São Bernardo

Sábado, 12 de Janeiro de 2013


O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernado foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. "Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, esta luta, este bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros".

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.

São Bernardo, rogai por nós!


Hoje:


Leituras

Leitura (1 João 5,14-21)
Leitura da primeira carta de são João.

 14 Caríssimos, a confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, ele nos atenderá.

15 E se sabemos que ele nos atende em tudo quanto lhe pedirmos, sabemos daí que já recebemos o que pedimos.

16 Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.

17 Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte.

18 Sabemos que aquele que nasceu de Deus não peca; mas o que é gerado de Deus se acautela, e o Maligno não o toca.

19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno.

20 Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, nós que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.

21 Filhinhos, guardai-vos dos ídolos!

  • Palavra do Senhor

  • Graças a Deus.


Salmo 149

O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo

e o seu louvor na assembléia dos fiéis!

Alegre-se Israel em quem o fez,

e Sião se rejubile no seu rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,

toquem harpa e tambor em sua honra!

Porque, de fato, o Senhor ama seu povo

e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória

e, cantando, se levantem de seus leitos

com louvores do Senhor em sua boca.

Eis a glória para todos os seus santos.


EVANGELHO(João 3,22-30)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 3 22 Jesus foi com os seus discípulos para os campos da Judéia, e ali se deteve com eles, e batizava.

23 Também João batizava em Enon, perto de Salim, porque havia ali muita água, e muitos vinham e eram batizados.

24 Pois João ainda não tinha sido lançado no cárcere.

25 Ora, surgiu uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, a respeito da purificação.

26 Foram e disseram-lhe: "Mestre, aquele que estava contigo além do Jordão, de quem tu deste testemunho, ei-lo que está batizando e todos vão ter com ele".

27 João replicou: "Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu.

28 Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: 'Eu não sou o Cristo, mas fui enviado diante dele'.

29 Aquele que tem a esposa é o esposo. O amigo do esposo, porém, que está presente e o ouve, regozija-se sobremodo com a voz do esposo. Nisso consiste a minha alegria, que agora se completa.

30 Importa que ele cresça e que eu diminua".

  • Palavra da Salvação.

  • Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Carisma é Serviço

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na comunidade, quando algum “Fofoqueiro de Plantão” vem nos dizer que há um irão que faz a mesma coisa que nós, só que dizem que ele é muito melhor, a gente fica com o farol baixo e muitos fazem “Beiço” de descontentamento. Tem gente que na comunidade “adora” falar ao Padre que o Diácono prega mais bonito que ele, ou ao Diácono, que um ministro da Palavra é muito melhor que ele, quando está celebrando. Por que não sabemos administrar nossos carismas, essas conversas nos magoam e ficamos tristes, a espera de alguém que venha alisar o nosso ego.

Havia uns discípulos de João Batista que eram desse jeito e gostavam de por lenha na fogueira, foram correndo contar a João Batista que Jesus estava batizando ali por perto daquela região, e que estava com uma freguesia bem maior do que João.

Jesus não estava batizando por ali para mostrar a João Batista que ele era melhor e que aquele território lhe pertencia. Mas batiza porque esse carisma vem do alto, isso é, do Espírito Santo.

João Batista tem o comportamento que um autêntico agente de pastoral deve ter: longe de se aborrecer, se enche de alegria e confirma que Jesus é o Messias, aquele que ele havia anunciado, e arremata a conversa que deve servir de refrão em nossos trabalhos pastorais, “É preciso que ele cresça e eu desapareça”.

Quando fazemos do nosso carisma um verdadeiro serviço para os outros, e não ao nosso Ego inflamado, esse deve ser o nosso refrão e o nosso lema, anunciar Jesus Cristo e atrair as pessoas para ele e não para nós.

2. Jesus é o Messias

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Em todo o Novo Testamento é a primeira e única vez que o leitor é informado de que Jesus também batizava. Que batismo era o que Jesus realizava, o texto não nos diz, pois o interesse era dirimir a dificuldade dos discípulos do Batista, que suspeitavam de concorrência entre Jesus e João. O texto é ocasião de afirmar a identidade de um e outro: João é o precursor do Messias e Jesus, o Messias; Jesus o "noivo", João, amigo do noivo, que se alegra com a sua voz. O v. 30 faz lembrar o paralelismo com que os "evangelhos da infância", segundo Lucas, são construídos com a finalidade de afirmar a superioridade de Jesus sobre João Batista.

Oração

Pai, faze-me consciente do papel que me compete no serviço ao Reino, e leva-me a estar todo voltado para ti e para teu Filho Jesus, a quem o Reino pertence.

3. A CONSCIÊNCIA DO PRECURSOR

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O Evangelho refere-se a João Batista como uma testemunha qualificada do Messias, enviada para precedê-lo. O Precursor chega a ser apresentado como a testemunha por excelência, para que, na qualidade de "testemunha da luz, todos pudessem crer por meio dele".

Seu comportamento modelar revelava-se na recusa de usurpar algo que não lhe pertencia. Manteve-se isento de qualquer ciúme ou inveja, quando Jesus deu inicio ao seu ministério. E a quem confundia os papéis de ambos, João declarava, sem titubear: "Eu não sou o Messias". Sua consciência lúcida impedia-o de passar por aquilo que não era. Seu papel era comparável ao do amigo escolhido para acompanhar o noivo, por ocasião da festa de casamento. Existe alegria maior para o amigo do noivo, quando o vê chegar, entre vivas e aclamações? Seria mesquinho se pretendesse ver as atenções voltarem-se para ele, e não para o noivo!

Sendo assim, João Batista só tinha motivos para se alegrar. Já tinha concluído a sua missão. Importava, agora, que o Messias crescesse e ele diminuísse, sem qualquer espécie de ciúme.

Enganar-se-ia quem perdesse a chance de se tornar discípulo do Messias, para apegar-se a uma luz efêmera, quando já havia despontado a verdadeira "luz do mundo". Por conseguinte, os discípulos de João foram instados a tomar uma decisão.

Oração

Pai, faze-me consciente do papel que me compete no serviço ao Reino, e leva-me a estar todo voltado para ti e para teu Filho Jesus, a quem o Reino pertence.