20-11-2013 — Santo Edmundo

Reinava Offa nos Estados ingleses. Desejando terminar seus dias em Roma, no exercício da piedade e da penitência, passou a coroa para Edmundo, de quinze anos de idade, descendente dos antigos reis anglo-saxões da Grã-Bretanha.

Edmundo, segundo os seus historiadores, foi coroado no dia de Natal de 885. Suas qualidades morais tornaram-no modelo dos bons reis. Tinha grande aversão aos lisonjeiros; toda a sua ambição era manter a paz e assegurar a felicidade dos súditos. Daí o grande zêlo na administração da justiça e na implantação dos bons costumes nos seus Estados. Foi o pai dos súditos, sobretudo dos pobres, protetor das viúvas e dos órfãos, sustento e apoio dos fracos. O fervor no serviço de Deus realçava o brilho das suas outras virtudes. A exemplo dos monges e de várias outras pessoas piedosas, aprendeu o saltério de cor.

No décimo quinto ano do seu reinado, foi atacado pelos Dinamarqueses Hínguar e Hubla, príncipes desta nação, verdadeiros piratas, que foram desembarcar na Inglaterra. Edmundo, a princípio, manteve-se sereno, confiando num tratado que tinha feito com os bárbaros logo que vieram para o seu país. Mas quando viu que não respeitaram o tratado, reuniu o seu exército. Mas os infiéis receberam auxílios. Perante este reforço do inimigo, Edmundo sentia-se impotente para o combater.

Então os bárbaros fizeram-lhe várias propostas que recusou, por serem contrárias à religião e à justiça que devia aos súditos. Preferiu expor-se à morte a trair sua consciência. Carregaram-no de pesadas cadeias e levaram Edmundo à tenda do general inimigo. Fizeram-lhe novas propostas. Respondeu com firmeza que a religião lhe era mais cara do que a vida, e que nunca consentiria em ofender a Deus, que adorava. Hínguar, enfurecido com esta resposta, mandou açoitá-lo cruelmente.

O santo sofreu todos os maus tratos com paciência invencível, invocando o Sagrado Nome de Jesus. Por fim, foi condenado a ser decapitado, recebendo a palma do martírio a 20 de novembro de 870.

Os ingleses consideraram-no mártir e dedicaram-lhe numerosas igrejas.

Santo Edmundo, rogai por nós!

Hoje:


Leituras

Primeira Leitura (2 Macabeus 7,1.20-31) Leitura do segundo livro dos Macabeus.

Havia também sete irmãos que foram um dia presos com sua mãe, e que o rei por meio de golpes de azorrage e de nervos de boi, quis coagir a comerem a proibida carne de porco.

Particularmente admirável e digna de elogios foi a mãe que viu perecer seus sete filhos no espaço de um só dia e o suportou com heroísmo, porque sua esperança repousava no Senhor.

Ela exortava a cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos, com uma coragem varonil, ela realçava seu temperamento de mulher."Ignoro", dizia-lhes ela, "como crescestes em meu seio, porque não fui eu quem vos deu nem a alma, nem a vida, e nem fui eu mesma quem ajuntou vossos membros.

Mas o criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis".

Receando, todavia, o desprezo e temendo o insulto, Antíoco solicitou em termos insistentes o mais jovem, que ainda restava, prometendo-lhe com juramento torná-lo rico e feliz, se abandonasse as tradições de seus antepassados, tratá-lo como amigo, e confiar-lhe cargos.

Como o jovem não deu importância alguma, o rei mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse com seus conselhos, para que o adolescente salvasse sua vida; como ele insistiu por muito tempo, ela consentiu em persuadir o filho.

Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel tirano, disse-lhe na língua materna: "Meu filho, compadece-te de tua mãe, que te trouxe nove meses no seio, que te amamentou durante três anos, que te nutriu, te conduziu e te educou até esta idade.

Eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra; reflete bem: tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como todos os homens.

Não temas, pois, este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles".

Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: "Que estais a esperar? Não atenderei às ordens do rei; eu obedeço àquele que deu a lei a nossos pais por intermédio de Moisés.

Mas tu, que és o inventor dessa perseguição contra os judeus, não escaparás à mão de Deus".

  • Palavra do Senhor!
  • Graças a Deus.

Salmo responsorial 16/17

Ao despertar, me saciará vossa presença, ó Senhor!

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, escutai-me e atende o meu clamor! Inclinai o vosso ouvido à minha prece, pois não este falsidade nos meus lábios!

Os meus passos eu firmei na vossa estrada, e por isso os meus pés não vacilaram. eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me.

Protegei-me qual dos olhos a pupila e guardai-me á proteção de vossas asas. E verei, justificado, a vossa face, e, ao despertar, me saciará vossa presença.


Evangelho (Lucas 19,11-28)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.

— Glória a vós, Senhor!

Ouviam-no falar. E como estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola:"Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar.

Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: ‘Negociai até eu voltar’.

Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’.

Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado.

Veio o primeiro: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas’.Ele lhe disse: ‘Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades’.

Veio o segundo: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas’.Disse a este: ‘Sê também tu governador de cinco cidades’. Veio também o outro: ‘Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste’.

Replicou-lhe ele: ‘Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei.

Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros’.

E disse aos que estavam presentes: ‘Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas’.

Replicaram-lhe: ‘Senhor, este já tem dez minas!Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, deserdar-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem.

Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença’".

Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém.

  • Palavra da Salvação.
  • Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho

OS TALENTOS MULTIPLICADOS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A impaciência dos discípulos levava-os a acreditar que o fim dos tempos estava chegando, e o Reino ia se manifestar glorioso. Jesus advertiu-os a não se deixarem levar por esta falsa ilusão escatológica. O que haveriam de experimentar em Jerusalém ainda estava longe de ser o fim.

Servindo-se da parábola dos talentos, Jesus tentou incutir-lhes uma nova visão da história: antes de chegar o fim, os discípulos teriam pela frente uma longa estrada a percorrer: seria o tempo de fazer frutificar os dons recebidos de Deus, por meio da vivência da caridade. Só depois dar-se-ia o encontro com o Senhor.

Esta maneira de entender a história é altamente positiva. Leva o discípulo a engajar-se na prática do amor, sem se deixar impressionar pela escatologia. Cabe-lhe aplicar-se com todo o empenho, de forma a produzir o máximo possível de frutos, quando chegar o Senhor. Neste sentido, saberá aproveitar cada momento de sua existência para fazer o bem. E terá sensatez suficiente para não cruzar os braços, nem se deixar intimidar diante dos obstáculos que terá de enfrentar.

O discípulo prudente sabe que o Senhor não aceitará desculpas para justificar o comodismo e o medo. Quem deixar perder-se os talentos recebidos, receberá o merecido castigo.


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