Santo Aurélio
Quarta-feira, 20 de julho de 2011
A Igreja da África, durante os anos de 392 até 429, foi agraciada com o governo santo do primeiro Bispo de Cartago, que santificou-se tornando seu povo também santo. Santo Aurélio nasceu no século IV e desde diácono se destacava pela caridade, zêlo, pureza de vida e pelo culto da Liturgia.
O grande Aurélio esteve como Bispo responsável por toda uma região e todos o chamavam - por respeito - de "Santo Papa Aurélio". Não possuía grandes dotes intelectuais, porém, na Providência Divina, tinha grande amizade com o sábio e Bispo de Hipona: Santo Agostinho. Unido ao Doutor da Graça, pôde combater a auto-suficiência do Pelagianismo e outras heresias que encontraram a condenação no seu tempo.
Muito do que sabemos hoje de Santo Aurélio foi o próprio Santo Agostinho quem informou, pois este admirava a prudência, a piedade e a humildade deste pastor e pai, que tudo fazia pela salvação das almas e pureza da doutrina cristã. Santo Aurélio passou da Igreja militante, para a Igreja triunfante pouco tempo antes de Santo Agostinho, isto em 429.
Santo Aurélio, rogai por nós!
Hoje: Dia do Amigo, Internacional da Amizade e Dia da 1ª Viagem à Lua (1969)
Leituras
Primeira Leitura (Êxodo 16,1-5.9-15)
Toda a assembléia dos israelitas partiu de Elim e foi para o deserto de Sin, situado entre Elim e o Sinai. Era o décimo quinto dia do segundo mês após sua saída do Egito. Toda a assembléia dos israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto.
Disseram-lhes: “Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão.”
O Senhor disse a Moisés: “Vou fazer chover pão do alto do céu. Sairá o povo e colherá diariamente a porção de cada dia. Pô-lo-ei desse modo à prova, para ver se andará ou não segundo minhas ordens. No sexto dia, quando prepararem o que tiverem ajuntado haverá o dobro do que recolhem cada dia.”
Moisés disse a Aarão: “Dize a toda a assembléia dos israelitas: ´apresentai-vos diante do Senhor, porque ele ouviu vossas murmurações´”. Enquanto Aarão falava a toda a assembléia dos israelitas, olharam para o deserto e eis que apareceu na nuvem a glória do Senhor! E o Senhor disse a Moisés: “Ouvi as murmurações dos israelitas. Dize-lhes: ´esta tarde, antes que escureça, comereis carne e, amanhã de manhã, vos fartareis de pão; e sabereis que sou o Senhor, vosso Deus´”.
À tarde, com efeito, subiram codornizes (do horizonte) e cobriram o acampamento; e, no dia seguinte pela manhã, havia uma camada de orvalho em torno de todo o acampamento.
E, tendo evaporado esse orvalho, eis que sobre a superfície do deserto estava uma coisa miúda, granulosa, miúda como a geada sobre a terra! Vendo isso, disseram os filhos de Israel uns aos outros: “Que é isso?”, pois não sabiam o que era. Moisés disse-lhes: “Este é o pão que o Senhor vos manda para comer.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo 77/78
O Senhor deu o pão do céu como alimento.
E tentaram o Senhor nos corações,
exigindo alimento à sua gula.
Falavam contra Deus e assim diziam:
“Pode o Senhor servir a mesa no deserto?”
Ordenou, então, às nuvens lá dos céus,
e as comportas das alturas fez abrir;
fez chover-lhes o maná e alimentou-os,
e lhes deu para comer o pão do céu.
O homem se nutriu do pão dos anjos,
e mandou-lhes alimento em abundância;
fez soprar o vento leste pelos céus
e fez vir, por seu poder, o vento sul.
Fez chover carne para eles como pó,
choveram aves como areia do oceano;
elas caíram sobre os seus acampamentos
e pousaram ao redor de suas tendas.
Evangelho (Mateus 13,1-9)
Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Acercou-se dele, porém, uma tal multidão, que precisou entrar numa barca. Nela se assentou, enquanto a multidão ficava à margem. E seus discursos foram uma série de parábolas.
Disse ele: "Um semeador saiu a semear. E, semeando, parte da semente caiu ao longo do caminho; os pássaros vieram e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso, onde não havia muita terra, e nasceu logo, porque a terra era pouco profunda.
