Santos João e Paulo
Domingo, 26 de junho de 2011
Dois casos suspeitos de E.coli são investigados em Campinas (SP)
Do Estadão
Os santos que recordamos hoje pertenceram ao século IV e ali deram um lindo testemunho do martírio no ano de 362, no contexto em que a Igreja de Cristo era perseguida.
Eles pertenciam à Corte de Juliano, o Apóstata, que queria que todos os cristãos se rendessem aos deuses do Império. João e Paulo, porém, renunciaram ao cargo, e se retiraram para uma propriedade onde viveram da caridade e servindo aos pobres, testemunhando acima de tudo o amor a Deus.
Eram irmãos de sangue, mas responderam pessoalmente ao Evangelho.
O Imperador enviou uma autoridade para convencê-los a mudarem de ideia, e oferecerem sacrifícios ao deus Júpiter para não serem condenados. Após alguns dias, os irmãos não negaram sua fé e acabaram morrendo degolados, testemunhando seu amor a Deus.
São João e São Paulo, rogai por nós!
Hoje: Dia Internacional contra o uso e o tráfico de Drogas, Dia Nacional do combate às drogas
Leituras
Primeira Leitura (2Rs 4,8-11.14-16a)
Certo dia, Eliseu passou por Sunam. Aí morava uma senhora rica, que insistiu para que fosse comer em sua casa. Depois disso, sempre que passava por aí, Eliseu parava na casa dessa mulher para fazer suas refeições. E ela disse ao marido: "Tenho observado que este homem, que passa tantas vezes por nossa casa, é um santo homem de Deus. Façamos para ele, no terraço, um pequeno quarto de alvenaria, onde colocaremos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro. Assim, quando vier à nossa casa, poderá acomodar-se ai". Um dia, Eliseu passou por Sunam e recolheu-se àquele pequeno quarto para descansar. E perguntou a Giezi, seu servo: "Que se poderia fazer por esta mulher?" Giezi respondeu: "É inútil perguntar-lhe; ela não tem filhos e seu marido já é velho". Eliseu mandou então que a chamasse. Ele chamou-a e ela pôs-se à porta. 16Eliseu disse-lhe: "Daqui a um ano, neste tempo, estarás com um filho nos braços".
Salmos 88(89) (HL3 138-139 -Fx 18)
Ó Senhor, eu cantarei, * eternamente, o vosso amor!
Ó Senhor, eu cantarei eterna-mente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade!Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!” E a vossa lealdade é tão firme como os céus.
Quão feliz é aquele povo que conhece a alegria; * seguirá pelo caminho sempre à luz de vossa face! * Exultará de alegria em vosso nome, dia a dia e com grande entusiasmo exaltará vossa justiça.
Pois sois vós, ó Senhor Deus, a sua força e sua glória, * é por vossa proteção que exaltais nossa cabeça. O Senhor é o nosso escudo, ele é nossa proteção, * ele reina sobre nós, é o santo de Israel!
Segunda Leitura (Rm 6,3-4.8-11)
Irmãos: Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
EVANGELHO (Mt 10,37-42)
Naquele tempo, disse Jesus a seus apóstolos: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Quem procura conservar a sua vida vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Lucros & Perdas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Minha equipe de “Teólogos” que me ajudam nas reflexões, diante desse evangelho começaram a debater a primeira exortação de Jesus, o amor por ele deve ser uma prioridade até em relação ao amor ao pai, a mãe, aos irmãos ou aos Filhos! Mas que coisa, Jesus quer fazer divisões nas Famílias, não basta a confusão que tem hoje em dia ? Parece que ele é ciumento e egocêntrico, quer ser o Centro de tudo...
Vamos primeiro desfazer esse mal entendido, Essa cruz que Jesus nos convida a carregar se quisermos segui-lo, tem muitos significados, mas aqui ela é a cruz das nossas limitações, inclusive nossa limitação no amor a Deus e ao próximo, quem nessa vida poderá dizer com convicção que o seu amor a Deus e ao próximo é exatamente como Jesus nos ensinou?
Acho que ninguém, nem o nosso amor aos pais, aos filhos, aos irmãos e parentes, é perfeito e nunca será... Salvar a Vida significa aqui, salvar-se com recursos próprios sem precisar de Deus e da Salvação que nos foi oferecida em Jesus.
Tentar salvar a sua vida é colocar o sentido do VIVER naquilo que sem tem e que o mundo nos oferece, aos olhos do mundo, quem se envereda por este caminho e consegue seu objetivo, é realmente um ganhador... Venceu na vida... não é assim que dizemos, quando alguém “chega lá” na vida profissional, na carreira, na política?
Entretanto, perder essa vida por causa de Jesus, não é ser um alienado, viver de oração, de meditação, isolar-se no grupo ou na comunidade, o mundo não presta e não tem jeito, vamos ficar apenas com Jesus... Isso é fantasia, é fuga, é alienação!
