa bondade,
porque fostes para mim o meu abrigo,
o meu refúgio no dia da aflição.

Minha força, cantarei vossos louvores,
porque sois o meu refúgio e proteção,
Deus clemente e compassivo, meu amor!


Evangelho (Mateus 13,44-46)

13 44 Disse Jesus: "O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo.
45 O Reino dos céus é ainda semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas.
46 Encontrando uma de grande valor, vai, vende tudo o que possui e a compra".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “O tesouro escondido”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Muda-se o contexto, mudam-se os ouvintes, provavelmente Jesus acabou de chegar do campo e entrou na cidade, lá na zona rural o Reino era semente e fermento, agora na cidade ele é um tesouro e uma pérola preciosa. A diferença entre as duas parábolas é que agora, descobrindo este reino dentro de si, é preciso tomar a decisão: que importância tem o Reino na minha vida? Jesus e seu evangelho é apenas mais uma Filosofia de Vida entre tantas, ou é o único? O Reino de Deus não é uma mercadoria exposta na vitrine, em meio a outras.

Ao descobrir o tesouro escondido em um sítio, o homem da primeira parábola o escondeu de novo. Ninguém sabia que ele já tinha descoberto o tesouro, era alguém em meio a multidão, porém sentia-se especial pois o tesouro descoberto tornara-se a coisa mais importante da sua vida, mas para que fosse seu, teria de abrir mão de tudo o mais que possuía e foi o que fez...

Mas qual a diferença entre as duas parábolas que parecem tão iguais? Na primeira, o homem encontrou o tesouro por acaso, e na segunda o negociante estava à procura de uma preciosidade. Isso significa dizer que de algum modo, Deus revela o seu reino a todos os homens, nenhum ser humano passará por esta vida sem que a Graça de Deus o toque e o alcance. É uma ocasião única que ele deve aproveitar bem, descobrindo que vale a pena relativizar tudo nesta vida, aceitando como absoluto apenas Deus e os desígnios do seu Reino, que Jesus um dia plantou no meio de nós.

Ocorre que muitas vezes, jogamos toda a nossa existência fora, por causa de “quinquilharias” que nada valem, ou de certas pérolas reluzentes, mas que são falsas e não tem valor algum e que passamos vida inteira correndo atrás.

2. Parábolas do Reino

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Mateus coleta ditos de Jesus e os reúne, em seu evangelho, em cinco blocos, formando cinco discursos. Estes são alternados com blocos de feitos de Jesus, milagres, relações com os discípulos ou com o povo e conflitos com o sistema da sinagoga e do Templo. No capítulo treze, encontramos o "discurso em parábolas", com sete parábolas. A seguir apresentará mais oito, dispersas, formando um total de quinze. Destas, oito são exclusivas de Mateus. E Mateus tem a originalidade de iniciar dez das parábolas com a frase: "O Reino dos Céus é como...".

As duas curtas parábolas de hoje só são encontradas em Mateus. Em poucas palavras exprime bem a atração do Reino. Em ambas alguém descobre algo de muito valor e vende tudo para comprá-lo. Em ambos os casos o valor está oculto: o tesouro enterrado no campo e a pérola que o dono ignorante não percebe que é preciosa. A mensagem da parábola não está na compra ardilosa. A mensagem está nas partes: de um lado, alguém que tem nas mãos um tesouro, mas não toma conhecimento, e, de outro lado, alguém que descobre o tesouro e dá tudo para possuí-lo. O tesouro é o Reino dos Céus. Muitos estão adormecidos diante dele. Outros renunciam a tudo para participar dele, colocando sua vida a serviço do próximo mais necessitado, em comunhão com Jesus e o Pai.

3. DECISÃO RADICAL

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A relação do discípulo com o Reino deve ser de exclusividade. Em sua vida, nada pode apresentar-se como concorrente desse Reino, pois este tem a primazia em tudo, deve ser o ponto de referência para tudo, o eixo de sua existência. E tudo isto se explica como adesão e serviço total ao Reino.

Jesus comparou a radicalidade desta opção com o gesto de um homem que, ao descobrir um tesouro escondido num campo, cheio de alegria vendeu quanto possuía e adquiriu aquele campo. Essa descoberta levou-o a redimensionar o valor de suas propriedades. A posse do tesouro justificava desfazer-se de tudo o mais.

Outro ponto de comparação foi a atitude de um comerciante de pérolas preciosas: ao encontrar uma de grande valor, decidiu desfazer-se de todos os seus bens, só para adquiri-la. A posse da pérola levou-o a dar uma reviravolta em sua vida: todas as demais pérolas que possuía, bem como outras eventuais propriedades, pouco valor tinham para ele. A posse da pérola preciosa era suficiente para fazê-lo feliz.

O mesmo se passa com o Reino. Ele constitui a alegria do discípulo, embora tivera de renunciar ao que antes lhe parecia precioso. Por causa do Reino, o discípulo é capaz de tomar decisões radicais.