São Bonifácio

Terça-feira, 05 de junho de 2012


Com alegria, celebramos vida de total entrega a Deus, deste santo que se tornou o "Apóstolo da Alemanha". São Bonifácio nasceu em 675 e recebeu o nome de batismo de Winfrido e com o passar da vida, no seguimento ao Divino Mestre, tornou-se monge beneditino.

O coração de Bonifácio era sereno como o dos seus irmãos monges, porém, inquieto por causa do seu ardor missionário, sendo assim ao se apresentar ao Papa recebeu sua investidura de missionário, fato que mudou sua vida e seu nome de Winfrido para Bonifácio, em memória de um grande mártir. Ordenado Bispo, São Bonifácio soube proporcionar elo do Cristianismo nascente na Alemanha com Roma, assim como bem evangelizou os quatro cantos de sua região, através de muitos mosteiros e dioceses que nasceram por sua causa.

Docilidade e firmeza, timidez e coragem, oração e ação estavam presentes em sua pessoa e em seu fecundo apostolado, que não se resumiu na Alemanha, pois ao estabelecer sede episcopal, deixou tudo nas mãos de outro Bispo e foi evangelizar o Norte da Europa. Aconteceu que ao ir para Dokkin a convite para celebrar o Crisma, São Bonifácio e outros cristãos foram atacados e mortos por pagãos, isso em 754.

São Bonifácio, rogai por nós!


Hoje:

Dia da Ecologia e Dia Mundial do Meio Ambiente


Leituras

Leitura (2 Pedro 3,12-15.17-18)
Leitura da segunda carta de são Pedro.

3 12 enquanto esperais e apressais o dia de Deus, esse dia em que se hão de dissolver os céus inflamados e se hão de fundir os elementos abrasados! 13 Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.

14 Portanto, caríssimos, esperando estas coisas, esforçai-vos em ser por ele achados sem mácula e irrepreensíveis na paz.

15 Reconhecei que a longa paciência de nosso Senhor vos é salutar, como também vosso caríssimo irmão Paulo vos escreveu, segundo o dom de sabedoria que lhe foi dado.

17 Vós, pois, caríssimos, advertidos de antemão, tomai cuidado para que não caiais da vossa firmeza, levados pelo erro destes homens ímpios.

18 Mas crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele a glória agora e eternamente.


Salmo 89/90

Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós!

Já bem antes que as montanhas fossem feitas
ou a terra e o mundo se formassem,
desde sempre e para sempre vós sois Deus.
Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,
quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!"
Pois mil anos para vós são como ontem,
qual vigília de uma noite que passou.

Pode durar setenta anos nossa vida,
os mais fortes talvez cheguem a oitenta;
a maior parte é ilusão e sofrimento:
passam depressa e também nós assim passamos.

Saciai-nos de manhã com vosso amor,
e exultaremos de alegria todo o dia!
Manifestai a vossa obra a vossos servos
e a seus filhos revelai a vossa glória!


Evangelho (Marcos 12,13-17)

12 13 As autoridades enviaram a Jesus alguns fariseus e herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra.

14 Aproximaram-se dele e disseram-lhe: "Mestre, sabemos que és sincero e que não lisonjeias a ninguém; porque não olhas para as aparências dos homens, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. É permitido que se pague o imposto a César ou não? Devemos ou não pagá-lo?"

15 Conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu-lhes Jesus: "Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário".

16 Apresentaram-lho. E ele perguntou-lhes: "De quem é esta imagem e a inscrição?" "De César", responderam-lhe.

17 Jesus então lhes replicou. "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". E admiravam-se dele.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Um Cristianismo pela metade..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Há tantas indagações que poderíamos colocar ao lado dessa pergunta capciosa que os Fariseus e Herodianos fizeram as Jesus. Vamos formular algumas delas, para que compreendamos a resposta de Jesus, para os cristãos de 2012.

"Senhor, é certo um cristão participar da política partidária? Deve um Cristão atuar no sindicalismo ou na associação de moradores? Deve um cristão preocupar-se com questões sociais do bairro, da cidade? Deve um cristão ocupar-se com problemas de ordem econômica? Pode um Cristão acompanhar trabalhos da câmara e cobrar os seus representantes n o legislativo? Deve um Cristão ocupar-se de questões referentes a cidadania, ao meio ambiente e ecologia? Deverá um Cristão preocupar-se com questões da Educação e Saúde? Pode em nossas comunidades um Cristão preocupar-se com administração, situação econômica da Paróquia, formas de gestão para melhorar a arrecadação do dízimo ? Deve um Cristão preocupar-se com a comunicação, e ocupar espaços na Mídia local ou na grande Mídia, para evangelizar? A lista é muito grande e paramos por aqui.

