Santo Alberto Magno

Terça-feira, 15 de novembro de 2011


Celebramos neste dia a santidade de um grande santo da nossa Igreja, o qual foi digno de ser intitulado de Magno (Grande). Nascido na Alemanha em 1206, numa família militar que desejava para Alberto a carreira militar ou administrativa.

Soldado do Senhor e administrador do Reino de Deus, devotíssimo da Virgem Maria, Santo Alberto optou pelos desejos do coração de Deus, por isso depois de estudar ciências naturais em Pádua e Paris entrou na família Dominicana em 1223, a fim de mergulhar nos estudos, santidade e apostolado. Como consequência da sua crescente adesão ao Reino, foram aumentando os trabalhos na "vinha do Senhor", por isso na Ordem Religiosa foi superior provincial e mais tarde, nomeado pelo Papa, Bispo de Ratisbona, num tempo em que somente um santo e sábio poderia estabelecer a paz entre os povos e cidades, como de fato aconteceu.

Santo Alberto Magno era um apaixonado e vocacionado ao magistério (teve como discípulo São Tomás de Aquino); foi dispensado do Episcopado, para na humildade e pobreza continuar lecionando, pregando e pesquisando e dominando com tranquilidade os assuntos sobre mecânica, zoologia, botânica, metereologia, agricultura, física, tecelagem, navegação e outras áreas do conhecimento, os quais inseriu no seu caminho de santidade: "Minha intenção última, escrevia, está na ciência de Deus". Suas obras escritas encheram 38 grossos volumes e com o testemunho impregnou toda a Igreja de santidade e exemplo de quem soube viver com equilíbrio e graça a fé que não contradiz a razão.

Entrou no Céu em 1280, proclamado Doutor da Igreja e Patrono dos cultores das ciências naturais.

Santo Alberto Magno, rogai por nós!


Hoje:

Proclamação da República


Leituras

Primeira Leitura (2 Macabeus 6,18-31)
Leitura do segundo livro dos Macabeus.

6 18 Havia certo homem já de idade avançada e de bela aparência, Eleazar, que se sentava no primeiro lugar entre os doutores da lei. Queriam coagi-lo a comer carne de porco, abrindo-lhe a boca à força.
19 Mas ele, cuspindo e preferindo morrer com honra a viver na infâmia,
20 caminhou voluntariamente para o instrumento de tortura, como devem caminhar os que têm a coragem de rejeitar o que não é permitido comer por amor à vida.
21 Ora, os encarregados desse ímpio banquete ritual, já desde muito tempo possuíam relações de amizade com Eleazar. Tomaram-no à parte e rogaram-lhe que fizesse trazer as carnes permitidas, que ele mesmo tivesse preparado, para comê-las como se fossem carnes do sacrifício, conforme ordenara o rei.
22 Desse modo, ele seria preservado da morte, e granjearia sua benevolência em vista da antiga amizade.
23 Mas Eleazar, tomando uma bela resolução, digna de sua idade, da autoridade que lhe conferia sua velhice, do prestígio que lhe outorgavam seus cabelos brancos, da vida íntegra conservada desde a infância, digna sobretudo das sagradas leis estabelecidas por Deus, preferiu ser conduzido à morte.
24 "Não é próprio da nossa idade", respondeu ele, "usar de tal fingimento, para não acontecer que muitos jovens suspeitem de que Eleazar, aos noventa anos, tenha passado aos costumes estrangeiros.
25 Eles mesmos, após o meu gesto hipócrita, e por um pouco de vida, se deixariam arrastar por causa de mim, e isso seria para a minha velhice a desonra e a vergonha.
26 E mesmo se eu me livrasse agora dos castigos dos homens, não poderia escapar, nem vivo nem morto, das mãos do Todo-poderoso.
27 Sendo assim, se eu morrer agora corajosamente, mostrar-me-ei digno de minha velhice, e terei deixado aos jovens um nobre exemplo de zelo generoso, segundo o qual é preciso dar a vida pelas santas e veneráveis leis".
28 Ditas estas palavras, ele dirigiu-se ao suplício.
29 Aqueles que o levavam transformaram em dureza a benevolência, que pouco antes haviam tido para com ele, julgando insensatas suas palavras. 30 E quando ele estava prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: "O Senhor que possui a ciência santíssima o vê: podendo eu livrar-me da morte, sofro em meu corpo os tormentos cruéis dos açoites, mas os suporto com alma alegre porque é a ele que temo".
31 Dessa maneira passou à outra vida, deixando com sua morte não somente aos jovens, mas também a toda a sua gente, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.


Salmo 3

É o Senhor quem me sustenta e me protege!

Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam;
quanta gente se levanta contra mim!
Muitos dizem, comentando a meu respeito:
"Ele não acha a salvação junto de Deus!"

Mas sois vós o meu escudo protetor,
a minha glória que levanta minha cabeça!
Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor,
do monte santo ele meu ouviu e respondeu.

Eu me deito e adormeço bem tranqüilo;
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
Não terei medo de milhares que me cerquem
e, furiosos, se levantam contra mim.
Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!


Evangelho (Lucas 19,1-10)

19 1 Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade.
2 Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos.
3 Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura.
4 Ele correu adiande, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali.
5 Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: "Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa". 6 Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente.
7 Vendo isto, todos murmuravam e diziam: "Ele vai hospedar-se em casa de um pecador".
8 Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: "Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo".
9 Disse-lhe Jesus: "Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão.
10 Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "As Subidas e descidas da nossa conversão"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(Esta é a história de Zaqueu, um homem que mudou, sem deixar se ser o que era, uma conversão bem aos moldes do pós modernismo, pois Deus nos quer santos exatamente naquilo que fazemos....)

