Santo Estanislau

Segunda-feira, 11 de abril de 2011


Celebramos a vida de Santo Estanislau, que nasceu no ano 1030, pouco tempo depois do Cristianismo ter entrado na Polônia. Santo Estanislau foi sacerdote na Igreja de Cracóvia.

O lugar geográfico da Polônia era causa de muitos transtornos internos e externos, porém, nada se comparava ao rei da Polônia - Boleslau II - que era guerreiro, cruel, devasso e opressor. Por escolha do Espírito Santo, Estanislau tornou-se bispo daquela região; e, como tal, teve que se tornar um "João Batista", já que o rei dava um grande vexame no campo moral.

Estanislau é amado por toda Polônia como um santo que profundamente amou os pobres, evangelizou e morreu mártir. Em 1079, o rei Boleslau num ato de loucura atingiu com um punhal Estanislau, durante a Santa Missa, lugar onde o santo uniu seu sacrifício ao Sacrifício de Cristo.

Santo Estanislau, rogai por nós!

[CANÇÃO NOVA]

Quinta Semana da Quaresma - 1ª Semana do Saltério (Livro III) - cor Litúrgica Roxa


Santos: Leão Magno (papa e doutor), Barsanófio, Isaac de Espoleto, Godeberta (virgem), Gutlaco, Valtimano (beato e abade), Rainério "Incluso" (beato), Jorge Gervásio (mártir e beato), Gema Galgani (virgem), Helena Guerra (beata), Estanislau.

Antífona: Tende piedade de mim, Senhor, pois me atormentam; todos os dias me oprimem os agressores. (Sl 55,2)

Oração do Dia: Ó Deus, que pela vossa graça inefável nos enriqueceis de todos os bens, concedei-nos passar da antiga à nova vida, preparando-nos assim para o reino da glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.


Leituras

I Leitura: Daniel (Dn 13, 1-9.15-17.19-30.33-62)

A justiça de Deus não falha

Naqueles dias, na Babilônia vivia um homem chamado Joaquim. Estava casado com uma mulher chamada Susana, filha de Helcias, que era muito bonita e temente a Deus. Também os pais dela eram pessoas justas e tinham educado a filha de acordo com a lei de Moisés. Joaquim era muito rico e possuía um pomar junto à sua casa. Muitos judeus costumavam visitá-lo, pois era o mais respeitado de todos.

Ora, naquele ano, tinham sido nomeados juízes dois anciãos do povo, a respeito dos quais o Senhor havia dito: "Da Babilônia brotou a maldade de anciãos-juizes, que passavam por condutores do povo". Eles frequentavam a casa de Joaquim, e todos os que tinham alguma questão se dirigiam a eles. Ora, pelo meio-dia, quando o povo se dispersava, Susana costumava entrar e passear no pomar de seu marido. Os dois anciãos viam-na todos os dias entrar e passear, e acabaram por se apaixonar por ela. Ficaram desnorteados, a ponto de desviarem os olhos para não olharem para o céu, e se esqueceram dos seus justos julgamentos.

Assim, enquanto os dois estavam à espera de uma ocasião favorável, certo dia, Susana entrou no pomar como de costume, acompanhada apenas por duas empregadas. E sentiu vontade de tomar banho, por causa do calor. Não havia ali ninguém, exceto os dois velhos que estavam escondidos, e a espreitavam. Então ela disse às empregadas: "Por favor, ide buscar-me óleo e perfumes e trancai as portas do pomar, para que eu possa tomar banho".

Apenas as empregadas tinham saído, os dois velhos levantaram-se e correram para Susana, dizendo: "Olha, as portas do pomar estão trancadas e ninguém nos está vendo. Estamos apaixonados por ti: concorda conosco e entrega-te a nós! Caso contrário, deporemos contra ti, que um moço esteve aqui, e que foi por isso que mandaste embora as empregadas". Gemeu Susana, dizendo: "Estou cercada de todos os lados! Se eu fizer isto, espera-me a morte; e, se não o fizer, também não escaparei das vossas mãos; mas é melhor para mim, não o fazendo, cair nas vossas mãos do que pecar diante do Senhor!" Então ela pôs-se a gritar em alta voz, mas também os dois velhos gritaram contra ela. Um deles correu para as portas do pomar e as abriu. As pessoas da casa ouviram a gritaria no pomar e precipitaram-se pela porta do fundo, para ver o que estava acontecendo. Quando os velhos apresentaram sua versão dos fatos, os empregados ficaram muito constrangidos, porque jamais se dissera coisa semelhante a respeito de Susana.

