Santo Elígio (Santo Elói)

Quinta-feira, 01 de dezembro de 2011


Santo Elígio nasceu em Limoges no ano de 588, de nobre família galo-romana, exerceu várias profissões e chegou a Bispo.

Elígio (também conhecido pelo nome de Elói) que em Paris tinha trabalhado como aprendiz junto com o superintendente de confecções de moedas reais, empenhou-se tanto e com tamanha honestidade que, com o precioso metal (ouro) que lhe foi fornecido para fazer um trono para o rei Clotário II, ele fez dois tronos, isso valeu-lhe a promoção de diretor da casa da moeda e ourives do rei. Ainda existem muitas moedas assinadas por Elígio e sabe-se que, em determinada altura, também cunhou moedas em Marselha.

No tempo de Dagoberto II, filho e sucessor de Clotário II, Elígio foi um dos conselheiros mais influentes do rei. Diz-se que os enviados dos príncipes estrangeiros se avistavam previamente com ele, antes de serem recebidos oficialmente pelo soberano. Era diplomata hábil e por mais de uma vez conseguiu evitar a guerra. Gozava de tanta confiança junto do rei, que não só se permitia fazer-lhe reparos sobre a indumentária descuidada, mas também sobre a sua vida privada que, como se sabe, deixava ainda mais a desejar.

O tempo que sobrava a este homem da corte, dos seus negócios e orações, de acudir aos pobres, remir cativos ou libertar escravos, empregava-o em honrar com a sua arte as relíquias dos santos. Atribuem-se-lhe os relicários feitos para S. Germano de Paris, S. Piat, S. Severino, S. Martinho, Santa Comba e Santa Genoveva. Diz-se que decorou também com trabalhos de ourivesaria o túmulo de S. Dinis. Além disso, fundou mosteiros, entre os quais um perto de Solignac em Limousin, outro dedicado a S. Martinho de Noyon e ainda outro a seis milhas de Arrás, numa colina que depois se chamou Monte de Santo Elói (Santo Elígio).

Em 639, morto o rei, demitiu-se de todos os cargos, para entrar na vida eclesiástica, tendo sido ordenado sacerdote por Deodato, Bispo de Mans. Foi sagrado Bispo em Ruão, no dia 14 de maio de 641, e ocupou desde então a Sé Episcopal de Noyon. Foi grande organizador, apóstolo cheio de zelo, sabedoria e bondade. A sua atividade irradiou para Flandres, Holanda e até, segundo se conta, para a Suécia e Dinamarca.

Faleceu no ano de 659 com 71 anos de idade.

Santo Elígio, rogai por nós!


Hoje:

Dia Internacional da Luta contra a AIDS, Dia do Imigrante


Leituras

Primeira Leitura (Isaías 26,1-6)
Leitura do livro do profeta Isaías.

26 1 Naquele tempo será cantado este cântico na terra de Judá: "Nós vimos uma cidade forte, em que se pôs por proteção muro e antemuro.

2 Abri as portas, deixai entrar um povo justo, que respeita a fidelidade,
3 que tem caráter firme e conserva a paz, porque tem confiança em vós.

4 Tende sempre confiança no Senhor, porque o Senhor é o rochedo perene.

5 Ele derrubou os que habitavam nas alturas e destruiu a cidade soberba; derrubou-a por terra e ao nível do chão a reduziu.

6 Ela é calcada aos pés pela plebe, sob os passos dos indigentes".


Salmo 117/118

Bendito é aquele que vem vindo em nome do Senhor!

Daí graças ao Senhor, porque ele é bom!
"Eterna é a sua misericórdia!"
É melhor buscar refúgio no Senhor
do que pôr no ser humano a esperança;
é melhor buscar refúgio no Senhor
do que contar com os poderosos deste mundo!"

Abri-me vós, abri-me as portas da justiça;
quero entrar para dar graças ao Senhor!
"Sim, esta é a porta do Senhor,
por ela só os justos entrarão"!
Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes
e vos tornastes para mim o Salvador!

"Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação;
ó Senhor, dai-nos também prosperidade!"
Bendito seja, em nome do Senhor,
aquele que em seus átrios vai entrando!
Desta casa do Senhor vos bendizemos.
Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!


EVANGELHO (Mateus 7,21.24-27)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7 21 "Nem todo aquele que me diz: ´Senhor, Senhor´, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.

24 Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha.

25 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha.

26 Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia.

27 Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.

28 Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina.

29 Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "E quando as coisas não dão certo?"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na nossa paróquia passou um Sacerdote que gostava de fazer uma afirmação que eu acho muito válida e sempre repito em minhas reflexões. Quando as coisas em nossa vida dão tudo certo e correm tudo bem, com a saúde, emprego, moradia, bens materiais, sem atropelos de tragédias caindo em nossa cabeça, nem é preciso ter Fé. Mas, e quando as coisas não dão certo como a gente queria? Quando vêm os reveses da vida, acontecimentos trágicos, desgraças, desencontros, na vida pessoal e familiar? Pois é aí que a tal da Fé em Jesus Cristo faz a diferença...