Tomar a cruz e seguir o Senhor, é aceitar construir o Reino com ele todos os dias, mesmo sabendo que somos minoria, e que o mundo não está interessado nesse Reino. Quando temos essa convicção, perdemos muita coisa, dedicamos nosso tempo á comunidade, sem descuidar das outras: vida profissional e familiar. Buscamos força aonde não temos, para perseverar sempre nessa caminhada. Pois bem, aos olhos do mundo estamos mesmo perdendo, porque poderíamos investir nosso talento em outra coisa, que desse um retorno.
Conheço um advogado que só arruma encrenca, no dizer dos colegas, porque ele só pega causas de pessoas carentes, dos abandonados e que não têm recursos para pagarem um processo judicial, resultado: vive na pindaíba o coitado, mas em compensação é uma pessoa alegre e feliz, ganhou algo que ninguém irá lhe tirar.
Nosso professor de Moral é Sacerdote e Médico, mas a medicina ele a exerce em outros países onde a pobreza é extrema, e lá, se dedica aos casos em que o paciente pobre está em fase terminal e os colegas não acham vantagem em assistir doentes assim. Claro que ele está perdendo, afinal é um Doutor e poderia ganhar alguns trocados com os seus conhecimentos de médico...
E assim, com esses dois exemplos chegamos ao ápice desse evangelho: Quem der um simples copo de água fria a um desses pequeninos, porque é meu discípulo (aquele que dá a água) em verdade vos digo, não perderá a sua recompensa. Eis aí o prejuízo material daquele que ama gratuitamente e incondicionalmente, assim Jesus nos ama, eis aí o tesouro, a fortuna que vamos acumulando nessa terra, embeber-nos desse amor de Jesus e partilhá-lo com os outros, principalmente os mais pequeninos, o advogado e o médico que eu citei, são exemplos disso. E nós?
2. O amor a Jesus deve ser prioritário
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Mateus, no capítulo 10 de seu evangelho, reúne ditos e sentenças esparsas de Jesus que orientam as comunidades em sua ação missionária, em suas varias situações. O capítulo inicia-se com o chamado dos doze apóstolos por Jesus, seguindo-se as instruções sobre a ação missionária, e termina com a advertência sobre a renúncia aos interesses do mundo e o encontro de sua vida em Deus. Jesus trouxe a paz a seus discípulos, porém os poderosos da terra não a aceitaram, respondendo com a violência.
Com um versículo isolado do profeta Miquéias (Mi 7,6), Mateus aponta rejeições dentro da própria família (Mt 10,35-36). A seguir vem o acento sobre a adesão a Jesus acima de qualquer outro vínculo, seja o familiar, sejam os vínculos com o mundo, com seus critérios de segurança e sucesso. Finalmente a característica da missão: o discípulo que anuncia todas estas coisas é o próprio Jesus presente no mundo.
O amor a Jesus deve estar acima do amor à família. Os laços familiares representam os vínculos mais fortes do amor-fidelidade. O amor a Jesus deve ser prioritário em relação a estes laços familiares. Ele não vem abolir o afeto familiar. Contudo vem libertar dos laços familiares tradicionais, que refletem mais os interesses terrenos do que o projeto de Deus, pela comunicação do amor divino abrangente, alem dos limitados laços consanguíneos.
O seguimento de Jesus supõe um compromisso destemido, na libertação dos vínculos com o mundo submisso aos poderosos. Tomar sua cruz significa o testemunho de amor e libertação que não se intimidará mesmo diante das ameaças de morte da parte dos poderosos que oprimem e exploram o povo. A cruz é o suplício mortífero que o império romano aplicava com frequência àqueles que eram tidos como ameaça à sua estabilidade e à sua "paz". O próprio Cícero, orador, filósofo, e escritor romano, referia-se à cruz como um "crudelíssimo suplício".
Esta opção de seguimento de Jesus é "perder a vida" neste mundo, para inseri-la na eternidade, vivendo para Deus (primeira leitura). O caminho contrário é o daquele que encontra sua vida correndo atrás do status social, do sucesso e da segurança do dinheiro, perdendo sua vida de comunhão com Deus.
Na fala de Jesus, as três referências ao "receber" referem-se à ação missionária. "Quem vos recebe..." é dirigida ao próprio missionário que deve ir consciente de que representa o próprio Jesus que o envia. "Quem receber..." um profeta ou um justo, ou um pequeno, são dirigidas às comunidades destinatárias. Devem acolher com confiança ao missionário que vai como profeta ou justo/fiel ao seu compromisso.
A primeira leitura, em estilo bem semítico, narra como uma senhora rica acolheu Eliseu e foi gratificada com a promessa de gerar um filho. A conversão ao Reino de Deus supõe profundas mudanças de valores e costumes tradicionais que se estratificaram culturalmente e que fazem o perfil de uma sociedade comprometida com o sucesso pessoal e com a ânsia do enriquecimento.