São Basílio Magno
Quarta-feira, 02 de Janeiro de 2013
Hoje, recordamos três nomes e três amigos em Cristo Jesus. Reconhecidos como luminários da Capadócia, região da Turquia, são eles: Gregório, seu irmão de sangue, São Basílio Magno e o amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de sangue, três grandes amigos em Cristo Jesus.
São Basílio Magno nasceu no ano 4 d.C, em Cesaréia, dentro de uma família santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos filhos, o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por Constantinopla, chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A essa altura, mesmo tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele começou a buscar glórias humanas. É importante percebermos isso na história dos santos. Eles não nasceram santos e não foram obrigados a ser santos; aceitaram este desafio, mesmo que houvesse, em algum período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor sempre nos dará uma nova change. Foi o que aconteceu com São Basílico.
Ao conhecer o amigo São Gregório Nazianzeno, São Basílio conheceu Cristo mais profundamente e retomou a amizade com Jesus. Ele, que já era muito culto, direcionou todo o seu potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o Verbo que se fez carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por um tempo dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica. Visitou o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo Nazianzeno, começar uma comunidade monástica.
Aconteceu que, diante da realidade na qual o Arianismo – heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus – confundia muito as pessoas e ainda era apoida pelo imperador do Oriente chamado Valente. Enfim, que confusão doutrinal! Nesta altura, em Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito bispo, sucessor de um dos apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele pôde combater e ver a verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava medo nesse homem cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas obras, não era apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por meio dele.
Ainda padre, ele já era um testemunho reconhecido, uma autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São Basílio Magno deixou uma riqueza de escritos e, principalmente, a certeza de que amigo de Jesus, felizes nós seremos. Em 379 d.C., ele partiu para o céu e intercede por nós.
São Basílio Magno, rogai por nós!
Hoje:
Leituras
Leitura (1 João 2,22-28) Leitura da primeira carta de são João.
2 22 Irmãos, quem é mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse é o Anticristo, que nega o Pai e o Filho.
23 Todo aquele que nega o Filho não tem o Pai. Todo aquele que proclama o Filho tem também o Pai.
24 Que permaneça em vós o que tendes ouvido desde o princípio. Se permanecer em vós o que ouvistes desde o princípio, permanecereis também vós no Filho e no Pai.
25 Eis a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
26 Era isto o que eu vos tinha a escrever a respeito dos que vos seduzem.
27 Quanto a vós, a unção que dele recebestes permanece em vós. E não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, assim é ela verdadeira e não mentira. Permanecei nele, como ela vos ensinou.
28 E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando aparecer, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele, na sua vinda.
Palavra do Senhor.
Graças a Deus.
Salmo 97/98
Os confins do universo contemplaram A salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, Porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação e, às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
EVANGELHO(João 1,19-28)
1 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: "Quem és tu?"
20 Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: "Eu não sou o Cristo".
21 "Pois, então, quem és?", perguntaram-lhe eles. "És tu Elias?" Disse ele: "Não o sou". "És tu o profeta?" Ele respondeu: "Não".
22 Perguntaram-lhe de novo: "Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?"
23 Ele respondeu: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías'".
24 Alguns dos emissários eram fariseus.
25 Continuaram a perguntar-lhe: "Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?"
26 João respondeu: "Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.
27 Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado".
28 Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1.O Pregador não era credenciado...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
___Vocês já foram lá sondar aquele pregador que está soltando o seu vozeirio e atraindo o povo?
___Ainda não Senhor, mas ele é mais um desses loucos que pregam um Messias que está para vir...
___Não dá para facilitar hoje em dia, formem uma delegação e vão lá checar, se ele tem credencial para andar pregando por aí, falando do Messias.
___Sim Senhor, vamos até lá, o Messianismo é assunto nosso, só nós sabemos a história e temos em nossos arquivos a profecia....
Inquirido pela comissão investigatória, o Batista declarou logo de início que não era o Cristo.
__Menos mal ----- comentou um dos enviados - Mas será que ele não é Elias? João negou.
Não era o Cristo Ungido e esperado por todos, e nem o grande profeta Elias, que iria voltar lá do céu para instaurar o novo Reino, portanto não estava ligado a Religião oficial, não tinha credencial para falar do tal Messias, mas como não havia muito o que fazer, a Comissão decidiu ir embora.
