Santo Isidoro - Lavrador

Terça-feira, 15 de maio de 2012


Isidoro nasceu em Madri, na Espanha, em 1070, filho de pais camponeses, simples e seguidores de Cristo. O menino cresceu sereno, bondoso e muito caridoso, trabalhando com os familiares numa propriedade arrendada. Levantava muito cedo para assistir a missa antes de seguir para o campo. Quando seus atos de fé começaram a se destacar, já era casado com Maria Toríbia e pai de um filho.

Sua notoriedade começou quando foi acusado de ficar rezando pela manhã, na igreja, em vez de trabalhar. De fato, tinha o hábito de parar o trabalho uma vez ao dia para rezar, de joelhos, o terço. Mas isso não atrapalhava a produção, porque depois trabalhava com vontade e vigor, recuperando o tempo das preces. Sua bondade era tanta que o patrão nada lhe fez.

Não era só na oração que Isidoro se destacava. Era tão solidário que dividia com os mais pobres tudo o que ganhava com seu trabalho, ficando apenas com o mínimo necessário para alimentar os seus. Quando seu filho morreu, ainda criança, Isidoro e Maria não se revoltaram, ao contrário, passaram a se dedicar ainda mais aos necessitados.

Isidoro Lavrador morreu pobre e desconhecido, no dia 15 de maio de 1130, em Madri, sendo enterrado sem nenhuma distinção. A partir de então começou a devoção popular. Muitos milagres, atribuídos à sua intercessão, são narrados pela tradição do povo espanhol. Quarenta anos depois, seu corpo foi trasladado para uma igreja.

Humilde e incansável foi esse homem do campo, e somente depois de sua morte, e com a devoção de todo o povo de sua cidade, as autoridades religiosas começaram a reconhecer o seu valor inestimável: a devoção a Deus e o cumprimento de seus mandamentos, numa vida reta e justa, no seguimento de Jesus.

Foi o rei da Espanha, Filipe II, que formalizou o pedido de canonização do santo lavrador, ao qual ele próprio atribuía a intercessão para a cura de uma grave enfermidade. Em 1622, o papa Gregório XV canonizou santo Isidoro Lavrador, no mesmo dia em que santificou Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Teresa d´Ávila e Filipe Néri.

Hoje, ele é comemorado como protetor dos trabalhadores do campo, dos desempregados e dos índios. Enfim, de todos aqueles que acabam sendo marginalizados pela sociedade em nome do progresso. Santo Isidoro Lavrador é o padroeiro de Madri. Santo Isidoro, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Assistente Social e Dia do Gerente Bancário


Leituras

Leitura (Atos 16,22-34)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

16 22 O povo insurgiu-se contra eles. Os magistrados mandaram arrancar-lhes as vestes para açoitá-los com varas.

23 Depois de lhes terem feito muitas chagas, meteram-nos na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.

24 Este, conforme a ordem recebida, meteu-os na prisão inferior e prendeu-lhes os pés ao cepo.

25 Pela meia-noite, Paulo e Silas rezavam e cantavam um hino a Deus, e os prisioneiros os escutavam.

26 Subitamente, sentiu-se um terremoto tão grande que se abalaram até os fundamentos do cárcere. Abriram-se logo todas as portas e soltaram-se as algemas de todos.

27 Acordou o carcereiro e, vendo abertas as portas do cárcere, supôs que os presos haviam fugido. Tirou da espada e queria matar-se.

28 Mas Paulo bradou em alta voz: "Não te faças nenhum mal, pois estamos todos aqui".

29 Então o carcereiro pediu luz, entrou e lançou-se trêmulo aos pés de Paulo e Silas.

30 Depois os conduziu para fora e perguntou-lhes: "Senhores, que devo fazer para me salvar?"

31 Disseram-lhe: "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família".

32 Anunciaram-lhe a palavra de Deus, a ele e a todos os que estavam em sua casa.

33 Então, naquela mesma hora da noite, ele cuidou deles e lavou-lhes as chagas. Imediatamente foi batizado, ele e toda a sua família.

34 Em seguida, ele os fez subir para sua casa, pôs-lhes a mesa e alegrou-se com toda a sua casa por haver crido em Deus. - Palavra do Senhor.


Salmo 137/138

Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças,
porque ouvistes as palavras dos meus lábios
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Estendereis o vosso braço em meu auxílio
e havereis de me salvar com vossa destra.
Completai em mim a obra começada;
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos.


Evangelho (João 16,5-11)

16 5 Disse Jesus: "Agora vou para aquele que me enviou, e ninguém de vós me pergunta: 'Para onde vais?'

6 Mas porque vos falei assim, a tristeza encheu o vosso coração.

7 Entretanto, digo-vos a verdade: convém a vós que eu vá! Porque, se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, vo-lo enviarei.

