Santo André Corsini

Quarta-feira, 09 de Janeiro de 2013


Nasceu no século XIV, dentro de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Nasceu no ano de 1302. Seus pais, Nicolau e Peregrina não podiam ter filhos, mas não desistiam, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio esta graça e tiveram um filho. O nome: André.

Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e decepções para seus pais que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionava tanto e feria a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora ele orava, orava e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o provencial carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou fez um caminho vocacional, o fato é que entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.

Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.

Os santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se padre e como tal continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido; ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser bispo, pela necessidade. Mas um anjo, uma criança apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado e foi um santo bispo. Até que em 1373, no dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. No dia da Epifania do Senhor, ele entrou para o céu.

Santo André Corsini, rogai por nós!


Hoje:


Leituras

Leitura (1 João 4,11-18)
Leitura da primeira carta de são João.

4 11 Caríssimos, se Deus assim nos amou, também nós nos devemos amar uns aos outros.

12 Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.

13 Nisto é que conhecemos que estamos nele e ele em nós, por ele nos ter dado o seu Espírito.

14 E nós vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.

15 Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus.

16 Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.

17 Nisto é perfeito em nós o amor: que tenhamos confiança no dia do julgamento, pois, como ele é, assim também nós o somos neste mundo.

18 No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor.

  • Palavra do Senhor.

  • Graças a Deus.


Salmo 71/72

As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!

Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; E também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo.

Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, E a vida dos humildes salvará.


EVANGELHO(Marcos 6,45-52)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.

— Glória a vós, Senhor!

Depois de saciar os cinco mil homens, 6 45 imediatamente ele obrigou os seus discípulos a subirem para a barca, para que chegassem antes dele à outra margem, em frente de Betsaida, enquanto ele mesmo despedia o povo.

46 E despedido que foi o povo, retirou-se ao monte para orar.

47 À noite, achava-se a barca no meio do lago e ele, a sós, em terra.

48 Vendo-os se fatigarem em remar, sendo-lhes o vento contrário, foi ter com eles pela quarta vigília da noite, andando por cima do mar, e fez como se fosse passar ao lado deles.

49 À vista de Jesus, caminhando sobre o mar, pensaram que fosse um fantasma e gritaram;

50 pois todos o viram e se assustaram. Mas ele logo lhes falou: "Tranqüilizai-vos, sou eu; não vos assusteis!"

51 E subiu para a barca, junto deles, e o vento cessou. Todos se achavam tomados de um extremo pavor,

52 pois ainda não tinham compreendido o caso dos pães; os seus corações estavam insensíveis.

  • Palavra da Salvação.

  • Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Entendendo a Partilha

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)***

No versículo final desse evangelho, há uma afirmação de que “Os discípulos não tinham compreendido nada a respeito dos pães, e que o coração deles estava endurecido”.

A travessia para Betsaida foi logo após a multiplicação dos pães. Tem-se a impressão de que os discípulos não estavam muito a fim de fazer a travessia e Jesus os obrigou a entrarem na barca. Não compreender o milagre da multiplicação dos pães, é não compreender que a base da comunidade é a partilha do “pouco”. “Dai-lhes vós mesmos de comer...”Jesus havia dito a eles. Não significa que o discípulo deve fazer tudo sozinho, do seu jeito, mas fazer com Jesus, pois ele, antes de mandar distribuir os pães, os abençoou e só depois mandou distribuí-los. Quando não se compreende esse princípio fundante da vida em comunidade, sempre vai predominar o medo, a insegurança e a incerteza, sobre aquilo que está se fazendo, e qual vai ser o resultado.

O resultado disso, quando vemos os trabalhos pastorais apenas como um empreendimento humano, é exatamente o quadro que aparece nesse evangelho, sente-se o efeito dos ventos contrários, “Partilha do Pouco” e a comunhão com nosso Deus manifestado em Jesus, o mundo, ao contrário, o muito para satisfazer as ambições de poucos, concentração de riquezas nas mãos de poucos...Que nenhum cristão se iluda, os princípios e valores do evangelho nunca vão coincidir com o que o mundo nos ensina.