No dia seguinte, o povo veio reunir-se em casa de Joaquim, seu marido. Os dois anciãos vieram também, com a intenção criminosa de conseguir sua condenação à morte. Por isso, assim falaram ao povo reunido: "Mandai chamar Susana, filha de Helcias, mulher de Joaquim!" E foram chamá-la. Ela compareceu em companhia dos pais, dos filhos e de todos os seus parentes. Os que estavam com ela e todos os que a viam, choravam. Os dois velhos levantaram-se no meio do povo e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana. Ela, entre lágrimas, olhou para o céu, pois seu coração tinha confiança no Senhor. Entretanto, os dois anciãos deram este depoimento: "Enquanto estávamos passeando a sós no pomar, esta mulher entrou com duas empregadas. Depois, fechou as portas do pomar e mandou as servas embora. Então, veio ter com ela um moço que estava escondido, e com ela se deitou. Nós, que estávamos num canto do pomar, vimos esta infâmia. Corremos para eles e os surpreendemos juntos. Quanto ao jovem, não conseguimos agarrá-lo, porque era mais forte do que nós e, abrindo as portas, fugiu. A ela, porém, agarramos, e perguntamos quem era aquele moço. Ela, porém, não quis dizer. Disto nós somos testemunhas". A assembleia acreditou neles, pois eram anciãos do povo e juízes. E condenaram Susana à morte.

Susana, porém, chorando, disse em voz alta: "Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas e sabes tudo de antemão, antes que aconteça! Tu sabes que é falso o testemunho que levantaram contra mim! Estou condenada a morrer, quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram a meu respeito!" O Senhor escutou sua voz. Enquanto a levavam para a execução, Deus excitou o santo espírito de um adolescente, de nome Daniel. E ele clamou em alta voz: "Sou inocente do sangue desta mulher!" Todo o povo então voltou-se para ele e perguntou: "Que palavra é esta, que acabas de dizer?" De pé, no meio deles, Daniel respondeu: "Sois tão insensatos, filhos de Israel? Sem julgamento e sem conhecimento da causa verdadeira, vós condenais uma filha de Israel? Voltai a repetir o julgamento, pois é falso o testemunho que levantaram contra ela!"

Todo o povo voltou apressadamente, e outros anciãos disseram ao jovem': "Senta-te no meio de nós e dá-nos o teu parecer, pois Deus te deu a honra da velhice". Falou então Daniel: "Mantende os dois separados, longe um do outro, e eu os julgarei". Tendo sido separados, Daniel chamou um deles e lhe disse: "Velho encarquilhado no mal! Agora aparecem os pecados que estavas habituado a praticar Fazias julgamentos injustos, condenando inocentes e absolvendo culpados, quando o Senhor ordena: 'Tu não farás morrer o inocente e o justo!' Pois bem, se é que viste, dize-me à sombra de que árvore os viste abraçados?" Ele respondeu: "A sombra de uma aroeira". Daniel replicou: "Mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus, tendo recebido já a sentença divina, vai rachar-te pelo meio!"

Mandando sair este, ordenou que trouxessem o outro: "Raça de Canaã, e não de Judá, a beleza fascinou-te e a paixão perverteu o teu coração. Era assim que procedíeis com as filhas de Israel, e elas por medo sujeitavam-se a vós. Mas uma filha de Judá não se submeteu a essa iniquidade. Agora, pois, dize-me debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?" Ele respondeu: "Debaixo de uma azinheira". Daniel retrucou: "Também tu mentiste com perfeição, contra a tua própria cabeça. Por isso o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para cortar-te ao meio e para te exterminar!"

