Santo Alberto Magno

Quinta-feira, 15 de novembro de 2012


Celebramos neste dia a santidade de um grande santo da nossa Igreja, o qual foi digno de ser intitulado de Magno (Grande). Nascido na Alemanha em 1206, numa família militar que desejava para Alberto a carreira militar ou administrativa.

Soldado do Senhor e administrador do Reino de Deus, devotíssimo da Virgem Maria, Santo Alberto optou pelos desejos do coração de Deus, por isso depois de estudar ciências naturais em Pádua e Paris entrou na família Dominicana em 1223, a fim de mergulhar nos estudos, santidade e apostolado. Como consequência da sua crescente adesão ao Reino, foram aumentando os trabalhos na "vinha do Senhor", por isso na Ordem Religiosa foi superior provincial e mais tarde, nomeado pelo Papa, Bispo de Ratisbona, num tempo em que somente um santo e sábio poderia estabelecer a paz entre os povos e cidades, como de fato aconteceu.

Santo Alberto Magno era um apaixonado e vocacionado ao magistério (teve como discípulo São Tomás de Aquino); foi dispensado do Episcopado, para na humildade e pobreza continuar lecionando, pregando e pesquisando e dominando com tranquilidade os assuntos sobre mecânica, zoologia, botânica, metereologia, agricultura, física, tecelagem, navegação e outras áreas do conhecimento, os quais inseriu no seu caminho de santidade: "Minha intenção última, escrevia, está na ciência de Deus". Suas obras escritas encheram 38 grossos volumes e com o testemunho impregnou toda a Igreja de santidade e exemplo de quem soube viver com equilíbrio e graça a fé que não contradiz a razão.

Entrou no Céu em 1280, proclamado Doutor da Igreja e Patrono dos cultores das ciências naturais.

Santo Alberto Magno, rogai por nós!


Hoje.

Proclamação da República


Leituras

Leitura (Filêmon 7-20.)
Leitura da carta de são Paulo a Filêmon.

7 Tua caridade me trouxe grande alegria e conforto, porque os corações dos santos encontraram alívio por teu intermédio, irmão.
8 Por esse motivo, se bem que eu tenha plena autoridade em Cristo para prescrever-te o que é da tua obrigação,
9 prefiro fazer apenas um apelo à tua caridade. Eu, Paulo, idoso como estou, e agora preso por Jesus Cristo,
10 venho suplicar-te em favor deste filho meu, que gerei na prisão, Onésimo. 11 Ele poderá ter sido de pouca serventia para ti, mas agora será muito útil tanto a ti como a mim.
12 Torno a enviá-lo para junto de ti, e é como se fora o meu próprio coração.
13 Quisera conservá-lo comigo, para que em teu nome ele continuasse a assistir-me nesta minha prisão pelo Evangelho.
14 Mas, sem o teu consentimento, nada quis resolver, para que tenhas ocasião de praticar o bem (em meu favor), não por imposição, mas sim de livre vontade.
15 Se ele se apartou de ti por algum tempo, foi sem dúvida para que o pudesses reaver para sempre.
16 Agora, não já como escravo, mas bem mais do que escravo, como irmão caríssimo, meu e sobretudo teu, tanto por interesses temporais como no Senhor.
17 Portanto, se me tens por amigo, recebe-o como a mim.
18 Se ele te causou qualquer prejuízo ou está devendo alguma coisa, lança isto em minha conta.
19 Eu, Paulo, escrevo de próprio punho: Eu pagarei. Para não te dizer que tu mesmo te deves inteiramente a mim!
20 Sim, irmão, quisera eu receber de ti esta alegria no Senhor! Dá esta alegria ao meu coração, em Cristo!


Salmo 145/146

Feliz quem se apóia no Deus de Jacó!

O Senhor faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído,
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

Quem ampara a viúva e o órfão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!


EVANGELHO (Lucas 17,20-25)

Naquele tempo, 17 20 os fariseus perguntaram um dia a Jesus quando viria o Reino de Deus. Respondeu-lhes: "O Reino de Deus não virá de um modo ostensivo".
21 Nem se dirá: "Ei-lo aqui; ou: Ei-lo ali. Pois o Reino de Deus já está no meio de vós".
22 Mais tarde ele explicou aos discípulos: "Virão dias em que desejareis ver um só dia o Filho do Homem, e não o vereis.
23 Então vos dirão: 'Ei-lo aqui; e: Ei-lo ali'. Não deveis sair nem os seguir.
24 Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia. 25 É necessário, porém, que primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Reino de Deus está no meio de vós

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os Fariseus viviam perguntando a Jesus quando é que o Reino de Deus viria, esta é também uma pergunta que todos nós nos fazemos. Quando o Reino vai acontecer? Isso é, quando o Ser humano vai criar juízo e converter-se, para acabar com as guerras, intrigas, ódios, divisões de classes, desigualdades sociais, violência, questão das drogas, reestruturação das Famílias, ladroeira e corrupção dos nosso ilustres políticos. Bom...que ninguém fique decepcionado, mas eu diria que NUNCA, pelo menos não nesta vida...