Um deles lembrou que não adiantaria dizer quem João não era, o "Pessoal lá de cima" não iria gostar da resposta. E voltaram a bombardeá-lo para saber quem era, se fosse alguém importante que dissesse logo, pois o Poder religioso precisava monitorar a sua pregação e conceder-lhe um alvará para continuar o trabalho.
Daí a comissão de Sacerdotes e Levitas, vindos de Jerusalém começaram a preocupar-se quando João citou Isaias 40,3 se auto definindo como uma voz que clama no deserto "Preparai os caminhos do Senhor".
Precisavam fazer aquele homem calar a boca, afinal ele era um pregador autônomo sobre o qual eles não tinham nenhum controle, e o povão andava o rodeando pois não pregava a mesmice dos outros pregadores, mas falava de algo novo.
Então pensaram em proibir -lhe de batizar e a melhor forma seria fazê-lo ver que não era credenciado para aquilo. Só o Cristo, Elias ou um dos Profetas que estavam para voltar, é que poderiam apresentar um rito novo de purificação. Lugar de se purificar era no templo...
E João aproveitou para dizer que, tudo o que se tinha de rito purificador, que tentava reaproximar o homem de Deus, passaram a ser velharias perto do novo Batismo que Alguém, muito maior que ele estava por fazer.
A comissão voltou até os poderosos e resolveram botar panos quentes em cima do assunto "Vamos esperar esse que ele está anunciando, parece que aí é que está o perigo que nós todos tememos..."
O Reino de Deus não está atrelado a nenhum poder ou instituição deste mundo, mesmo as religiosas, nossa Igreja, tal como João Batista, é apenas uma voz que anuncia a presença do Reino, é apenas um sinal desse Reino que é maior do que qualquer instituição. Aquele que todos nós anunciamos, é infinitamente maior que nós, age em total liberdade e penetra nos corações que desejar, independente de Credo, conhecimento ou posição social da pessoa.
Precisamos saber bem disso, para não termos a tentação de sermos os "Donos" da Santa Palavra que anunciamos.
2. João Batista dá testemunho de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
A noção de testemunho caracteriza o quarto evangelho. João Batista, com vários outros personagens, forma uma verdadeira corrente de testemunhos, em que o "discípulo amado" é expoente, e que tem por objetivo conduzir o leitor ou ouvinte do evangelho a crer que Jesus é o Messias, o Filho de Deus (cf. Jo 20,30-31).
O evangelho não nos diz, neste ponto, da atividade anterior do Batista, talvez deixando entender que o leitor ou ouvinte já o soubesse. O interrogatório a que João Batista é submetido revela que o movimento começado por ele conquistou uma amplitude que preocupava as autoridades judias. O testemunho de João (cf. v. 19) consiste em dirimir o equívoco de que ele fosse o Messias (cf. v. 20) e aponta para aquele que vem "depois dele" (v. 27).
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes de João.
3.QUEM ÉS TU?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O ministério de João Batista foi importante para se conhecer o sentido do ministério de Jesus. Faziam-se a respeito dele muitas perguntas. Sua vida austera deixava transparecer a condição de homem de Deus, totalmente confiado na Providência divina, sem ambições mundanas. Tampouco iludia-se com a fama que seu comportamento podia provocar.
Suas palavras cortantes tinham o sabor da pregação dos antigos profetas, a ponto de ser confundido com Elias.
Entretanto, João rebatia com firmeza qualquer tentativa de fazê-lo passar por aquilo que sabia não ser: Messias, profeta ou algo que o valha.
Sua humilde função consistia em "dar testemunho" do Messias vindouro, na qualidade de voz que, no deserto, convoca os pecadores a se prepararem para acolher o enviado de Deus. Portanto, uma tarefa que terminaria tão logo despontasse, na história de Israel, o Messias esperado.
O Batista relativizava sua pessoa e sua missão. Comparando-se ao Messias, tinha consciência de não ser digno nem mesmo de desatar-lhe a correia das sandálias, gesto reservado aos criados. Sua compreensão ia além: o Messias havia-o precedido e lhe tomaria a dianteira.
Desta forma, João Batista deu mostras de estar totalmente sintonizado com a vontade divina. Ele nada mais era do que um modesto servidor de Deus.
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes de João.