São Bernardo

Quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernado foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. "Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, esta luta, este bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros".

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.

São Bernardo, rogai por nós!

[Canção Nova]

Leituras

Leitura: Hebreus (Hb 2, 14-18)

Cristo fez-se solidário com a realidade humana

Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo, e libertar os que, por medo da morte, estavam a vida toda sujeitos à escravidão. Pois, afinal, não veio ocupar-se com os anjos, mas com a descendência de Abraão. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança nas coisas referentes a Deus, a fim de expiar os pecados do povo. Pois, tendo ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação. Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos

Cristo é o sumo sacerdote para a expiação dos pecados. Esse “povo”, em favor do qual Cristo exerceu o sumo sacerdócio com sua morte e sua vitória sobre a morte, somos nós. Não estamos mais mortos, porque Cristo ressuscitou; já não somos fracos, porque Cristo é forte; já não tememos o inimigo, porque Cristo é o vencedor.

Entretanto, não podemos esquecer nossa triste experiência. A nossa história, talvez a que somente nós conhecemos, fala de fraqueza, infidelidade, covardia, capitulação diante do inimigo: fala de pecado. Existe um ele misterioso entre o poder de Cristo sobre o pecado e a nossa colaboração: a salvação, não apenas a final, mas também a da minha existência de hoje, está ligada ao mistério da mão de Cristo, continuamente estendida para nós, e à nossa vontade, que poderia também recusar-se a apertar essa mão salvadora. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]


Salmo: 104 (105), 1-2.3-4.6-7.8-9 (R/.8a)

O Senhor se lembra sempre da aliança

Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas!

Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!

Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.

Ele sempre se recorda da aliança, promulgada a incontáveis gerações; 9da aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac


Evangelho: Marcos (Mc 1, 29-39)

Curou muitas pessoas de diversas doenças

Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus. E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los. À tarde, depois do pôr do sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio. A cidade inteira se reuniu em frente da casa.

Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era. De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus. Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”. Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”. E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios. Palavra da Salvação!

(Leituras paralelas recomendadas: Mt 8,14-17.23; Lc 4,38-44)

Comentário do Evangelho

E pôs-se a servi-los

O gesto da sogra de Pedro, após ter sido curada, chama a atenção para um aspecto, às vezes negligenciado por quem foi objeto da misericórdia de Jesus. Como retribuir o benefício recebido, de forma a manifestar gratidão? Colocando-se a serviço do próximo. Não existe maneira melhor de mostrar-se grato ao Senhor.

Seria pura ingratidão se alguém, que foi libertado ou curado de algum mal, levasse uma vida egoísta, pensando só em si mesmo. Os gestos de Jesus traziam a marca do amor, de alguém que estava voltado para as necessidades e carências do próximo. Por isso, estava sempre pronto a servir quem quer que fosse. As multidões procuravam-no, trazendo seus doentes e gente possuída pelo demônio. A ninguém ele despedia, sem antes libertá-los de seus males.

Esta disposição de Jesus é uma lição de vida. A sogra de Pedro parece tê-la aprendido. Assim que se viu livre da febre, a qual poderia vir a ser fatal, pôs-se a servir Jesus e os discípulos que o acompanhavam. Servi-los, significou vir ao encontro de suas necessidades de missionários, cansados por causa das suas peregrinações por cidades e aldeias. Significou matar-lhes a fome, providenciar-lhes repouso, fazê-los recuperar as forças para continuar a missão. Esta foi a maneira concreta que ela encontrou para retribuir a graça recebida. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano A, ©Paulinas, 1997]