A verdade é que, muitas vezes preferimos ser Cristãos pela metade, ignorando ou menosprezando as realidades terrenas que nos cercam e que afetam diretamente a nossa vida. Para que ocupar-se com as coisas do mundo, se elas são transitórias, o que importa é preocupar-me com a salvação da minha alma na Vida Eterna... Esse é o pensamento que prevalecia na Igreja antes do Concílio Vaticano II, e infelizmente muitos ainda pensam assim, se recusam a ser fermento na massa, sal e luz do mundo, preferindo a Fé da Magia, que cuida das coisas santas e sagradas, entendendo que tudo mais são coisas profanas. Claro que, por conta desse pensamento, os cristãos "Metadinha" são péssimos administradores, maus pagadores, vivem "apertados", metidos em grandes dívidas e são capazes de pedir a Deus um milagre econômico para suas vidas.

Cristãos Metadinha odeiam ouvir falar em política dentro da Igreja e na relação com os políticos, legisladores e governantes, só querem uma coisa, ter algum ganho ou levar alguma vantagem com eles, incentivando, até mesmo políticos de dentro da comunidade, a praticarem o chamado clientelismo político, que é uma praga que infesta nossa sociedade.

Nesse sentido, e olhando por esse lado, podemos entender que a resposta de Jesus "Dai a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus", é um convite a coerência, de uma Fé comprometida com a Vida e todas as suas implicações. Claro que a questão da imagem cunhada na moeda serve também como uma exortação para lembrarmos que o Homem é imagem e semelhança de Deus e não imagem, e semelhança das Instituições.

Portanto, sendo imagem e semelhança de Deus, temos que ser coerentes como Jesus de Nazaré, Homem fiel, Judeu e Cidadão, que inseriu-se plenamente na sua realidade Nacional e Religiosa, sem nunca fazer da relação com Deus uma forma de alienar-se. E por ser assim, tão comprometido com a transformação das estruturas do seu tempo, foi perseguido e condenado injustamente á morte da cruz, pois se fosse apenas um fanático religioso, um visionário místico, que vivia nas nuvens, certamente não incomodaria a ninguém e morreria velhinho, de cabelos brancos...

2. Deus é misericórdia, amor e vida

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Por cerca de três anos Jesus exerceu seu ministério na Galileia e nas regiões gentílicas vizinhas. Agora, em Jerusalém dá-se o confronto fatal com o sistema religioso do Templo.

O imposto de César era exigido dos judeus, sob o domínio romano. Alguns fariseus e herodianos, procurando provocar em Jesus alguma palavra que o condenasse, perguntam-lhe se deviam ou não pagar este imposto. Se dissesse que não, incorreria na condenação dos romanos. Se dissesse que sim, ficaria desacreditado perante o povo. Diante da moeda cunhada com a cabeça de César, que se intitulava "Filho Augusto e Divino", Jesus devolve a pergunta: "De quem é esta figura e a inscrição?". E, depois da resposta, conclui: "Devolvei a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".

César é diferente de Deus. César é a ambição do dinheiro e do poder. Deus é misericórdia, amor e vida. Libertar-se do dinheiro e comprometer-se com Deus, é o projeto de Jesus.

3. OPOSIÇÕES INEXISTENTES

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Para confundir Jesus, fariseus e herodianos propuseram-lhe uma pergunta capciosa a respeito da liceidade de pagar o tributo ao imperador romano.

O pano de fundo desta questão era complexo. Sob o aspecto político, tratava-se de saber se Jesus era contra ou a favor da dominação estrangeira. Sob o aspecto religioso, a resposta de Jesus revelaria que imagem ele fazia de Deus, que escolhera Israel para ser o povo de sua predileção, e não se contentava em vê-lo oprimido. Afinal, o Deus de Jesus era um Deus libertador? Sob o aspecto econômico, a questão levava Jesus a posicionar-se diante da penúria do povo, do qual se exigia pagamento de tributo. Sob o aspecto social, Jesus deveria dizer se concordava com a situação de opressão a que estava reduzido o povo de Israel.

A resposta do Mestre, aparentemente evasiva, revela sua visão da história, centrada no Reino de Deus. Não existe contraposição entre César e Deus, uma vez que estão situados em níveis diferentes. O pagamento do tributo ao imperador é irrelevante, quando este não cede à tentação de usurpar o lugar de Deus, tiranizando as pessoas. Deus é o Senhor absoluto da História. E César deve submeter-se a ele. Importa que todos, inclusive o imperador, acolham a vontade divina.

Conseqüentemente, a resposta de Jesus revela que ele se opunha a todo tipo de opressão e exploração, pois o Pai é um Deus libertador. É preciso ser perspicaz para compreender o sentido da posição de Jesus.