Esta afirmação desanima qualquer um, então, porque lutar, acreditar no Bem, ser seguidor de Jesus Cristo, Membro da igreja, não seria melhor "jogar a toalha"? Então agora vem a Boa Notícia que Jesus dá aos Fariseus e a todos nós deste terceiro milênio "O Reino de Deus já está entre vós!" Isso é, há uma realidade invisível bem no coração de cada ser humano, um pouquinho de esperança sendo gestada no silêncio de cada um de nós, eis aí o Reino de Deus, invisível e insignificante ( quem vai acreditar em algo que não se vê?) nesse mundo do Consumismo e imediatismo, onde as pessoas são induzidas a ser feliz aqui e agora?

Mas o Reino está aí, mataram a Jesus de Nazaré e pensaram tê-lo destruído, mas no meio da tragédia da suas morte, o Reino tomou mais força, nasceu frágil na comunidade primitiva, tentaram destruí-lo matando os seguidores de Jesus na arena, para ser comido pelos leões, mas novamente o Reino de Deus, renasceu do sangue dos nossos mártires e cresceu forte.

Com o passar do tempo, as forças contrárias bombardearam o Reino, e até dentro da igreja o mal se infiltrou para combater o Reino, mas a cada investida das forças do mal, o Reino se refaz na Ressurreição do Senhor, e já se passaram três milênios de história. O Reino de Deus não surge e nem se manifesta nos grandes triunfos, ou feitos heróicos e prodigiosos, mas dos fracassos da vida do homem, parece que Deus ajunta os cacos e vai nos refazendo, nos moldando como um Oleiro, o Reino é feito de Esperanças e sonhos, que um dia serão todos realizados, o Mal não conseguirá detê-lo.

O outro recado do evangelho, é não confundir o Reino com as instituições humanas, sejam elas Religiosas, Sociais ou Políticas, quando muito, as ideologias de cada instituição pode estar em sintonia com alguns valores do Reino, mas não SER o Reino, nem mesmo e muito menos as religiosas, a Igreja é sinal e expressão do Reino de Deus, que um dia Jesus inaugurou no meio dos homens, mas não é a Dona exclusiva do Reino.

Ele não está nas Estruturas humanas, mas no mais íntimo de cada homem e mulher, as instituições passarão, mas o Reino é Perene e um dia se tornará visível e definitivo. Jesus Cristo é o Reino e por isso ele afirmou "O Reino de Deus está no meio de vós". Os Fariseus, só conseguiam ver o reino nas instituições, sonhos e esperanças humanas, que o vento das ilusões irá carregar pára bem longe. Estar no Reino e acreditar Nele, é sonhar e esperar com Deus presente em Jesus, é se permitir que em nossas fragilidades humanas Deus vá edificando o Reino que Jesus plantou em nós com a sua Salvação que nos trouxe a Graça.

2. Nova concepção de "Reino de Deus"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

O Reino de Deus para o judaísmo significava a hegemonia mundial deste povo, com a submissão de todas as nações, que viriam adorar no Templo de Jerusalém, trazendo suas riquezas; as nações que não se submetessem, seriam destruídas pela divindade (Is 60,5-6.11-12; 61,6; 66,23-24; Zc 14,14.18-19). Era a expectativa escatológico-messiânica, de um futuro de glória terrena para os filhos de Abraão, tendo como referência a figura de Davi com seu império, conforme constava em sua tradição.

Com esta concepção, os fariseus dirigem-se a Jesus, perguntando sobre o momento em que isto aconteceria. Jesus remove qualquer ideia de um reino de poder, dominador e opressor. Na realidade "o Reino de Deus está no meio de vós", isto é, já acontece no dia a dia, e pode ser alcançado por qualquer um. É o reino do amor, da fraternidade universal, do serviço, da partilha, da promoção da vida para todos, sem exclusivismos raciais ou nacionalistas.

Jesus é o Filho do Homem, o humano, que comunica o amor, sem deixar de ser frágil, vulnerável ao sofrimento e à morte temporal, porém, participante e comunicador da vida divina e eterna.

3. O REINO ESTÁ ENTRE VÓS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

No tempo de Jesus, havia uma verdadeira febre de fim de mundo. Discutia-se, com vivo interesse, a questão de quando o Reino de Deus haveria de chegar. A dominação romana, na Palestina, fazia crescer ainda mais o desejo de tempos novos, sem opressão e perseguição, onde a vida do povo fosse regida somente por Deus. A festa da Páscoa era uma ocasião excelente para fazer reacender a esperança de libertação.

Jesus recusou-se, de maneira taxativa, a deixar-se levar por estas correntes escatológicas que queriam submeter o Reino de Deus a seus programas, descurando a verdadeira ação de Deus na história humana. O apelo de Jesus orientou-se para a responsabilidade humana de preparar-se, com toda liberdade e seriedade, para o encontro com o Senhor. Isso não se faz correndo, de cá para lá, em busca de fatos extraordinários ou de figuras messiânicas, identificando-os como sinais premonitórios da consumação do Reino.

Tudo isto se tornava desnecessário, porque o Reino já tinha despontado no meio do povo, na pessoa de Jesus, o Filho do Homem. Observando as palavras e gestos de Jesus era possível confrontar-se com uma história humana onde Deus exercia o senhorio absoluto. E todo aquele que tivesse a coragem de deixá-lo ser o Senhor de sua vida, tornar-se-ia a personificação do Reino, como Jesus.