Quem olhasse para Zaqueu no dia seguinte á sua experiência com Jesus, provavelmente não iria notar nenhuma diferença, lá estava ele em sua banquinha de cobrador de impostos, e alguém até poderá dizer que convertido mesmo foi Mateus, que largou o seu posto de serviço de cobrador de impostos para seguir a Jesus e parece que Zaqueu ficou só no discurso, entretanto, tanto um como outro, encontraram em Jesus um novo sentido para suas vidas, o processo de conversão não é uma formatação das pessoas, viver em conversão não é tornar-se um robozinho que age do mesmo jeito, previamente programados por Deus.

São Mateus compreendeu que se continuasse a ser cobrador de impostos sua vida não iria mudar, Zaqueu, ao contrário, após a experiência com Jesus requalificou aquilo que fazia pois era possível sim, ser um cobrador de impostos cristão, íntegro e virtuoso. É possível em nossos tempos um político, legislador, governante, Juiz, policial, advogado, Médico etc. ter uma conduta cristã naquilo que faz, em seu trabalho do dia a dia. Quando se faz a Metanóia, mudança da mente e do coração por causa de Jesus, aquilo que fazemos seja lá o que for, passará a ser feito de outro modo, Zaqueu decidiu restituir o que havia roubado dos pobres, isso é, a partir daquele dia iria apenas cobrar o que era justo, sem apossar-se de percentuais a mais para proveito próprio. Ah... se todos os ladrões e corruptos do nosso País, passassem por esse mesmo processo, só o dinheiro que fosse ser restituído, acabaria com a miséria de muita gente. Para isso seria necessário fazer o que Zaqueu fez... Primeiro, ouviu falar de Jesus e em seu coração sentiu o forte desejo de conhecê-lo.

Segundo, para conhecê-lo não sentiu vergonha de sair de si mesmo, do seu status e importância social, tornou-se uma criança e subiu na primeira árvore que encontrou, tornando-se pequeno, não na estatura ( aí o coitado já era nanico) mas no espírito e no coração, só consegue conhecer Jesus e experimentá-lo quem se fizer pequeno ( hoje em dia algo meio raro e difícil de acontecer, pois estamos todos empoleirados em nossas vaidades e egocentrismo, só queremos SUBIR pois descer é muito ruim, para quem quer vencer na vida)

Em terceiro, diante do olhar de Jesus que o viu em cima da árvore, e do seu convite irresistível, Zaqueu desceu depressa, acabara de encontrar alguém que o fez sentir uma incontável alegria interior, muito mais do que a fortuna que tinha acumulado. Então podemos afirmar sem medo de errar, que a Salvação só acontece quando nós queremos, pois só assim Deus poderá nos salvar, claro que toda iniciativa é de Deus, Jesus já havia encontrado Zaqueu antes mesmo de vê-lo em cima da árvore, pois este já o tinha acolhido em seu coração quando o desejou conhecê-lo. Que o nosso "subir" não seja para obter status e importância de posição, mas sim subir pára fazer a nossa ascese e ficarmos bem mais perto de Deus presente em Jesus, e dos irmãos e irmãs.

2. Zaqueu, tocado por Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Temos neste texto mais uma narrativa exclusiva de Lucas. É feito o contraste entre Zaqueu, um publicano excluído do judaísmo, que recebe Jesus em sua casa com alegria e contrição, e o fariseu que recebeu Jesus para uma refeição com desconfiança e censura (Lc 14,1-6). Zaqueu, tocado por Jesus, dispõe-se à partilha de suas riquezas com os pobres e com aqueles que foram por ele prejudicados. Lucas apresenta Zaqueu, que era muito rico, com simpatia. Mostra assim que os ricos não são excluídos por Jesus. Eles é que se excluem, se permanecerem apegados e dependentes de sua riqueza. O rico é chamado por Jesus a converter-se à bem-aventurança da pobreza, a deixar de acumular riquezas para si, rompendo com o sistema iníquo de enriquecimento, e a partilhar o que possui com os pobres e excluídos.

3. AS ETAPAS DA SALVAÇÃO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O encontro de Zaqueu com Jesus mostra como a conversão acontece em etapas. De certo modo, esta revela como a salvação acontece na vida de quem se torna discípulo do Reino.

O primeiro passo consiste no desejo de ver Jesus. No caso de Zaqueu, o Evangelho não esclarece os motivos deste anseio. Sabemos, apenas, ter sido tão forte que nada deteve o homem até vê-lo realizado.

O segundo passo exige a superação de todos os obstáculos. Para Zaqueu, um empecilho era sua baixa estatura. O problema foi resolvido: subiu numa árvore.

O terceiro passo comporta deixar-se amar por Jesus, sem restrições nem desconfiança, abrindo-lhe as portas do coração. Zaqueu desceu depressa da árvore, para receber Jesus em sua casa, com alegria.

O quarto passo é uma mudança radical de vida. Radical significa deixar de lado os esquemas e mentalidades antigos, para adequar-se às exigências do Reino. Isto não se faz com palavras ou com boas intenções, mas com gestos concretos. Zaqueu dispôs-se a dar metade de seus bens aos pobres e a ressarcir, quatro vezes mais, aquilo que havia roubado. Desta forma, ele provou que, realmente, a salvação tinha entrado em sua casa.