Santo Inácio de Antioquia

Segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Neste dia deparamos com a fé ardente, doação completa e amor singular ao Cristo do mártir Inácio, sucessor de São Pedro em Antioquia da Síria, que desde a infância conviveu com a primeira geração dos cristãos.

Como Bispo foi muito amado em Antioquia e no Oriente todo, pois sua santidade brilhava, tanto que o prenderam devido a sua liderança na religião cristã, durante o Império de Trajano, por volta do ano 107.

Chamado Teóforo - portador de Deus - Inácio, ao ser transportado para Roma, sabia que cristãos de influência na corte imperial poderiam impedi-lo de alcançar Cristo pelo martírio, por isso, dentre tantas cartas que enviara para as comunidades cristãs, a fim de edificar, escreveu em especial à Igreja Católica em Roma: "Eu vos suplico, não mostreis comigo uma caridade inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, pelas quais me será possível alcançar Deus, sou trigo de Deus e quero ser moído pelos dentes dos leões, a fim de ser apresentado como pão puro a Cristo. Escutai, antes, as feras, para que se convertam em meu sepulcro e não deixem rasto do meu corpo. Então serei verdadeiro discípulo de Cristo".

Nesta mesma carta há uma preciosa afirmação sobre a presença de Cristo na Eucaristia: "Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível".

Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos Tralianos.

Santo Inácio foi, de fato, atirado às feras no Coliseu em Roma no ano 107, e hoje intercede para que comecemos a ter a têmpera dos mártires a fim de nos doarmos por amor.

Santo Inácio de Antioquia, rogai por nós!


Hoje: Dia Nacional da Vacinação, Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira, Dia do Eletricista


Leituras

Primeira Leitura (Romanos 4,20-25)
Leitura do livro da carta de são Paulo aos Romanos.

Ante a promessa de Deus, não vacilou, não desconfiou, mas conservou-se forte na fé e deu glória a Deus. Estava plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que prometera. Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça. Ora, não é só para ele que está escrito que a fé lhe foi imputada em conta de justiça. É também para nós, pois a nossa fé deve ser-nos imputada igualmente, porque cremos naquele que dos mortos ressuscitou Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação.


Salmo (Lucas 1)

Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!

Fez surgir um poderoso salvador
na casa de Davi, seu servidor,
como falara pela boca de seus santos,
os profetas desde os tempos mais antigos.

Para salvar-nos do poder os inimigos
e da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais,
recordando a sua santa aliança.

E o juramento a Abraão, o nosso pai,
de conceder-nos que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temos,
em santidade e em justiça diante dele,
enquanto perdurarem nossos dias.


Evangelho (Lucas 12,13-21)

Naquele tempo, disse-lhe então alguém do meio do povo: "Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança". Jesus respondeu-lhe: "Meu amigo, quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós?"

E disse então ao povo: "Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas". E propôs-lhe esta parábola: "Havia um homem rico cujos campos produziam muito. E ele refletia consigo: ´Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita´.

Disse então ele: ´Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te´. Deus, porém, lhe disse: ´Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão?´ Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O problema do Produtor avarento...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

