Santo Ildefonso

Segunda-feira, 23 de janeiro de 2012


Nasceu no ano de 606, em Toledo, no dia 8 de dezembro. Um homem de oração, foi discernindo a vontade de Deus também nas perdas. Ficou órfão e, em meio aos bens que possuía, fez de tudo para a construção de um mosteiro para religiosos. Um homem de discernimento, que não quer dizer sem medo, sem dificuldades.

Os santos não foram super-homens, mas pessoas de carne e osso que foram se deixando transformar por Aquele que é o santo dos santos: Jesus Cristo. Ele que, pelo poder do Espírito Santo, opera maravilhas no coração que se abre.

Santo Ildefonso, um coração aberto para as vontades de Deus, mesmo contra a própria vontade. Aconteceu que o Bispo de sua localidade havia falecido e o povo o elegeu. Ele se escondeu num convento, mas foi descoberto e aceitou este grande serviço para o povo de Deus. Foi um grande instrumento de Deus e devoto da Santíssima Virgem.

Ele propagou a Festa da Expectação de Nossa Senhora, em 18 de dezembro – Nossa Senhora do Ó, como ficou conhecida. Fruto desse amor, ele recebeu a graça de uma aparição da Virgem Maria, chamando-o de “meu capelão” e presenteando-o com uma casula do céu. Assim diz o seu testemunho.

Um homem revestido de humildade, de vida, de oração na vida sacramental, por isso foi um grande pastor para o seu povo. Não evangelizou sozinho, pois os santos bem sabiam e continuam a saber o quanto nós precisamos uns dos outros para que a evangelização aconteça, para que muitos conheçam esse doce nome que tem nosso Senhor Jesus Cristo. Os santos foram aqueles que se consumiram pelo Evangelho para que muitos conheçam Jesus Cristo.

Santo Ildefonso, rogai por nós!


Leituras

Primeira Leitura (2 Samuel 5,1-7.10)
Leitura do segundo livro de Samuel.

5 1 Todas as tribos de Israel vieram ter com Davi em Hebron e disseram-lhe: "Vê: não somos nós teus ossos e tua carne?

2 Já antes, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. O Senhor te disse: 'és tu que apascentarás o meu povo e serás o chefe de Israel'".

3 Vieram, pois, todos os anciãos de Israel ter com o rei em Hebron. Davi fez com eles um tratado diante do Senhor e eles sagraram-no rei de Israel.

4 Davi tinha trinta anos quando começou a reinar, e seu reinado durou quarenta anos:
5 sete anos e meio sobre Judá, em Hebron, e depois trinta e três anos em Jerusalém, sobre todo o Israel e Judá.

6 Davi partiu com seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que ocupavam a terra. Estes disseram a Davi: "Tu não entrarás aqui: cegos e coxos te repelirão!" (O que queria dizer: Davi não entrará jamais aqui.)

7 Mas Davi apoderou-se da fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.

10 Davi ia-se fortificando, e o Senhor, Deus dos exércitos, estava com ele.


Salmo 88/89

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele.

Outrora vós falastes em visões a vossos santos:
"Coloquei uma coroa na cabeça de um herói
e do meio deste povo escolhi o meu eleito.

Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor,
e o ungi, para ser rei, com meu óleo consagrado.
Estará sempre com ele minha mão onipotente,
e meu braço poderoso há de ser a sua força.

Minha verdade e meu amor estarão sempre com ele,
sua força e seu poder, por meu nome, crescerão.
Eu farei que ele estenda sua mão por sobre os mares,
e a sua mão direita estenderei por sobre os rios"


Evangelho (Marcos 3,22-30)

3 22 Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: "Ele está possuído de Beelzebul: é pelo príncipe dos demônios que ele expele os demônios."

23 Mas, havendo-os convocado, dizia-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar a Satanás?

24 Pois, se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode durar.

25 E se uma casa está dividida contra si mesma, tal casa não pode permanecer.

26 E se Satanás se levanta contra si mesmo, está dividido e não poderá continuar, mas desaparecerá.

27 Ninguém pode entrar na casa do homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o prender; e então saqueará sua casa.

28 "Em verdade vos digo: todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, mesmo as suas blasfêmias;
29 mas todo o que tiver blasfemado contra o Espírito Santo jamais terá perdão, mas será culpado de um pecado eterno."

