Santo Afonso Rodrigues

Segunda-feira, 31 de outubro de 2011


Diante da "galeria" de santos da Companhia de Jesus, voltamos o nosso olhar, talvez, para o mais simples e humilde dos Irmãos: Santo Afonso Rodrigues. Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532.

Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus estudos no primário, pois com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois filhos, infelizmente todos, com o tempo, faleceram. Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois do noviciado foi enviado para o colégio de formação.

No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços, e dentre as virtudes heróicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, foi a obediência sua prova de verdadeira humildade. Santo Afonso sabia ser simples Irmão pois aceitava com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus.

Tinha como regra: "Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina". Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia. Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.

Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!


Hoje: Dia da Dona de Casa, Dia do Ferroviário, Dia Mundial do Comissário de Vôo


Leituras

Primeira Leitura (Romanos 11,29-36)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.

Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis. Assim como vós antes fostes desobedientes a Deus, e agora obtivestes misericórdia com a desobediência deles, assim eles são incrédulos agora, em conseqüência da misericórdia feita a vós, para que eles também mais tarde alcancem, por sua vez, a misericórdia. Deus encerrou a todos esses homens na desobediência para usar com todos de misericórdia. b

Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro?

Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém.


Salmo 68/69

Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor!

Pobre de mim, sou infeliz e sofredor!
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
Cantando, eu louvarei o vosso nome
e, agradecido, exultarei de alegria!

Humildes, vede isto e alegrai-vos: o vosso coração reviverá
se procurardes o Senhor continuamente!
Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres
e não despreza o clamor de seus cativos.

Sim, Deus virá e salvará Jerusalém,
reconstruindo as cidades de Judá,
onde os pobres morarão, sendo seus donos.
A descendência de seus servos há de herdá-las,
e os que amam o santo nome do Senhor
dentro delas fixarão sua morada!


Evangelho (Lucas 14,12-14)

Naquele tempo, Jesus dizia ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: "Quando deres alguma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem os parentes, nem os vizinhos ricos. Porque, por sua vez, eles te convidarão e assim te retribuirão.

Mas, quando deres uma ceia, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.

Serás feliz porque eles não têm com que te retribuir, mas ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Relações de Barganha e Troca de Favores"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nossa igreja sempre foi e será pecadora, mas nessa reflexão eu gostaria de focar um ambiente onde esse ensinamento de Jesus cai como uma luva... A crítica de Jesus é exatamente contra as relações mercantilizadas, das trocas de favores, do conhecidíssimo Toma lá, Dá Cá, sempre ao sabor das conveniências e interesses, dizem que um político nunca dá ponto sem nó, e isso é uma verdade incontestável. Receber um favor particular de um político é comprometer-se com ele, apoiá-lo de modo incontestável, endeusá-lo de modo que em suas ações não haja mais compromisso com a ética e a moral. E o lema é "Pode até roubar, desde que me ajude...".

Quantos vendem a sua consciência, amarram suas mãos e dizem AMÉM., porque não querem perder algum privilégio que lhes foi concedido. Em nossas comunidades, os agentes de pastoral, os participantes de movimentos devem estar sempre bem atentos com essas "Aves de Rapina" que sempre dão o bote no tempo certo.

Pois essa relação pecaminosa e repugnante, das barganhas políticas e parcerias lucrativas, não podem estar presentes na vida do discípulo. Nesse sentido é que a exortação de Jesus quebra e desmascara esse jeito hipócrita de se relacionar com as pessoas. O amor tem que ser gratuito e incondicional: tenho que dar o melhor de mim, sem esperar nada em troca, por isso o convite aos pobres, aleijados, coxos e cegos, para vir comer em nossa casa.

Eles eram marginalizados pelo próprio sistema religioso, nada tinham a oferecer ou com que retribuir, eram os últimos dos últimos. Acolher um irmão assim, permitir que ele faça parte de nossa vida e de nossas relações, não ter vergonha de estar com eles em público, é imitar o próprio Senhor, que veio especialmente para estes. Por eles, o próprio Jesus nos irá retribuir, com a Vida nova da Ressurreição.

Que nossas comunidades estejam sempre de portas abertas, para acolher a todos, principalmente os desqualificados até moralmente, "Tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber, estava nu e me vestistes, preso e fostes me visitar..."

2. Sejam convidados os excluídos

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Jesus encontrava-se à mesa de um dos chefes dos fariseus que o convidara, em um sábado. Após ter curado um hidrópico que entre os convidados se encontrava, Jesus faz uma advertência aos comensais sobre a disputa pelos primeiros lugares. Em seguida dirige-se a este chefe fariseu. Entre as elites, quando alguém oferece um almoço ou jantar aos amigos comumente o faz para afirmar seu prestígio, consolidar seus laços com um grupo privilegiado, procurando estabelecer relações sociais vantajosas para seu enriquecimento. Nesta perspectiva, os convidados são pessoas de posses e de prestígio. Assim também acontecia com o chefe dos fariseus. O ensino de Jesus, dirigido àquele chefe dos farisseus, significa uma subversão completa nestes critérios de valor. Quando se der um banquete, que sejam convidados os excluídos, os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. A perspectiva não é a da busca de um proveito próprio ou de uma recompensa imediata, mas sim de servir, comunicar e promover a vida. O banquete oferecido aos pobres significa inseri-los no usufruto dos bens da criação, na partilha das riquezas, e no resgate de sua dignidade. Assim alcança-se a bem-aventurança, com a participação na vida eterna comunicada por Deus.

3. UM ENSINAMENTO EXTRAVAGANTE?

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus fez um esforço formidável para colocar no coração de seus discípulos um amor entranhado pelos pobres e marginalizados. Ele bem conhecia o valor salvífico do bem feito aos excluídos, e o quanto agradam ao Pai os gestos de bondade em relação aos necessitados.

O ensinamento a respeito de quem deve ser convidado para um almoço ou jantar tem esta finalidade. Por isso, pode parecer um tanto extravagante. Nada de chamar amigos, irmãos, parentes e vizinhos ricos, quando se oferece um almoço ou jantar. O Mestre aconselha a convidar os aleijados, os coxos, os cegos, que não têm como retribuir.

Jesus opôs-se à tendência humana natural de estreitar as relações com as pessoas às quais queremos bem, e cuja convivência nos é agradável. Ao invés disso, ensinou a escolher os mais carentes de afeto e atenção.

É importante atentar para os motivos sadios que nos devem levar a convidar os pobres para uma ceia familiar. Existem motivos fúteis, como ganhar o prestígio de pessoa caridosa e fazer demagogia barata. Convidar os pobres significa comungar com sua causa, tornar-se solidário com eles, a ponto de tudo fazer para que sua dignidade seja respeitada. Quem age com esta intenção, participará da ressurreição dos justos.