(Não é pecado ter um belo de um lucro nos negócios, desde que sejam honestos, o pecado vem depois, quando se quer ganhar mais.....para acumular ainda mais e enriquecer mais...sem nunca pensar em partilha) ___O Senhor está com um belo de um problemão, hein? ___Pois é, minha produção "arrebentou a boca do balão" triplicou a colheita... ___Nossa Senhora! Eu sei o que o Senhor poderia fazer... ___Que bom, fala logo que vou por o plano em prática, não posso perder essa riqueza... ___O senhor tem dois trabalhadores novos no seu campo, eles começaram agora, não têm casa, o senhor paga uma "merreca" de um salário, poderia repartir o seu belo lucro, principalmente com esses dois, e por que não com os demais também... é justo, afinal eles suaram a camisa na sua lavoura... ___Ora essa! Está louco cara? O risco é todo meu, a lavoura é minha, as terras são minhas, se der prejuízo eu assumo, mas se der lucro, é tudo meu, por que eu haveria de repartir com outros? ___Está certo Sêo Produtor, então pelo menos dá um aumento generoso no salário desses pobres diabos, que mal ganham para comer e sustentar a família... ___Acho que você não entendeu nada, pago a eles o que é justo e combinado, quanto ao aumento, o sindicato da categoria que resolve, eu não tenho nada a ver com isso... ___Está certo, mas que eles merecem uma gratificação, eles merecem, são bons trabalhadores, muito leais, o Senhor poderia investir o seu lucro exorbitante em benefícios para eles e a família, ajudar nos estudos dos filhos, no material escolar, na compra de uma casa quem sabe, uma gratificação espontânea, olha quantas saídas eu dei para a solução do seu grande problema. ___Pois eles não fazem mais que a obrigação; são pagos para trabalhar e produzir. Nada tenho a ver com a pobreza deles... ___E o Senhor, o que fez para que Deus abençoasse assim as suas terras e triplicasse a sua colheita? ___Deus???????? (gargalhada) Olha o meu deus aqui no bolso ó... eu investi, comprei implementos agrícolas, boas sementes, Deus que você fala, não tem nada a ver com isso... Esse negócio de Deus e religião é coisa que inventaram só para atrapalhar a vida das pessoas... Eu vou é construir celeiros novos e mais espaçosos, vou estocar a colheita e no ano que vem, com a alta de preço, vou fazer uma fortuna... ___E quem lhe garante que vai estar vivo o ano que vem? ___Claro que vou, se Deus quiser... ___Deus !!!!!!!!!!!!!!!! ??????? ___Ah.... É apenas um modo de dizer... não me amola. Quem é você, algum sindicalista desses subversivos vagabundos, que infestam a sociedade e querem só tirar aquilo que a gente tem? ___Não !!!! Eu sou a Dona Morte, que vai te levar essa noite... Até daqui a pouco Senhor...

2. Denúncia ao "acúmulo"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Neste texto de denúncia da acumulação da riqueza, exclusivo de Lucas, Jesus rejeita o papel de árbitro em uma disputa de partilha de herança. Contudo aproveita a ocasião para fazer a crítica sobre aqueles ambiciosos sedentos de enriquecimento, que, explorando trabalhadores humildes e empobrecidos, acumulam riquezas sobre riquezas.

Contando uma parábola, Jesus chama de tolo o homem rico que buscava a segurança nas riquezas. Esta é uma falsa segurança que não protege da morte.

A acumulação de riquezas por alguns gera os empobrecidos, com o escândalo da divisão da sociedade em ricos e pobres. É a solidariedade e a partilha com os mais necessitados que nos levam à comunhão de vida eterna com Jesus e com o Pai.

Oração Pai, que a perspectiva de dificuldades a serem encontradas no apostolado não me faça recuar da missão de preparar o mundo para acolher teu Filho Jesus.

3. A RIQUEZA VÃ

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus deve ter percebido a mentalidade de muitas pessoas exageradamente preocupadas em adquirir e acumular bens. Se os discípulos desejassem ser fiéis ao Reino, deveriam precaver-se contra atitudes deste gênero. Daí a preocupação do Mestre em alertá-los.

Tudo, na vida do rico, gira em torno do próprio eu: "meus celeiros", "meu trigo", "meus bens". Em sua vida, não existe espaço para Deus e para o próximo. Tudo é pensado em função de sua satisfação pessoal: "Ó minha alma, descansa, come, bebe, regala-te, pois tens bens acumulados para muitos anos". Solidariedade, partilha, misericórdia são palavras banidas de seu vocabulário. Sua avareza impede-o de sensibilizar-se diante das necessidades do próximo.

Todavia, como não somos feitos só para esta vida, a morte confronta-nos com outra realidade: a vida eterna. Aqui, só têm valor os gestos de fraternidade, a bondade para com o excluídos e carentes, a capacidade de fazer-se próximo de quem sofre. Este é o verdadeiro tesouro a ser acumulado durante a vida terrena. Os bens materiais, quando partilhados, podem ser instrumentos para adquirir este tesouro eterno. Acumulá-los significa torná-los infrutíferos, ou seja, inúteis.

O discípulo do Reino, por ter seu coração centrado em Deus e no próximo, sabe ser generoso com quem necessita de seu ajuda fraterna.