Então, a presença de Jesus é sempre fantasmagórica em uma comunidade que pensa assim, Jesus é uma vaga lembrança, uma evocação do passado, mas que nada pode fazer nos desafios do presente...”Coragem, não tenham medo, sou eu!”

A Fé que crê na vida de partilha, não terá essa dificuldade, pois sabe que o Senhor caminha com os seus, e o nosso “pouco” oferecido aos irmãos e irmãs, vai se tornando no “muito”. Interessante que Jesus faz questão de entrar com eles na barca, não fica de fora para realizar algum milagre, mas entra na barca, e quando assim o faz, os ventos contrários cessam de soprar sobre a tênue barquinha.

Outros ventos soprarão impetuosos, assim será até o final dos tempos, mas o Senhor caminha com a sua Igreja, não fora, lá de cima, monitorando a situação e vendo o “apuro” dos cristãos, mas dentro da igreja, ele não transforma a vida de comunidade em um “mar de rosas”, mas garante que estará sempre caminhando lado a lado com todos os que crêm Nele.

2. A presença de Jesus tudo acalma

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)

O evangelho de hoje está estruturalmente ligado ao de ontem: a razão do medo dos discípulos é que "não tinham compreendido nada a respeito dos pães". No universo simbólico, o mar evoca o mal e a morte. É a partir do lugar da sua oração que Jesus vê a dificuldade dos discípulos em fazer a travessia.

O Senhor não é indiferente ao sofrimento dos discípulos, como não é indiferente ao nosso sofrimento: no tempo oportuno "foi até eles, andando sobre as águas" (v. 48). Entre outros, a expressão "andar sobre as águas" evoca o Sl 89(88),10; é ocasião, para o autor do evangelho, de afirmar a divindade de Jesus e sua vitória sobre o mal e a morte.

O medo distorce o olhar e impede o reconhecimento do Ressuscitado. Sua presença tudo acalma. A "esclerocardia" (dureza de coração) impede de tirar para a vida as consequências da entrega de Jesus Cristo.

Oração

Pai, afasta de mim o medo e a insegurança que me impedem de testemunhar o Reino, onde se faz necessário e onde são maiores os desafios. E dá-me forças para continuar.

3. CORAGEM, NÃO TENHAM MEDO!

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A missão entre os pagãos gerou insegurança no coração dos discípulos. Jesus os enviou a Betsaida, fora dos limites de Israel, às margens do lago de Genesaré. Eles se viram às voltas com a missão de dar um impulso universalista ao anúncio do Reino, superando a dependência da religião judaica.

Esta missão exigiu dos discípulos abandonar a mentalidade na qual foram educados, e esforçar-se para proclamar o Reino numa linguagem compreensível às pessoas de origem e cultura diferentes. O desafio de sair da própria pátria e dirigir-se a terras estranhas constituiu para eles um dos muitos desafios que deveriam superar no desempenho da missão.

A fragilidade da barca em meio às águas revoltas é imagem da insegurança dos discípulos. Era como se estivessem imobilizados, incapazes de atingir a meta prefixada. Aliás, tinham sido obrigados a entrar na barca e partir. Poderiam até tê-lo feito de má vontade.

Teriam preferido uma missão na própria terra, onde tudo lhes parecia mais fácil Mas, Jesus foi ao encontro deles, caminhando sobre o mar, "com a intenção de passar-lhes à frente". Era preciso motivá-los a não ter medo e não deixá-los cair na tentação de voltar atrás. A presença do Mestre, inicialmente confundido com um fantasma, ainda não fora suficiente para levá-los a acreditar. É que lhes restava ainda um longo caminho, se, deveras, quisessem fazer-se servidores do Reino.

Oração

Pai, afasta de mim o medo e a insegurança que me impedem de testemunhar o Reino, onde se faz necessário e onde são maiores os desafios. E dá-me forças para continuar.