São Cornélio
Quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011
Encontramos, nos Atos dos Apóstolos, este exemplo de entrega. No capítulo 10, nós assim ouvimos da Palavra de Deus: “Havia em Cesareia um homem por nome Cornélio. Centurião da corte que se chamava Itálica, era religioso; ele e todos de sua casa eram tementes a Deus. Dava muitas esmolas ao povo e orava constantemente” (At 10,1-2).
Diante dessa espiritualidade que Cornélio possuía, Deus o visitou por meio de um anjo, que lhe indicou São Pedro. Este, que também teve uma visão, foi à casa de Cornélio. Foi aí que aconteceu a abertura da Igreja para a evangelização dos pagãos, dos estrangeiros. No outro dia, Pedro chegou em Cesareia. Cornélio o estava esperando, tendo convidado seus parentes e amigos mais íntimos.
Não somente ele queria encontrar-se com o Senhor, como também queria o mesmo para todos os seus parentes e amigos. Cornélio ouviu da boca do primeiro Papa da Igreja: “Deus me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro” (At 10,28). Assim, São Pedro começou a evangelizar e, de repente, no versículo 44: “Estando Pedro, ainda a falar, o Espírito Santo desceu sobre todos que ouviam a (santa) Palavra. Os fiéis da circuncisão, que tinham vindo com Pedro, profundamente se admiraram vendo que o dom do Espírito Santo era derramado também sobre os pagãos; pois eles os ouviam falar em outras línguas e glorificar a Deus. Então Pedro tomou a palavra: 'Porventura pode-se negar a água do batismo a estes que receberam o Espírito Santo como nós? E mandou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Rogaram-lhe então que ficasse com eles por alguns dias” (At 10,44-48).
São Cornélio tornou-se o primeiro bispo em Cesareia. Homem religioso e de oração, Deus pôde contar com ele para a maravilhosa obra que chega até nós nos dias de hoje. Pela docilidade de muitos, como São Cornélio, o Santo Evangelho se faz presente em nosso meio.
Peçamos a intercessão de São Cornélio para que busquemos cada vez mais o Senhor.
São Cornélio, rogai por nós!
[Canção Nova]
Apresentação do Senhor, festa
Leituras
Livro de Malaquias 3,1-4.
«Eis que Eu vou enviar o meu mensageiro, a fim de que ele prepare o caminho à minha frente. E imediatamente entrará no seu santuário o Senhor, que vós procurais, e o mensageiro da aliança, que vós desejais. Ei-lo que chega! –, diz o Senhor do universo.
Quem suportará o dia da sua chegada? Quem poderá resistir, quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do fundidor e como a barrela das lavadeiras.
Ele sentar-se-á como fundidor e purificador. Purificará os filhos de Levi e os refinará, como se refinam o ouro e a prata. E assim eles serão para o Senhor os que apresentam a oferta legítima.
Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor como nos dias antigos, como nos anos de outrora.
Livro de Salmos 24,7.8.9.10.
Ó portas, levantai os vossos umbrais! Alteai vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é esse rei glorioso? É o SENHOR, poderoso herói, o SENHOR, herói na batalha.
Ó portas, levantai os vossos umbrais! Alteai vos, pórticos eternos, que vai entrar o rei glorioso.
Quem é Ele, esse rei glorioso? É o Senhor do universo! É Ele o rei glorioso.
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40.
Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas.
Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor.
Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.»
Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. Simeão abençoou os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.
*Comentário ao Evangelho
Por : Orígenes
«Ir em paz»
«Uma mulher tocou na orla do manto de Jesus e ficou curada» (Mt 9, 20). Se esta mulher, ao tocar a extremidade do Seu manto, daí retirou tantos benefícios, o que dizer de Simeão, que «O tomou nos braços» e, tomando-O, deu largas à sua alegria vendo que segurava a criança vinda ao mundo para libertar os cativos (Lc 4, 18) e que ele próprio se veria em breve liberto dos laços do corpo? Simeão sabia que ninguém podia fazer sair fosse quem fosse da prisão do corpo com os olhos postos na vida futura a não ser Aquele que segurava nos seus braços. E assim se dirige a Ele: «Agora, Senhor, deixarás ir em paz o Teu servo, porque todo o tempo que não tive a Cristo, todo o tempo que O não apertei nos meus braços, estive prisioneiro e não pude sair desses laços».
De resto, não é só acerca de Simeão, mas de todo o género humano, que temos de entender estas palavras. Se alguém deixa este mundo, se alguém se liberta desta prisão e desta morada de cativos para alcançar a realeza, que pegue em Jesus com as suas mãos e O aconchegue nos seus braços, que O tenha todo junto ao coração e assim, doido de alegria, se dirija aonde quiser. [EVANGELHO QUOTIDIANO]