É como você ter um carro esporte, com um motor possante, apropriado para pistas irregulares, terra e lama, como naquelas trilhas percorridas pelos Jipeiros. Entretanto, se transitar com ele só no asfalto das cidades e nas largas avenidas, jamais saberá se realmente ele é possante, simplesmente porque não teve oportunidade para provar o seu potencial.

É bom esclarecer que os sofrimentos e tribulações desta vida não são mandados por Deus para nos experimentar, mas são contingências da nossa natureza humana. Deus não tem nenhum prazer em ficar comprovando se temos ou não Fé, através de certos acontecimentos indesejáveis, por uma razão muito simples: Ele nos conhece por inteiro, por dentro e por fora e não tem necessidade de nos experimentar. E se nós insistirmos na idéia de um Deus que manda-nos tribulações estaremos distorcendo o Deus revelado em Jesus Cristo, que nos salva e quer somente o nosso bem.

Há sempre o perigo de se viver uma religião superficial com Deus e os irmãos, Jesus tem muitos admiradores no mundo inteiro e milhares de ouvintes da sua Palavra, quanto já se escreveu sobre Ele, sua pessoa e seus ensinamentos. Mas só isso não é suficiente para alimentar a nossa Fé e um bom exemplo disso está em nossas comunidades cristãs, onde há muitos cristãos que construíram suas casas, isso é, suas vidas de Fé, em cima da areia... E na primeira dificuldade entraram em crise e abandonaram a comunidade, desistindo da caminhada, ou que é bem pior, querendo caminhar sozinhos, junto com Cristo, mas não na Igreja. Muita gente bate o pé que é possível ser cristão, sem participar de nenhuma igreja, são os iludidos e iludidas, que criam fantasias religiosas para tentar preencher o vazio da alma e do coração...

Construir uma casa bem alicerçada é colocar a Palavra no centro da nossa vida, na relação com as pessoas, na convivência familiar, no trabalho profissional, nos estudos, na política e nos negócios, é tê-la sempre presente, é considerá-la em toda e qualquer situação. É não trocá-la por ideologias humanas. Enfim, é permitir que o Verbo Encarnado preencha todo nosso ser, de modos que nada possamos fazer sem Ele.

Na vida de quem é assim, podem vir as tempestades, terremotos, enchentes e vendavais, que a CASA não cairá porque está construída sobre a rocha que é o próprio Cristo. Nas comunidades há cristãos exatamente assim, que são chamados de Fortaleza, para estes há no Livro do Apocalipse uma frase que carrega toda a esperança cristã "Estes de vestes brancas e palma nas mãos, são os que vieram de grandes tribulações..."

Diante disso, é bom revermos a construção da nossa "Casa", não se preocupem com fachada bonita, o que importa é a base, o alicerce, a rocha na qual ela foi construída. E que venham os ventos das tribulações...

2. Construir a casa é construir sua própria vida

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Com este texto, contendo uma parábola, Mateus encerra o Sermão da Montanha, no qual, a partir das Bem-aventuranças Jesus proclama o programa a ser vivido no Reino dos Céus. Por três vezes, no texto, é repetida a expressão "põe em prática" referindo-se à vontade do Pai. Para ilustrar a importância desta prática, Jesus apresenta a parábola dos dois homens que construíram suas casas.

Construir a casa é construir sua própria vida. Quando a vida é construída em conformidade com a vontade do Pai, sobre a rocha, na solidariedade e no serviço, ela suporta as tempestades das adversidades e permanece para sempre. Quando a vida é construída sobre a areia, baseada em anseios e interesses voltados para os valores do mundo sob o controle do poder do dinheiro, ela não suporta as adversidades e arruína-se. Este tema apresentado por Mateus é um dos temas dominantes no evangelho de João. Por em prática a vontade do Pai é estar em comunhão de amor e vida com os irmãos, pelo que se vive em comunhão com Jesus e o Pai.

3. DAS PALAVRAS À AÇÃO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A autêntica adesão a Jesus e a profissão de fé em sua condição de enviado do Pai encontra sua verdadeira expressão na vida do discípulo, e não apenas em suas muitas palavras. Estas, ainda que belas, nem sempre manifestam uma vida vivida segundo o querer de Jesus e a proposta de Reino por ele proclamada. Ele mesmo denunciou, na vida dos discípulos, o descompasso entre falar e viver. Gritar "Senhor, Senhor" não garante a entrada no Reino dos Céus. Somente entrará neste Reino quem se esforçar para fazer a vontade do Pai, conforme nos ensinou Jesus.

Daqui decorrem dois tipos de atitudes possíveis ao discípulo de Jesus. A primeira consiste em ouvir a Palavra de Deus e praticá-la com sinceridade. Os percalços da vida encarregar-se-ão de verificar a solidez e a profundidade da fé do discípulo. Quem sair ileso das perseguições, dificuldades e provações, mantendo-se fiel a Jesus, terá dado provas da consistência de sua fé e de sua adesão ao Reino.

A segunda atitude consiste em professar-se discípulo do Reino, mas sem o empenho de viver em conformidade com a fé professada. A superficialidade desta adesão ao Reino revelar-se-á assim que surgir a primeira crise, por causa da fé.

Só o discípulo fiel, alicerçando sua vida na vontade do Pai, supera, incólume, as provações da fé.