8 E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.

9 Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim. 10 Ele o convencerá a respeito da justiça, porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis;
11 ele o convencerá a respeito do juízo, que consiste em que o príncipe deste mundo já está julgado e condenado". - Palavra da Salvação.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "O Espírito que desmascara as Forças do Mal..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os que se opunham radicalmente a Jesus Cristo, estavam confiantes de que tinham acabado com ele definitivamente e agora os seus seguidores se dispersariam e aos poucos ninguém iria mais se lembrar do tal Jesus de Nazaré. Mas o Poder de Deus é infinitamente maior do que esse pensamento mesquinho do ser humano, quando pensavam que tudo estava acabado, inclusive os discípulos, que ao ouvirem Jesus falar em partida, deixam-se dominar por uma grande tristeza, eis que Jesus faz uma promessa....

Vai enviar o Espírito Paráclito, um Juiz que irá dar o veredicto final sobre Jesus, apontando-o como grande vencedor sobre todas as forças do mal, confirmando seus ensinamentos e obras, atestando que Ele está bem vivo, Glorioso á direita do Pai, e ao mesmo tempo em Espírito caminhando com a sua Igreja.

Entretanto, esse veredicto e esse julgamento teve apenas início, porque se perpetua na Igreja nos cristãos de todos os tempos que são fiéis á Jesus e exatamente no anúncio e nas obras dos discípulos, o Espírito vai confirmando o Bem supremo que é Jesus de Nazaré, e ao mesmo tempo desmascarando e fazendo ruir por terra os planos dos que optaram pelo mal.

Por isso esse Espírito é também chamado de Consolador, mas não uma consolação que faz os discípulos de Jesus se conformarem com a derrota, ao contrário, é uma consolação santa que os impele para a frente, a caminhar e a resistir na luta contra o mal. A comunidade apostólica por primeiro, e depois as primeiras comunidades, experimentaram, perceberam e sentiram essa ação do Espírito Santo, que inaugurou o Kairós, tempo que vive a Igreja até a parusia, quando vier a Plenitude do Reino.

Logicamente que a história é encíclica e hoje como ontem, há os que se opõe radicalmente á Jesus, recusam a sua divindade, rejeitam o Jesus do Evangelho e aderem a um Jesus do Consumismo que não passa de uma grotesca caricatura do nosso Deus. Jesus voltou ao Pai, vencedor da missão que lhe foras confiada, agora caberá á sua Igreja, assistida, orientada e conduzida pelo seu Espírito, percorrer os mesmos caminhos que ele percorreu, na mesma Fidelidade que o levou a nos amar até o fim, entregando á própria vida. Não há o que temer e os discípulos de hoje podem dizer sem medo "O Espírito do Senhor está sobre nós..."

2. A nova forma de presença de Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Tendo já anunciado o envio do Espírito (Jo 15,26), Jesus esclarece seus discípulos com mais detalhes. João é o único evangelista a referir-se ao Espírito com um termo (paráklêtos) que tem um amplo sentido, englobando as várias traduções adotadas (Defensor, Consolador, Advogado, etc.).

Jesus fala em sua partida, o que causa tristeza nos corações dos discípulos. Sentir-se-ão sós, em um mundo de conflitos. A partida de Jesus é o fecho de sua vida que foi plenitude de dom de amor aos discípulos e ao mundo. O amadurecimento da compreensão da vida de Jesus exige tempo. Na ausência de Jesus é o Espírito de Verdade e de Amor que os iluminará neste amadurecimento e os fortalecerá na perseverança no seguimento de Jesus. Pelo Espírito, os discípulos encontram a nova forma de presença de Jesus.

O Espírito fará os discípulos verem que os valores oferecidos pelo mundo levam ao pecado da rejeição a Jesus. Verão também que o anúncio da justiça feito por Jesus foi coroado com sua ida para o Pai, e que a estrutura opressora do mundo e seu chefe estão condenados.

3. O PARÁCLITO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

João é o único evangelista a referir-se ao Espírito Santo como o Paráclito (Parakletos), também traduzido por Defensor, Consolador, Advogado. Tendo já mencionado várias vezes o dom do Espírito Santo, agora Jesus retoma o anúncio de sua partida, detendo-se mais na missão do Espírito que será enviado. É bom que Jesus vá, porque o Defensor, o Espírito Santo, enviado aos discípulos unidos em comunidade, dará continuidade histórica ao ministério de Jesus, restaurador da vida. Agora, os próprios discípulos, unidos ao Espírito, são os protagonistas da missão libertadora e vivificante. O Espírito, que já estava presente em Jesus, é colocado em destaque a partir da ocultação do Jesus visível e sensível. O Espírito é uma presença tão forte entre nós como era a presença de Jesus no momento histórico de seu ministério. O Espírito Santo atualiza a presença dele na comunidade dos discípulos. A ação do Espírito é reconhecida, pela fé, em todo ato de amor que remove a injustiça, promove a vida e constrói a comunhão e a paz.