30 Jesus falava assim porque tinham dito: "Ele tem um espírito imundo."


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Ninguém se une para perder..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nova acusação contra Jesus, agora são os Escribas que já nem sabem o que estão falando: acusam Jesus de estar unido a Belzebu ou Satanás, para expulsar os demônios dos que estavam possessos. A postura dos Escribas nos lembra um termo bastante verdadeiro, que se usa na política, mas quem sentido amplo: Oposição burra!

A oposição é importante, pois nos ajuda a perceber nossos erros e isso nos faz crescer, mas quando se trata de uma oposição inteligente que aponta os erros e equívocos cometidos por alguém, assim deveria ser na política entre Situação e Oposição, mas não é e nunca será... Até mesmo em nossas comunidades essa postura dos Escribas acontece. Quando não vamos com a cara do Coordenador, ou do Padre, ou do Diácono ou Ministro, ele pode até fazer chover, que vamos ser contra.

No caso das comunidades, uma oposição inteligente faz a correção fraterna, mas uma oposição burra só destrói e causa divisões, isso é pecado grave contra a Igreja! Jesus faz o Bem ao expulsar demônios das pessoas que estavam sofrendo, mas seus opositores os Escribas deturpam a sua ação libertadora atribuindo-a à Satanás. O desejo pérfido de Satanás é sempre possuir e dominar as pessoas e não libertá-las, isso é, o Mal se associa ao Mal, para fazer o Mal e jamais o Bem e pensar o contrário é burrice...

Tem gente que não é contra Jesus, mas não o aceita e nem o assume como único Deus e Senhor, e em se tratando de Jesus, não basta não ser contra, é preciso fazer por ele uma opção radical e assim comprometer-se com todos os valores do evangelho, viabilizando a prática do bem.

Nossas comunidades são essa casa protegida pelo Homem Forte que é Vencedor por excelência, Satanás só consegue infiltrar-se na comunidade, quando alguém que se diz cristão, agindo como os Escribas, se coloca contra o Evangelho, traindo o ideal Cristão e permitindo que se criem divisões provocadas pela inveja, intriga e calúnia.

2. Os escribas detinham o poder religioso

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Os chefes religiosos de Jerusalém, sediados no Templo e no Tesouro, enviam escribas para espionarem Jesus e colherem informações sobre suas atividades. Certamente os fariseus da Galileia, perplexos com a prática de Jesus, pediram ajuda à matriz, em Jerusalém. É próprio de quem está no poder acusar os opositores de agitadores, perturbadores da ordem ou da harmonia, ou, em um enfoque religioso, possessos do demônio. Os escribas detinham o poder religioso e legitimavam-se afirmando ser eles os legítimos representantes de Deus.

Em consequência lógica e oportunista, denunciavam Jesus, que divergia de sua posição e de seu poder, como sendo possesso do demônio. Hoje também, quem diverge do poderio cristão norte-americano e de seus aliados é considerado como sendo do mal. Na sentença final, a rejeição do Espírito Santo significa a rejeição da misericórdia, do amor divino e da comunhão com Deus.

3. UMA FALSA ACUSAÇÃO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Por si mesmos, os milagres não tinham o poder de convencer as pessoas da condição messiânica de Jesus. Ao contemplá-los, as pessoas podiam fazer as mais contraditórias interpretações. Tudo dependia da maior ou menor sintonia com Jesus.

Os mestres da Lei interpretavam os milagres do Messias Jesus como ações demoníacas na história humana. Na visão deles, Jesus estaria atuando com um força recebida de satanás.

Evidentemente, Jesus não podia calar-se diante de uma interpretação tão destorcida de sua atividade. Assim, partindo da acusação de seus adversários, desmascarou a falsidade de seus pontos de vista.

A ação miraculosa de Jesus consistia em aniquilar o poder de satanás sobre as pessoas. Bastava uma ordem sua para que os demônios deixassem livres aqueles a quem mantinham subjugados. Jesus era o terror dos demônios.

Sendo assim, não tem lógica dizer que a ação de Jesus tenha algo a ver com Belzebu. Este não haveria de munir de poder contra si mesmo a quem poderia acabar com suas pretensões sobre o ser humano. Era preciso procurar em outro lugar a raiz do poder taumatúrgico de Jesus.

A acusação de que Jesus agia em conluio com satanás foi não só pecaminosa, como também uma verdadeira blasfêmia contra o Espírito Santo, por cuja força Jesus atuava.