Santo Antônio Maria Zaccaria
Terça-feira, 05 de julho de 2011
O santo de hoje foi um grande apaixonado por Jesus Eucarístico e pela Virgem Maria, por isso, santificado e "santificador" de muitos. Antônio Maria, nasceu em Cremona, no norte da Itália em 1502 e, ao perder o pai muito cedo teve de sua mãe o grande gesto de amor que consistiu em dedicar-se somente para sua educação, tanto assim que, com apenas 22 anos, já era médico.
Ele fazia de sua profissão um apostolado, por isso não cuidava só do corpo, mas também da alma dos seus pacientes que eram tratados como irmãos deste médico corajoso, pois viviam em um ambiente impregnado pelo humanismo sem Deus.
Chamado por Cristo, ampliou seu apostolado ao ser ordenado sacerdote e, desta forma, pôde testemunhar Jesus e a unidade da Igreja num tempo em que as ciências de fundo pagão, a decadência das ordens religiosas, do clero, pediam não uma Reforma Protestante, mas sim uma santidade transformadora.
Fundador dos Clérigos Regulares de São Paulo e, com a ajuda de uma condessa, da Congregação das Angélicas de São Paulo, Antônio viveu, comunicou vida num dos períodos mais difíceis da Igreja de Cristo. Depois de muito propagar a devoção a Jesus Eucarístico, por ter trabalhado demais, veio com 37 anos "dormir" nos braços de sua mãe terrestre e acordar nos braços de sua Mãe Celeste.
Santo Antônio Maria Zaccaria, rogai por nós!
Leituras
Primeira Leitura (Gênesis 32,23-33)
Naquela mesma noite ele se levantou com suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos e passou o vau do Jaboc. Tomou-os, e os fez passar a torrente com tudo o que lhe pertencia. Jacó ficou só; e alguém lutava com ele até o romper da aurora. Vendo que não podia vencê-lo, tocou-lhe aquele homem na articulação da coxa e esta deslocou-se, enquanto Jacó lutava com ele. E disse-lhe: “Deixa-me partir, porque a aurora se levanta.” “Não te deixarei partir respondeu Jacó, antes que me tenhas abençoado.” Ele perguntou-lhe: “Qual é o teu nome?” “Jacó.” “Teu nome não será mais Jacó, tornou ele, mas Israel, porque lutaste com Deus e com os homens, e venceste.” Jacó perguntou-lhe: “Peço-te que me digas qual é o teu nome.” “Por que me perguntas o meu nome?”, respondeu ele. E abençoou-o no mesmo lugar. Jacó chamou àquele lugar Fanuel: “porque, disse ele, eu vi a Deus face a face, e conservei a vida”. O sol levantava-se no horizonte, quando ele passou Fanuel. E coxeava de uma perna. É por isso que os israelitas, ainda hoje, não comem o nervo da articulação da coxa, porque aquele homem tinha tocado nesse nervo da articulação da coxa de Jacó.
Salmo 16/17
Verei, justificado, vossa face, ó Senhor!
Ó Senhor, ouvi minha justa causa,
escutai-me e atendei o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!
De vossa face é que me venha o julgamento,
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.
Provai meu coração durante a noite,
visitai-o, examinai-o pelo fogo,
mas em mim não achareis iniqüidade.
Eu vos chamo, ó Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
Mostrai-me vosso amor maravilhoso,
vós que salvais e libertais do inimigo
quem procura a proteção junto de vós.
Protegei-me qual dos olhos a pupila,
e guardai-me à proteção de vossas asas.
Mas eu verei, justificado, a vossa face
e, ao despertar, me saciará vossa presença.
Evangelho (Mateus 9, 32-38)
Naquele tempo, apresentaram-lhe um mudo, possuído do demônio. O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: "Jamais se viu algo semelhante em Israel". Os fariseus, porém, diziam: "É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios". Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade. Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: "A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Mão de Obra Qualificada
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Nos trabalhos do Reino de Deus, jamais iremos encontrar a placa detestável “NÃO TEMOS VAGA”, ao contrário, todo colaborador é muito bem vindo. Essa afirmativa de que, a messe é grande e os operários são poucos, fez a minha equipe de Teólogos discutirem entre si em um caloroso debate. Que negócio é este? Deus precisa do homem para construir o Reino e realizar a ação salvadora e libertadora de todos os homens? Interessante porque não se trata de um “Faz de conta”, é o próprio Jesus que fala aos discípulos para pedir ao Pai para que este envie trabalhadores para a messe. Não parece que Jesus está fazendo uma “onda” com os seus discípulos, a coisa é muito séria...