Logo, porém, que o sol nasceu, queimou-se, por falta de raízes. Outras sementes caíram entre os espinhos: os espinhos cresceram e as sufocaram. Outras, enfim, caíram em terra boa: deram frutos, cem por um, sessenta por um, trinta por um. Aquele que tem ouvidos, ouça".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Nas Profundezas do coração...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
No plantio de uma semente, todos nós sabemos, mesmo que não sejamos agricultores, que ela deverá descer as profundezas da terra, ser engolida pela escuridão e esmagada em si mesmo, para daí abrir-se em uma nova vida. Assim também deve ser por nós acolhida a Palavra de Deus anunciada por Jesus, e que, por ser uma Palavra Viva e Libertadora traz uma proposta de Vida. Mas é preciso permitir que a semente se desenvolva nas profundezas do nosso “eu”, é necessário que ela seja uma prioridade em nossa vida, aconteça o que acontecer, vamos deixar desenvolvê-la para que produza seus frutos.
Ora, a semente não nasce se desenvolve e dá frutos na mesma hora, é um processo demorado que requer muita paciência, dedicação, coragem e também discernimento, pois outros valores com proposta de realização imediata, iremos receber, são os espinhos, o pedregulho, o sol causticante, tudo o que conspira contra a tênue sementinha. Os frutos que a semente produz está precisamente na relação com as pessoas, nesse ir ao encontro do outro, oferecer algo gratuito e incondicional, por causa da Palavra enraizada dentro de nós.
Na relação com as pessoas, quando a semente já secou e morreu dentro de nós, os frutos são azedos, não tem nada de saborosos, porém, quando mantemos a sementinha dentro de nós, sempre bem irrigada, bem cuidada, aos poucos ela vai frutificando e as pessoas se encantam, basta aqui lembrar de Jesus em sua missão terrena, ele encantava, atraia multidões, havia algo como um fascínio, assim também ocorre com quem acolhe a semente da Palavra de Deus e cuida bem dela. Não permitamos que certos pássaros a levem embora, não deixemos que a dureza de certos pedregulhos presentes em nós, matem a sementinha, não admitamos que certos espinhos a sufoquem...
Vamos sempre produzir, pouco ou muito, não importa, é preciso corresponder a essa Palavra que foi semeada bem dentro de nós, pelo Verbo Encarnado.
2. A parábola mantém viva a memória de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Jesus sai de "casa", ambiente de convívio com os discípulos, e senta-se a "beira-mar", local onde se reúne a multidão. Ele fala em parábolas com imagens da vida comum, accessível a todos, afim de que compreendam sua mensagem. As parábolas são elaboradas a partir fatos quotidianos e marcantes que, por comparação, partindo do visível e sensível se entenda as realidades mais sutis dos relacionamentos humanos e do relacionamento com Deus. De certo modo se comparam às fábulas gregas.
Ao longo da parábola, o semeador e a semente são os mesmos. Os terrenos são diversos, são as pessoas, a maneira como recebem a palavra de Deus. A parábola mantém viva a memória de Jesus, o semeador, e sua palavra, a semente, como a fonte vital do compromisso e da perseverança no Reino de Deus. E apresenta o panorama da comunidade, na sua diversidade e em seus problemas, conforme as várias maneiras com que seus membros recebem a palavra de Jesus.
3. A EFICÁCIA DA PALAVRA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A parábola evangélica ilustra a benevolência do Pai, no seu desejo de salvar a todos, sem distinção. Ninguém está, de antemão, excluído da salvação. Tudo dependerá da disposição e do empenho com que se acolhe a comunicação do Pai.
A semente caída à beira do caminho ilustra a atitude de quem se relaciona com o Pai, de maneira superficial e leviana. A que caiu em terreno pedregoso é símbolo de um coração impermeável aos apelos divinos. A que caiu entre os espinhos aponta para os corações preocupados com múltiplas tarefas, a ponto de faltar-lhes tempo para um diálogo amoroso com o Pai. Enfim, a semente lançada em terra fértil simboliza quem se abre para acolher a Palavra de Deus e se deixa transformar por ela.
A eficácia da Palavra de Deus no coração humano revela-se no modo de viver de quem a acolhe. Somente o testemunho de uma vida pautada no amor e na justiça é um indicativo seguro de que a Palavra está produzindo frutos. O percentual - cem, sessenta ou trinta - dependerá do maior ou menor enraizamento da Palavra na vida do discípulo do Reino. Isto irá ser diferente, de pessoa para pessoa.
O importante é que a semente não se perca e produza os frutos esperados. O espaço para a generosidade fica sempre aberto, pois a eficácia da Palavra não tem limites.