Santo Agostinho
Terça-feira, 28 de agosto de 2012
Celebramos neste dia a memória do grande Bispo e Doutor da Igreja que nos enche de alegria, pois com a Graça de Deus tornou-se modelo de cristão para todos. Agostinho nasceu em Tagaste, no norte da África, em 354, filho de Patrício (convertido) e da cristã Santa Mônica, a qual rezou durante 33 anos para que o filho fosse de Deus.
Aconteceu que Agostinho era de grande capacidade intelectual, profundo, porém, preferiu saciar seu coração e procurar suas respostas existentes tanto nas paixões, como nas diversas correntes filosóficas, por isso tornou-se membro da seita dos maniqueus.
Com a morte do pai, Agostinho procurou se aprofundar nos estudos, principalmente na arte da retórica. Sendo assim, depois de passar em Roma, tornou-se professor em Milão, onde envolvido pela intercessão de Santa Mônica, acabou frequentando, por causa da oratória, os profundos e famosos Sermões de Santo Ambrósio. Até que por meio da Palavra anunciada, a Verdade começou a mudar sua vida.
O seu processo de conversão recebeu um "empurrão" quando, na luta contra os desejos da carne, acolheu o convite: "Toma e lê", e assim encontrou na Palavra de Deus (Romanos 13, 13ss) a força para a decisão por Jesus:"...revesti-vos do Senhor Jesus Cristo...não vos abandoneis às preocupações da carne para lhe satisfazerdes as concupiscências".
Santo Agostinho, que entrou no Céu com 76 anos de idade (no ano 430), converteu-se com 33 anos, quando foi catequizado e batizado por Santo Ambrósio. Depois de "perder" sua mãe, voltou para a África, onde fundou uma comunidade cristã ocupada na oração, estudo da Palavra e caridade. Isto, até ser ordenado Sacerdote e Bispo de Hipona, santo, sábio, apologista e fecundo filósofo e teólogo da Graça e da Verdade.
Santo Agostinho, rogai por nós!
Hoje:
Dia da Avicultura, Dia dos Bancários
Leituras
Leitura (2 Tessalonicenses 2,1-3.14-17)
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses.
2 1 No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e nossa reunião com ele, rogamo-vos, irmãos,
2 não vos deixeis facilmente perturbar o espírito e alarmar-vos, nem por alguma pretensa revelação nem por palavra ou carta tidas como procedentes de nós e que vos afirmassem estar iminente o dia do Senhor.
3 Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição,
14 E pelo anúncio do nosso Evangelho vos chamou para tomardes parte na glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa.
16 Nosso Senhor Jesus Cristo e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu consolação eterna e boa esperança pela sua graça,
17 consolem os vossos corações e os confirmem para toda boa obra e palavra!
Salmo 95/96
O Senhor vem julgar nossa terra!
Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!"
Ele firmou o universo inabalável,
e os povos ele julga com justiça.
O céu se rejubile e exulte a terra,
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
os campos com seus frutos rejubilem.
E exultem as florestas e as matas
na presença do Senhor, pois ele vem,
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça,
e os povos julgará com lealdade.
Evangelho (Mateus 23,23-26)
Naquele tempo, 23 23 disse Jesus: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.
24 Guias cegos! Filtrais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Limpais por fora o copo e o prato e por dentro estais cheios de roubo e de intemperança.
26 Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o que está fora fique limpo".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
Denúncia contundente
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Com mais duas increpações, introduzidas com a advertência: "Ai de vós...", temos a continuidade da contundente denúncia de Jesus aos escribas e fariseus, integrantes da cúpula religiosa de Israel.
Nas comunidades do evangelista Mateus, havia membros oriundos do judaísmo que ainda frequentavam a sinagoga. Pressionados por seus antigos chefes religiosos, estavam diante do dilema: ou abandonariam a sua fé em Jesus ou seriam expulsos da sinagoga.
Mateus, com os sete "ais", exprime o anúncio de Jesus confrontando-o com a doutrina das sinagogas. Embora se dirijam aos chefes religiosos, eles têm o caráter de instrução às comunidades, advertindo-as contra a incoerência desta doutrina. Lucas também reproduz estas advertências em "ais" em seu evangelho, de maneira mais resumida, em diferente contexto. Mateus, aos "ais", acrescenta a qualificação de hipócritas aos escribas e fariseus.
Com esta contundente denúncia, Mateus tem em vista demover os membros de sua comunidade do retorno às sinagogas. Afastando-se de uma religião opressora e excludente, na comunidade eles encontram o jugo suave de Jesus, na liberdade, na misericórdia e no amor.
CEGUEIRA E HIPOCRISIA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O exagero dos mestres da Lei e dos fariseus em cumprir, minuciosamente, certas prescrições, tinha como contraponto o desprezo pelo que, de fato, era importante. Os exemplos oferecidos por Jesus eram contundentes. Embora fossem fiéis no pagamento do dízimo das hortaliças, até mesmo das ervas mais comuns, deixavam de praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Agindo dessa forma, invertiam os valores: o prioritário ocupava o segundo lugar, tornando-se menos importante, ao passo que o elemento secundário passava a ter primazia.
Esta visão desfocada da realidade pode ser fatal. Deixando de lado o que é fundamental, a pessoa estará investindo sua vida numa causa perdida. A condenação virá na certa, por se tratar de um projeto de vida sem consistência. Só a justiça, a misericórdia e a fidelidade podem projetar a existência humana na perspectiva da salvação.
A distorção da realidade acontece também no cuidado que os mestres da Lei e dos fariseus tinham com a limpeza das louças, para não contrair impureza, enquanto seu interior estava repleto de maldade. Sem a pureza interior, a preocupação com a pureza das coisas materiais de uso diário perde seu sentido. A impureza do coração afasta a pessoa da vontade de Deus. Pelo contrário, buscando-se a pureza interior, tudo o mais torna-se puro.
Portanto, é prudente não dar ouvidos aos ensinamentos dos falsos mestres.