É usando a sua liberdade, dom de Deus, que o homem aceita ser um colaborador na obra da Salvação, sem o pressuposto da liberdade, não haverá abertura e correspondência ao chamado, mas o homem precisa realmente ser livre.... Esse mudo que aparece logo no início do evangelho era um bom cristão na comunidade, mas a Força do Mal sufocava a Palavra,. O anúncio não acontecia... Liberto por Jesus, agora o homem que era mudo fala e proclama os louvores de Deus provocando duas reações diferentes: as multidões se admiram mas os chefes dos Fariseus atribuem o poder ao Príncipe dos Demônios.
A oposição quando é burra, é exatamente assim, não consegue enxergar nenhum valor em seu adversário ou oponente, tudo nele é ruim, tudo o que faz é mal feito, não tem nenhum valor. Não é assim na política ? Alguém já viu adversário político enxergar o Bem na ação do seu oponente? Claro que não, pois isso daria ponto ao outro. Mas os Chefes dos Fariseus são, em uma linguagem mais de hoje, um bando de Antas, pois como é que atribuem uma ação boa a força do mal ? Acho que os Demônios ficaram possessos, pois na visão Farisaica, fizeram uma ação libertadora, e assim acabaram desmoralizados, porque colaboraram com o Reino de Deus.
Voltemos á reflexão em seu início, a primeira virtude que Jesus exige dos seus colaboradores é a misericórdia, olhar as multidões e compadecer-se delas, se isso faltar a um evangelizador ou anunciador da Palavra, o mal será terrível. Jesus, aquele que instituiu a nossa igreja e enviou seus discípulos nunca permaneceu indiferente diante das multidões cansadas e abatidas. Hoje esse quadro continua em nossa sociedade, qual a nossa postura? As pessoas estão desanimadas porque falta-lhes a Esperança, não conseguem vislumbrar nada de bom, pois pensam que o Mal venceu a humanidade... Quem falou? Então é preciso que eles conheçam a Jesus o Sumo Bem, o Salvador e Libertador, aquele que abre a nossa boca de certa mudez, e faz de nós anunciadores da sua Palavra... Há muito trabalho pela frente, a Messe é grande, não percamos mais tempo...
2. Jesus vem libertar
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
A narrativa da cura do mudo, que completa a coletânea de Mateus com dez milagres, no capitulo 9, é um resumo da narrativa mais ampla que ele faz em 12,22-32. O demônio é o causador do mal. Pode ser um ser sobre-natural ou aqueles que, aqui no mundo, fazem o mal. Seja enquanto indivíduos ou na perspectiva sócio-econômica, em que as estruturas de poder excluem os pequenos e pobres expondo-os às mais diversas doenças. Jesus vem libertar destes demônios que levam o povo ao sofrimento.
As multidões se admiram da ação libertadora de Jesus mas os fariseus procuram difamá-lo. Identificam-no com um demônio, enquanto eles, fariseus, ostentam-se em suas cátedras de hipocrisia e poder. As multidões excluídas, cansadas e abatidas despertam a compaixão de Jesus. A tarefa de trabalhar na sua promoção e libertação é grande. É importante pedir ao Pai do céu, que deseja acolher estas multidões no seu Reino, que envie trabalhadores para esta missão.
3. REAÇÕES CONTRADITÓRIAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os milagres de Jesus não visavam impor às pessoas o reconhecimento de sua messianidade. Aliás, Jesus não tinha como controlar as interpretações de suas palavras e gestos. Muitos sentidos foram dados a eles. Tudo dependia do modo como eram acolhidos.
A ação de Jesus suscitou reações contraditórias. A cura de um possesso mudo levou as multidões a confessarem jamais terem visto algo semelhante em Israel. Já seus adversários declarados, os fariseus, consideraram o mesmo gesto fruto de um poder demoníaco atuado através de Jesus. A benevolência das multidões contrastava-se com a malevolência farisaica.
Os milagres eram apenas uma porta de entrada no mistério da pessoa de Jesus e apontavam para algo novo e extraordinário acontecendo na história humana. Quem se abria para Jesus e acolhia sua mensagem, percebia o dedo de Deus escondido atrás de sua ação e reconhecia o Reino de Deus acontecendo através dele. E o identificava como o Filho de Deus agindo com o poder conferido pelo Pai. Em outras palavras, entrava na dinâmica da fé.
Por outro lado, os milagres serviam para respaldar as palavras de Jesus. Ele era Messias por palavras e por obras. As obras prodigiosas, ao revelarem ser Jesus possuidor de um poder próprio de Deus, eram uma demonstração da autoridade com a qual falava. Tantos os milagres de Jesus quanto seus ensinamentos revestiam-se de autoridade divina.