Toda a assembleia pôs-se a gritar com força, bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam. E voltaram-se contra os dois velhos, pois Daniel os tinha convencido, por suas próprias palavras, de que eram falsas testemunhas. E, agindo segundo a lei de Moisés, fizeram com eles aquilo que haviam tramado perversamente contra o próximo. E assim os mataram, enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente. Palavra do Senhor!

(Leitura Abreviada: Dn 12, 41c-62)

Comentando a I Leitura

Estou condenada a morrer quando nada fiz

A história-parábola de Susana adquire seu mais autêntico significado se for enquadrada na situação particular do povo hebreu, solicitado pela cultura helenística a abraçar o paganismo, como efetivamente alguns fizeram. Susana é a personificação dos justos que não cedem a nenhuma pressão ou ameaça, cheios de confiança em Deus e fiéis à religião dos pais. Com a intervenção de Daniel, as sortes se invertem: restaura-se a justiça. Admoestação para todos aqueles que, passando ao paganismo, cometeram adultério contra o amor esponsal de Deus para com Israel (as árvores do jardim, na literatura profética, são os lugares simbólicos dos antigos "adultérios" do povo na presença de Deus); aos justos, contudo, a narrativa deve infundir confiança de que Deus não os abandona. Para nós é um aviso a que resistamos às múltiplas solicitações de uma vida demasiado fácil, até mesmo paganizada, como exige a fidelidade ao nosso batismo. [MISSAL COTIDIANO. ©Paulus, 1997]


Salmo: 22 (23), 1-3a.3b-4.5.6 (R/.4a)

Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal em temerei, estais comigo

O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, 3ae restaura as minhas forças.

Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.


Evangelho: João (Jo 8, 12-20)

Jesus, que é a luz do mundo, vem do pai e volta para o Pai

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Então os fariseus disseram: “O teu testemunho não vale, porque está dando testemunho de ti mesmo”. Jesus respondeu: “Ainda que eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é válido, porque sei de onde venho e para onde vou. Mas vós não sabeis donde venho, nem par aonde vou. Vós julgais segundo a carne, eu não julgo ninguém, e se eu julgo, o meu julgamento é verdadeiro, porque não estou só, mas comigo está o Pai, que me enviou. Na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Ora, eu dou testemunho do mim mesmo e também o Pai, que me enviou, dá testemunho de mim”. Perguntaram então: “Onde está o teu Pai?” Jesus respondeu: “Vos não conheceis nem a mim, nem o meu Pai. Se me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai”. Jesus disse estas coisas, enquanto estava a ensinando no templo, perto da sala do tesouro. E ninguém o prendeu, porque a hora dele ainda não havia chegado. Palavra do Senhor!

Comentando o Evangelho

Caminhando na luz

Ao autoproclamar-se “luz do mundo”, Jesus reconhecia que este, marcado pelo pecado, não tinha como salvar-se por si mesmo. Foi necessário que o Pai enviasse o Filho com a missão de abrir perspectivas novas para a humanidade, a qual se fechara no próprio egoísmo. Portanto, somente por meio de Jesus é possível chegar à salvação.

Quando a humanidade deixa-se guiar por esta luz descobre os caminhos que conduzem à vida. Quando vaga nas trevas, seu destino é a morte. Luz e trevas, vida e morte, condenação e salvação são as opções que todos temos de dizer.

O caminho orientado pela luza da vida comporta duas dimensões. A primeira é a dimensão histórica: consiste em trilhar o caminho do amor, da misericórdia e da solidariedade, no trato mútuo,. É a vida manifestada num modo de proceder peculiar, próprio de quem possui a vida divina. A segunda corresponde à vida eterna, à comunhão plena com o Deus da vida.

O caminho de quem prefere as trevas também comporta as mesmas duas dimensões. A primeira consiste numa vida pontilhada de in justiças e de maldade para com o próximo. A segunda, por sua vez, corresponde à ruptura definitiva com o Deus da vida, ou seja, à morte eterna. É sempre tempo de decidir-se, de acolher a luz oferecida por Jesus e, por ela, caminhar. [Evangelho nosso de cada dia, Pe. Jaldemir Vitório, ©Paulinas, 1997]