Santos Romão e Lupicino

Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


São Romão entrou para a vida religiosa com 35 anos, na França, onde nasceram os dois santos de hoje. Ele foi discernindo sua vocação, que o deixava inquieto, apesar de já estar na vida religiosa. Ao tomar as constituições de Cassiano e também o testemunho dos Padres do deserto, deixou o convento e foi peregrinar, procurando o lugar onde Deus o queria vivendo.

Indo para o Leste, encontrou uma natureza distante de todos e percebeu que Deus o queria ali.

Vivia os trabalhos manuais, a oração e a leitura, até o seu irmão Lupicino, então viúvo, se unir a ele. Fundaram então um novo Mosteiro, que se baseava nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano.

Romão tinha um temperamento e caminhada espiritual onde com facilidade era dado à misericórdia, à compreensão e tolerância. Lupicino era justiça e intolerância. Nas diferenças, os irmãos se completavam, e ajudavam aos irmãos da comunidade, que a santidade se dá nessa conjugação: amor, justiça, misericórdia, verdade, inspiração, transpiração, severidade, compreensão. Eles eram iguais na busca da santidade.

O Bispo Santo Hilário ordenou Romão, que faleceu em 463. E em 480 vai para a glória São Lupicino.

Santos Romão e Lupicino, rogai por nós!

[CANÇÃO NOVA]

Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum


Livro de Eclesiástico 17,24-29.

Aos que se arrependem, porém, Ele deixa-os recomeçar, e conforta os que perderam a perseverança.

Converte-te ao Senhor, deixa os teus pecados, suplica diante dele e evita as ocasiões de pecado.

Volta-te para o Altíssimo, afasta-te da injustiça, – pois Ele próprio te conduzirá, das trevas à claridade da salvação – e detesta profundamente o que é abominável.

Quem louvará o Altíssimo no Hades, em lugar dos vivos, quem o poderá louvar? O morto, como quem não existe, já não pode louvar; o homem vivo e com saúde é que louvará o Senhor.

Como é grande a misericórdia do Senhor, e o seu perdão para com todos os que a Ele se convertem!


Livro de Salmos 32(31),1-2.5.6.7.

Feliz aquele a quem é perdoada a culpa e absolvido o pecado.

Feliz o homem a quem o SENHOR não acusa de iniquidade e em cujo espírito não há engano.

Confessei te o meu pecado e não escondi a minha culpa; disse: "Confessarei ao SENHOR a minha falta"; e Tu me perdoaste a culpa do pecado.

Por isso, todo o fiel te invoca no tempo da angústia. E, mesmo que transbordem águas caudalosas, jamais o hão de atingir.

Tu és o meu refúgio: livras me da angústia e me envolves em cânticos de libertação.


Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.

Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» Jesus disse: «Porque me chamas bom? Ninguém é bom senão um só: Deus.

Sabes os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes, honra teu pai e tua mãe.»

Ele respondeu: «Mestre, tenho cumprido tudo isso desde a minha juventude.» Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele e disse: «Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.»

Mas, ao ouvir tais palavras, ficou de semblante anuviado e retirou-se pesaroso, pois tinha muitos bens.

Olhando em volta, Jesus disse aos discípulos: «Quão difícil é entrarem no Reino de Deus os que têm riquezas!»

Os discípulos ficaram espantados com as suas palavras. Mas Jesus prosseguiu: «Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.»

Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode, então, salvar-se?»

Fitando neles o olhar, Jesus disse-lhes: «Aos homens é impossível, mas a Deus não; pois a Deus tudo é possível.»


Comentário ao Evangelho

por : São Basílio

«Ao ouvir estas palavras [...], retirou-se pesaroso.»

O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?

Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.[EVANGELHO QUOTIDIANO]