São Canuto

Quarta-feira, 19 d ejaneiro de 2011


São Canuto nasceu no ano de 1040 na Dinamarca. Filho de um rei, era sucessor natural. Mas aconteceu que, pela sua vida de oração, testemunho, caridade e justiça, quando o pai faleceu, muitos moveram-se com artimanhas para colocar seu irmão no trono de maneira injusta. Quanto à sua posição, ele não era apegado ao poder nem o queria para si, então esperou. Depois do falecimento do irmão, ocupou o seu lugar que era de justiça. Homem de Deus, um sinal para o povo, ele contribuiu para a evangelização. Primeiro, com o seu exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação é o bom exemplo. Ele viveu para sua esposa e para seu filho Carlos, que mais tarde se tornaria também um santo.

Pai santo, esposo santo, um governador, um homem de poderes; mas que usou esses poderes para servir, a modelo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Canuto, amado por muitos e odiado também como Nosso Senhor, foi vítima de artimanhas por pessoas fechadas para Deus e para o bem, porque ele tinha muita sensibilidade com as viúvas, os órfãos e os mais necessitados. Nele, batia um coração que se assemelhava ao de Jesus.

Como rei, possuiu muitos desafios e, ao perceber os inimigos se armando, participou de uma Eucaristia como era de costume. Nela, ele não só recebeu o Nosso Senhor, mas, em nome de Jesus, perdoou todos os seus inimigos. Foi então assassinado.

São Canuto, rogai por nós!

[Canção Nova]

Leituras

1ª Leitura: Hebreus (Hb 7, 1-3.15-17)

Tú és sacerdote para sempre

Irmãos, Melquisedec, rei de Salém, sacerdote do Deus Altís­simo, saiu ao encontro de Abraão, quando esse regressava do combate contra os reis, e o abençoou. Foi a ele que Abraão entregou o dízimo de tudo. E o seu nome significa, em primeiro lugar, “Rei de Justiça”; e, depois: “Rei de Sa­lém”, o que quer dizer, “Rei da Paz”. Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem início de dias, nem fim de vida! É assim que ele se assemelha ao Filho de Deus e permanece sacerdote para sempre. Isto se torna ainda mais evidente, quando surge um outro sacerdote, semelhante a Melqui­sedec, não em virtude de uma prescrição de ordem carnal, mas segundo a força de uma vida imperecível. Pois diz o testemunho: “Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedec”.

Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedec

Cristo, sumo e eterno sacerdote, possui um sacerdócio que, como o de Melquisedec, não se transmite; sacerdócio que ele exercerá em sua Igreja até o fim dos tempos. Os sacerdotes atuais, a começar pelos bispos, não são seus sucessores, porém aqueles que atualizam e tornam visível e eficaz hoje o único sacerdócio de Cristo.

Além disso, ao mesmo tempo que permanece intransmissível, o sacerdócio de Cristo é “participado” por todo o povo de Deus, por toda a Igreja, porque toda a Igreja é o corpo de Cristo. Assim cumpre-se a promessa que Deus fez a Moisés para todo o povo no monte Sinai: “Se ouvirdes atentamente a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis minha propriedade especial entre todos os povos... constituireis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19, 5-6).

O batismo é o sinal de pertença a este povo privilegiado. O cristão deve, portanto, esforçar-se para aprofundar o sentido da vida batismal, mediante o estudo e atenção à palavra de Deus, acompanhados =de participação cada vez mais plena da vida sacramental da Igreja. [MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]


Salmo: 109 (110), 1.2.3.4 (R/.4bc)

Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!

Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!”

O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos.

Tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”

Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!”


Evangelho do Dia: Marcos (Mc 3, 1-6)

É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal?

Naquele tempo, Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. Jesus disse ao homem da mão seca: "Levanta-te e fica aqui no meio!" E perguntou-lhes: "É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?" Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor; cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: "Estende a mão". Ele a estendeu e a mão ficou curada. Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.

Palavra da Salvação!

(Leituras paralelas recomendadas: Mt 12,9-14; Lc 6,6-11)

***Comentário do Evangelho

A mão recuperada

A deficiência física do homem encontrado por Jesus, na sinagoga, era mais grave do que, à primeira vista, se podia imaginar. Na antropologia bíblica, a mão está carregada de simbolismo. A partir deste universo simbólico é que se deve interpretar a situação do homem da mão ressequida.

A mão está ligada à idéia de força e de poder. Estar na mão do outro significava estar sob o seu poder. Para falar do poder da língua, um provérbio bíblico refere-se à “mão da língua”. A expressão “salvar-se com as próprias mãos” tinha o sentido de salvar-se com as próprias forças. Diz-se que os habitantes de determinada cidade não puderam fugir, por ocasião de um incêndio, porque “as mãos não estavam com eles”, isto é, não tinham forças nem possibilidade de escapar. A mão direita era sinal de força, de sabedoria e de felicidade. Já a mão esquerda era sinal de fraqueza, de ignorância e de desgraça.

Entende-se, assim, por que a iniciativa de cura foi de Jesus e não do homem doente. Este havia se tornado uma pessoa sem iniciativa e incapaz de lutar por seus direitos. Nestas condições, era vítima da desumanização.

Curando-o, Jesus tomou a iniciativa de humanizá-lo, de fazê-lo voltar a ser gente, com força e poder para lutar pelos seus direitos. É como se tivesse sido recriado! Com a mão recuperada, estava novamente apto para fazer o bem. (O EVANGELHO DO DIA, Ano “A”. Jaldemir Vitório. ©Paulinas, 1997)