São Crispim

Segunda-feira, 04 de junho de 2012


Neste dia lembramos o primeiro santo canonizado pelo Papa João Paulo II: São Crispim, que nasceu em Viterbo, na Itália, em 1668.

Chamado à vida religiosa, recebeu uma formação jesuíta. Porém, acabou entrando para a família franciscana, despertado pela piedade dos noviços. Ocupou cargos de grande simplicidade dentro da comunidade como a horta, a cozinha, e tantos outros serviços onde ele testemunhava em tudo o amor de Deus.

Falava e vivia a seguinte frase: “Quem ama a Deus com pureza de coração, vive feliz e morre contente”

Crispim deixou essa marca da pureza e da alegria. Ele viveu tudo com pureza de coração, foi feliz e morreu contente em 1748.

Que nosso caminho seja marcado pelo amor e pela verdadeira alegria.

São Crispim, rogai por nós!


Hoje:


Leituras

Leitura (2 Pedro 1,2-7)
Leitura da segunda carta de São Pedro

1 2 Caríssimos, graça e paz vos sejam dadas em abundância por um profundo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor!

3 O poder divino deu-nos tudo o que contribui para a vida e a piedade, fazendo-nos conhecer aquele que nos chamou por sua glória e sua virtude.

4 Por elas, temos entrado na posse das maiores e mais preciosas promessas, a fim de tornar-vos por este meio participantes da natureza divina, subtraindo-vos à corrupção que a concupiscência gerou no mundo.

5 Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência,
6 à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, 7 à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade.


Salmo 90/91

Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente.

Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor onipotente,
Diz ao Senhor: "Sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus, no qual confio inteiramente".

"Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo
e protegê-lo, pois meu nome ele conhece.
Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo,
A seu lado eu estarei em suas dores.

Hei de livrá-lo e de glória coroá-lo, vou conceder-lhe vida longa e dias plenos
E vou mostrar-lhe minha graça e salvação".


Evangelho (Marcos 12,1-12)

12 1 E Jesus começou a falar-lhes em parábolas. "Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a vinhateiros e ausentou-se daquela terra.

2 A seu tempo enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles uma parte do produto da vinha.

3 Ora, eles prenderam-no, feriram-no e reenviaram-no de mãos vazias. 4 Enviou-lhes de novo outro servo; também este feriram na cabeça e o cobriram de afrontas.

5 O senhor enviou-lhes ainda um terceiro, mas o mataram. E enviou outros mais, dos quais feriram uns e mataram outros.

6 Restava-lhe ainda seu filho único, a quem muito amava. Enviou-o também por último a ir ter com eles, dizendo: 'Terão respeito a meu filho!'

7 Os vinhateiros, porém, disseram uns aos outros: 'Este é o herdeiro! Vinde, matemo-lo e será nossa a herança!'

8 Agarrando-o, mataram-no e lançaram-no fora da vinha.

9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá e exterminará os vinhateiros e dará a vinha a outro. 10 Nunca lestes estas palavras da Escritura: 'A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.

11 Isto é obra do Senhor, e ela é admirável aos nossos olhos'?"

12 Procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque tinham entendido que a respeito deles dissera esta parábola. E deixando-o, retiraram-se.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Um grande Amor não correspondido..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na história dos grandes romances, o pior que pode acontecer é quando um grande e sincero amor não é correspondido, ou o Amado é traído pela amada. Em nossos tempos a história real ou fictícia, dessa dor de amar sem ser amado, acaba virando moda de viola no cancioneiro sertanejo, ou nos compositores românticos remanescentes dos bons tempos em que se ouviam boas músicas...

Há nos profetas algo ligado a esse tema "Meu amigo tinha uma vinha...", onde alguém, muito chegado do amado traído, ou não correspondido, como um compositor de música sertaneja, faz uma canção - poesia, para contar da decepção de um amigo que amou alguém e deu tudo de si, mas que não foi correspondido.

No evangelho de hoje Jesus, o Filho de Deus ( o Amado não correspondido) conta essa história da Vinha e pergunta aos seus interlocutores, que fazem parte dos que rejeitam esse Amor de Deus, que atitude deverá tomar esse Homem que fez o possível e o impossível para que a sua "Vinha" frutificasse, e que de maneira surpreendente, além de não dar os frutos desejados, ainda trataram com violência os servos que ele enviou, para lhe trazer os frutos que eram seus, por direito.

Volto aos anos 70 quando não tínhamos e-mails, ourkut, MSN e outros canais de comunicação imediata, quando gostávamos prá valer de uma menina, e ela não acreditava na sinceridade do afeto, costumávamos mandar recados através dos amigos mais chegados, até que um belo dia, tínhamos que ir pessoalmente se declarar...

O Filho do Dono da Vinha não veio para se vingar dos que rejeitaram os servos e bateram neles,mas com certeza Deus pensou "Chega de recados, eu mesmo vou lá declarar o meu amor por eles"... Mas deu no que deu... Pegaram o Filho do Homem e planejaram matá-lo para ficar com a Vinha. O que isso significa? Exatamente a criação de um amor que é caricatura do Amor Único e Verdadeiro, os homens se apossaram de algo que não lhes pertencia e o tomaram para si, criando um amor falsificado e sem nenhum valor, não quiseram saber de uma relação autêntica e sincera com Aquele que é o Amor, mas preferiram os amantes... Entretanto, Deus não desistiu do seu projeto e levou o seu Amor até as últimas consequências e este venceu e superou o amor medíocre que os maus empregados tinham transformado o que pertencia a Deus.

Em toda essa trama que envolve a mais bela, verdadeira e sublime História de Amor, diante dessa parábola, é forçoso que nos perguntemos: o amor que vivemos na comunidade, em nossas relações com as pessoas, vem de onde? Daquele que é o Amor, ou dos empregados corruptos, ladrões e assassinos. Falamos e testemunhamos o Amor Verdade, ou vivemos no amor medíocre e mentiroso...?

2. A "vinha" simbolo do povo

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Jesus fala aos sacerdotes, aos escribas e anciãos. O contexto em que se insere a parábola, no evangelho de Marcos, é o do conflito final, no Templo de Jerusalém, entre Jesus e as elites religiosas. A referência ao "filho amado" é uma alusão direta a Jesus, possivelmente indicando uma redação tardia das comunidades sob a tradição da ressurreição.

A vinha, na tradição profética, simboliza o povo de Israel. Os líderes religiosos se apropriaram do povo, explorando-o e oprimindo-o. Inclusive mataram os profetas enviados por Deus. Agora, também procuram eliminar Jesus, o próprio Filho de Deus.

3. A VINHA É O POVO DE DEUS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Esta parábola, contada por Jesus como crítica aos chefes religiosos do templo de Jerusalém, sacerdotes e proprietários de terras, parte da imagem de um conflito social entre um latifundiário e os agricultores. É, assim, bem inteligível para estes chefes religiosos. Na aplicação da parábola, apesar da prepotência e violência nela contida, Deus pode ser entendido como o proprietário da vinha. A vinha, conforme a tradição profética, é o povo amado por Deus. Os agricultores violentos são os chefes religiosos, que oprimem, exploram o povo e procuram eliminar quem busca libertação. Eles entenderam que Jesus falava deles. Irritam-se e procuram prendê-lo.